Luciana Lima

Repórter especial do Meio. Jornalista formada pela UFES. Adora política e, desde que chegou a Brasília, vive reportando fatos e bastidores do Congresso Nacional, Planalto e Judiciário, campanhas presidenciais e a relação do Brasil com a Europa, Asia e América Latina.

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Mal teve tempo de digerir a disputa que se dará no 2º turno e resultado da eleição para a Câmara e para o Senado, da qual o campo da direita bolsonarista saiu fortalecido, a cúpula da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já está reunida nesta segunda-feira (3/10), às 10h, em São Paulo, para traçar os caminhos possíveis de apoios mútuos.
Desta primeira reunião participam Lula, a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann (PR) e coordenadores do núcleo duro de Lula. À tarde, a partir das 15h, haverá uma reunião de todos os coordenadores, incluindo os partidos da frente de apoio (PT,PV, PCdoB, PSB, Rede, PSol, Solidariedade, Avante, Pros, Agir).
Entre os caminhos possíveis a serem tomados está, por exemplo, a busca de um acordo com o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB-RS) que disputará o segundo turno com o ex-ministro bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL).
Lorenzoni teve 37,50% dos votos e Leite 26,81%. Pelo acordo pretendido pelo PT, Lula e Edegar Pretto (PT) entregariam a Leite os votos petistas com o objetivo de virar o jogo sobre Onyx. Pretto saiu derrotado, mas com 26,77% dos votos gaúchos e com apenas 2.441 votos a menos que Leite. Os petistas esperam do tucano a defesa de Lula em terras gaúchas.
Publicamente, Leite já sinalizou disposição para o “diálogo”: "Temos diferenças do ponto de vista programático bastante fortes com o PT. Mas no campo do como fazer, o nosso campo é do diálogo. Aqueles que estão dispostos a dialogar conosco, nós vamos dialogar, como sempre fizemos no governo", disse.
Atrelado a essa negociação, o PT quer com o PSDB do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), o apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT-ST), que enfrentará o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) nesta segunda fase da eleição.
O PT já descarta buscar o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Um dirigente petista informou que Kassab já avisou que manterá a sua “neutralidade”. Essa posição é um obstáculo para a missão do PT de conseguir os votos do campo de centro-direita necessários para Lula.
Aliás, petistas estavam estranhado o comportamento de Kassab no primeiro turno da eleição, mais especificamente, a falta de apoio do presidente do PSB a candidatos de seu próprio partido, em Minas Gerais.
“Achávamos que Kassab estaria presente na campanha de Kalil (PSD) ao governo e de Alexandre Silveira ao Senado e isso não aconteceu”, disse o petista da cúpula da campanha, referindo-se ao candidato ao governo de Minas Alexandre Kalil (PSD) e ao Senado, Alexandre Silveira (PSD).
Vale lembrar que o acordo de apoio a Kalil exigiu a renúncia de deputado federal Reginaldo Lopes, que já havia se lançado ao Senado e, em nome da candidatura de Lula, optou por não dividir votos com Silveira. Mesmo assim, a vaga ao Senado ficou com Cleitinho Azevedo (PSC), aliado de Bolsonaro.
A omissão de Kassab pode até ser compreendida pelo fato de que um apoio a Lula seja motivo de um racha no PSD, mas a omissão de Kassab em um dos estados mais importantes deixou clara a possibilidade de diálogo com o PT agora no segundo turno. Até porque, o PSD que saiu vitorioso das urnas é aquele mais próximo de Bolsonaro, tanto no Congresso, quanto no governo dos estados, como é o caso da reeleição de Ratinho Júnior, no Paraná, em 1º turno, com 69,64% dos votos, sobre o ex-governador Roberto Requião (PT) que ficou em segundo lugar, com 26,23%.
Quanto a Ciro, a postura do PT deverá ser de esperar primeiro uma manifestação. Dirigentes petistas avaliam que qualquer busca agora seria desastrada visto que, na campanha, Ciro se mostrou beligerante em relação ao partido e contribuiu para reascender um dos principais obstáculos a Lula: o antipetismo. Na avaliação de petistas, o PDT, partido de Ciro, deverá vir primeiro que Ciro para o apoio.
Essa impressão de petistas não é gratuita. Na manhã desta segunda-feira, o partido de Ciro já se movimentou no sentido de buscar um alinhamento. O presidente da legenda, Carlos Lupi, deverá convocar uma reunião da comissão executiva da legenda, hoje a tarde ou no mais tardar, na terça de manhã”, para definir sobre apoio a Lula. Um aguerrido defensor da candidatura de Ciro dentro da legenda disse ao Meio que o sentimento é de tentar “unir esforços contra o fascismo”. “Vamos seguir Brizola e tapar o nariz para engolir o sapo barbudo. Ciro é a pessoa que mais ama o Brasil e nunca admitirá que o país caminhe para o fascismo”.
Junto com a negociação nacional, o PDT também está disposto a colocar na mesa de negociações o apoio a Fernando Haddad (PT) em São Paulo, contra o bolsonarista Tarcísio.
Já em relação à Simone Tebet, o PT avalia como mais fácil a busca pela candidata do MDB. Essa investida não deve ser somente por apoio no segundo turno. O MDB, partido que mais se beneficiou com o impeachment de Dilma Rousseff, passou a ser a chance de Lula, caso seja eleito, melhorar sua base no Congresso. Lula não descarta a possibilidade de oferecer uma pasta em um eventual novo governo para Simone.

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