Redação

Governo une ministérios para mitigar efeitos das chuvas no Acre

O governo federal montou uma força-tarefa ministerial para enviar auxílio ao Acre, onde as chuvas causaram deslizamentos e afetaram ao menos 100 mil pessoas, com um saldo de 14 mil desabrigados e desalojados. Seis ministérios farão parte do grupo, que visa traçar estratégias conjuntas com as autoridades estaduais para combate aos efeitos da chuva, que castiga o estado quase ininterruptamente desde 21 de fevereiro. As pastas da Saúde, do Desenvolvimento Social, da Defesa, do Desenvolvimento Regional, do Meio Ambiente, e do Desenvolvimento Agrário enviarão representantes ao Norte do país. A informação foi divulgada pelo ministro Waldez Góes, que também informou que a Defesa Civil Nacional já está em Rio Branco. Três pessoas morreram e uma continua desaparecida em meio às enchentes, que já inundaram 19 das 22 cidades acreanas. (CNN Brasil)

Fotobiografia de Clara Nunes mostra influência da cantora na música atual

A fotobiografia da cantora Clara Nunes, organizada por Júlio Diniz, professor de Literatura da PUC-Rio, mostra como a cantora ainda vive nos palcos Brasil e mundo afora. Em Clara Nunes — Uma Fotobiografia, é possível identificar trejeitos e expressões que vencem o tempo e inspiram artistas de diferentes gerações na música nacional. Na obra, é possível ver a influência que ela exerceu — e ainda exerce — em cantoras como Ivete Sangalo, Ludji Luna e Anitta. Elba Ramalho, por exemplo, relata na obra que se sintoniza com Nunes em todos os seus shows. Além de introduzir o branco religioso, de matriz africana, em seu figurino, Clara se portava como dona do palco, algo inédito no cenário musical dos anos 1970, quando despontou. Morta em 1983, aos 41 anos, Clara é tida por Diniz como “o somatório de voz mais perfomance”, que deixou “uma herança gigantesca”. (Estadão)

Chat GPT bate humanos em teste de criatividade

O GPT-4, a versão mais avançada do Chat GPT, bateu 151 desafiantes humanos em um teste de pensamento divergente. A competição entre o principal produto da Open AI e os humanos fez parte de um estudo publicado na Scientific Reports e ofertou três desafios aos participantes. Eles foram instados a dar novo uso para ferramentas simples, como garfos, imaginar consequências de uma ação e também situações hipotéticas. Mesmo com a vitória da IA, os cientistas que coordenaram o estudo ressaltam que a maior originalidade da ferramenta é pontual, e que os recursos tecnológicos devem servir mais como auxiliares no processo criativo que como substitutos dos humanos. (Olhar Digital)

Diretor da Petrobras é investigado por sugerir greve simulada para forçar contrato com prejuízo de R$ 500 milhões

Uma sindicância interna da Petrobras investiga se um de seus diretores cogitou simular uma greve para forçar a assinatura de um negócio que traria um rombo de R$ 500 milhões à companhia. William França, diretor-executivo de Processos Industriais e presidente do conselho de administração da Transpetro, era responsável pela negociação da compra de unidades de fertilizantes da Unigel. Ele teria escrito em um chat de um aplicativo de reuniões virtuais que seria preciso “marretar” uma greve para sustentar que era preciso fechar o contrato porque, do contrário, as fábricas seriam fechadas e poderia haver reação sindical e movimento grevista na petroleira. A informação é da coluna de Malu Gaspar. A sindicância foi aberta no início deste mês, depois que o canal de compliance recebeu denúncias de que integrantes da gestão de Jean Paul Prates estariam pressionando subordinados para fechar o negócio, apesar de a área técnica ter apontado o risco de prejuízo. O contrato foi fechado em 29 de dezembro de 2023. (Globo)

TCU aponta corrupção em contratos para compra de blindados na gestão Bolsonaro

Uma investigação do Tribunal de Contas da União, o TCU, encontrou fortes indícios de corrupção em contratos da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Federal e do Ministério da Defesa durante a gestão de Jair Bolsonaro no Planalto. Os contratos eram de compra de viaturas blindadas da empresa Combat Armor, ligada a Daniel Beck, um apoiador de Donald Trump nos Estados Unidos. De acordo com o TCU, a Combat Armor faturou R$ 39 milhões no governo Bolsonaro, em contratos direcionados de forma fraudulenta à companhia e com “condescendência de agentes públicos” — entre eles Silvinei Vasques, ex-chefe da PRF na administração bolsonarista. A Combat Armor, segundo a investigação, era uma “empresa de papel” nos Estados Unidos, sem sede ou funcionários, até o começo de 2019, quando chegou ao Brasil para participar de licitações públicas. (Veja)

‘O Avesso da Pele’, de Jeferson Tenório, é censurado no Rio Grande do Sul

O livro “O Avesso da Pele” (Cia. das Letras), de Jeferson Tenório, foi censurado na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul. Para a diretora de uma escola estadual, o romance se utiliza de “palavras de baixo calão” e reproduz atos sexuais, o que entende como “inadmissível”. Após gravar o vídeo com as acusações, Janaína Venzon deu entrevista à rádio Gazeta do Sul e disse sentir “estranheza” com o recebimento do material, que consta no Programa Nacional do Livro e Material Didático (PNLD), e disse não saber “quem comprou, quem autorizou”. As obras foram retiradas da escola. Antropóloga e historiadora, Lilia Schwarcz saiu em defesa do autor e do livro, indicando que foi a própria diretora quem selecionou o título, além de atribuir ao tema da obra – a estrutura racista do país – a censura praticada em Santa Cruz do Sul. “O Avesso da Pele” venceu a categoria “melhor romance literário” do Prêmio Jabuti 2021 e foi traduzido para diversos idiomas. Não é a primeira vez que o romance é alvo de censura:  uma escola particular de Salvador também o retirou das bibliotecas. (O Globo e Gazeta do Sul)

Previ pede divulgação de ata de reunião com racha entre conselheiros da Vale

A Previ solicitou à Comissão de Valores Imobiliários, a CVM, a divulgação entre acionistas da ata da reunião do conselho de administração da Vale do último dia 15. No encontro, foi exposto o impasse na companhia pela sucessão do atual presidente, Eduardo Bartolomeo. O pedido foi feito pelo fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, um dos principais acionistas de referência da empresa, na noite de sexta-feira. O Estadão revelou que o governo Lula vem tentando interferir na companhia e isso dividiu o conselho. Na reunião do dia 15, seis conselheiros, liderados por investidores estrangeiros, votaram pela permanência de Bartolomeo no cargo. Outros seis, entre os quais a Previ e a Bradespar, optaram pela formação de uma lista tríplice para a seleção do sucessor. Lula tentou, sem sucesso, emplacar o ex-ministro Guido Mantega na presidência da empresa e também no conselho de administração. Em entrevista à RedeTV, Lula disse que a “Vale não pode pensar que é dona do Brasil” e que precisa estar de acordo com o entendimento de desenvolvimento do governo. (Estadão)

‘Milícia rural’: grupo armado no sul da Bahia atua por reintegração clandestina de posse

Para ler com calma. Um grupo conduzido por fazendeiros e donos de terras no sul da Bahia é investigado pelas autoridades locais por acusações que vão de conflitos armados a relações ilegais com a Polícia Militar. O Invasão Zero é iniciativa de Luiz Uaquim, ex-presidente do PTB de Ilhéus, e Dida Souza, filiada ao PL, que criaram o grupo como uma rede de avisos e convocações para ataques em caso de ocupações do MST ou de comunidades indígenas e quilombolas. O Invasão Zero tem menos de um ano de operação, mas já atua em dez estados de todas as regiões do país, com cerca de 15 mil membros — e inspirou uma frente parlamentar de mesmo nome em 2023, que teve Jair Bolsonaro como padrinho. O grupo também é acusado pelo conflito que culminou na morte de Nega Pataxó, liderança do povo Pataxó Hã Hã Hãe, em confronto iniciado por policiais quando da chegada da facção ao local. Para alguns, o Invasão Zero é uma “milícia rural” que conta com “poder financeiro e político”, além da conivência da polícia, apontada como aliada informal do grupo nas operações clandestinas de reintegração de posse. De acordo com o grupo, suas ações se dão “de forma pacífica e ordeira com a presença da PM”. (O Globo)

Em discurso agressivo, Milei anuncia pacote ‘anticasta’ e busca apoio de governadores

Em seu primeiro discurso no Congresso, para abrir o ano legislativo, Javier Milei, presidente da Argentina, anunciou um pacote de leis “anticasta”. Na fala de mais de uma hora, Milei alternou falas agressivas contra políticos, jornalistas e sindicalistas com outras em que buscava contemporizar, como “[o conflito] não foi o caminho que escolhemos”. Entre os projetos que Milei pretende enviar ao Congresso, na frente política, estão o de criar uma lei da ficha limpa e eliminar o financiamento público a partidos. Do lado trabalhista, o presidente quer proibir a reeleição de sindicalistas, sobrepor acordos salariais de empresas àqueles feitos coletivamente por setor e descontar o dia do servidor em greve. No âmbito da economia, Milei pretende propor penalizar por lei o presidente, o ministro da Economia, os funcionários do Banco Central e os congressistas que aprovarem orçamentos que financiem o déficit fiscal com impressão de dinheiro, o que gera inflação. No discurso, o presidente argentino convidou os 24 governadores a assinarem na província de Córdoba, no próximo dia 25 de maio, um acordo com dez políticas de Estado para o país, que chamou de “Acordo de Maio”. Antes, segundo Milei, ele deve chamar os governadores à Casa Rosada para assinar um “pré-acordo”.  Com isso, deve trocar o apoio dos governadores à “lei ônibus” por um pacote de alívio fiscal para as províncias. (Folha)

Freire Gomes depõe à PF por sete horas e admite ter participado de reuniões sobre minuta do golpe

O general Freire Gomes respondeu a todas as perguntas da Polícia Federal durante as mais de sete horas em que prestou depoimento na sexta-feira. Citado no inquérito que investiga a tentativa de golpe bolsonarista, Freire Gomes comandou o Exército em 2022 e foi informado que seria ouvido na condição de testemunha, tendo a obrigação de falar a verdade. De acordo com fontes da PF ouvidas pela TV Globo, o general disse tudo o que sabia. O conteúdo do depoimento é mantido em sigilo para não comprometer o resultado da investigação. Foi Freire Gomes quem deu a ordem para que o acampamento golpista em frente ao QG do Exército em Brasília não fosse desmobilizado. A PF quer saber se a ordem partiu dele ou se ele recebeu ordem superior para evitar que o acampamento fosse desmontado. O depoimento de Freire Gomes é visto como complementar ao do general Estevam Theophilo, do Comando de Operações Terrestres, o Coter. Ele teria dito à PF que não tinha poder para dar ordens para tropas, apenas coordenar as suas ações depois de acionadas. Somente depois de uma ordem para que as tropas entrassem em ação ele faria o trabalho de coordená-las. Os investigadores consideraram o depoimento de Theophilo muito produtivo. (g1)