Editor-executivo do Meio. Jornalista e roteirista, foi publisher da Bravo!, diretor de estratégia digital na Abril e na MTV, diretor de redação da revista Trip, além de ter sido editor na Folha de S. Paulo e no Estado de S.Paulo. Tem um olho para tecnologia, para comportamento e para cultura, e uma paixão especial por música.
No último fim de semana, o festival Vozes chegou à sua segunda edição no Museu do Amanhã. O Meio acompanhou o primeiro dia do evento, interessado não só na proposta de um line-up que trazia um recorte muito instigante da música negra brasileira atual, mas de experimentar um festival em um espaço menor e, ao mesmo tempo, atravessado pela beleza da Baía de Guanabara e o futurismo retrô do museu que se estende em sua direção como uma maquete de nave espacial de filme dos anos 1980.
Num primeiro momento, estranhei. Aquela voz que preencheu minha imaginação quando li Quarto de Despejo, obra mais famosa de Carolina Maria de Jesus, dotada daquele sotaque mineiro amalgamado de paulista, próximo do que ouvia nas ruas quando criança, estava deslocada geograficamente. Ao ser escutada na voz da atriz Tatiana Tiburcio, me tirava da favela do Canindé, na zona Central de São Paulo, e me colocava em alguma comunidade do Rio de Janeiro. Mas o que é a magia da atuação. Algum tempo depois de embarcar na viagem de pouco mais de sete horas que dura a versão dessa obra, lançada agora em audiolivro pela Supersônica, já tinha recuperado a imagem mental da minha Carolina Maria, construído aquele espaço dos barracos de madeira e chão batido, da sujeira, as ruas centrais com papeis por catar, os contornos das personagens em pé de guerra, e já estava me lixando para os eventuais "tumatchs" e "Alixandrisch".
Cada bolha se comporta de um jeito. Na minha, a pergunta que mais ouvi nesta semana foi: você vai pra Flip? Meio acanhado, respondia que não neste ano. Mesmo de longe, sempre fica aquela ponta de vontade de circular atrás de boas conversas, encontrando amigos, tietando disfarçadamente autores que você admira – de um jeito meio blasé, claro, afinal ninguém precisa saber que você paga um pau pra fulano, pra beltrana ou pre sicrane. Tudo na verdade para terminar o dia na peleja com o calçamento histórico de Paraty quando a noite cai e o corpo sai atrás daquela mesma alegria fatal.
No Conversas com o Meio de 18 de setembro de 2024, um papo entre o ex-apresentador da MTV e crítico musical, Fabio Massari, e o jornalista Guilherme Werneck. Na pauta, o livro: "84, O Álbum Inglês", seu sexto lançamento , e também sua trajetória musical, que o tornou referência em bandas diferenciadas e músicas estranhas para várias gerações.
Nando Reis está lançando um inédito e ousado projeto: um disco quádruplo totalmente autoral, intitulado "Uma Estrela Misteriosa Revelará o Segredo". O cantor e compositor, que é um dos grandes nomes da música brasileira e, também, um dos maiores arrecadadores de direitos autorais do país, é o entrevistado do Conversas com o Meio desta quarta, 28 de agosto de 2024. No papo com Guilherme Werneck, editor executivo do Meio, o ex-titã fala sobre o lançamento que está por vir, sobre política e sobre sua vida pessoal.
No Conversas como Meio de 20 de agosto de 2024, Marcelo Rubens Paiva fala com o jornalista Guilherme Weneck sobre o livro ‘Ainda estou aqui’, em que o escritor conta a trajetória espetacular da mãe, que enfrentou o Alzheimer na velhice. A obra tornou-se filme de Walter Salles e foi selecionada para os principais festivais de cinema, com estreia ainda não definida. No papo, política, desaparecidos da ditadura, música, memória, acessibilidade e muito mais.
Para ler com calma: No ano até meados de junho, o real teve queda de 17% em relação ao dólar, o pior desempenho entre todas as moedas importantes durante este período. A Bolsa de Valores de São Paulo perdeu 8% do seu valor, mesmo com a recuperação de outros mercados emergentes. As razões para essa crise não são difíceis de adivinhar: os investidores duvidam do compromisso de Luiz Inácio Lula da Silva, com políticas fiscais e monetárias responsáveis, e desconfiam do seu flerte renovado com um Estado grande.
Mozart, Bach, Villa-Lobos, Debussy, Jobim, Gismonti são alguns dos compositores citados por outros músicos para se referir ao tamanho de Léa Freire na música brasileira ao longo do documetário A Música Natureza de Lea Freire, de Lucas Weglinski, que chega agora aos cinemas.
Um relatório publicado pelo Global Project Against Hate and Extremism, organização que monitora a propagação do racismo, apontou que White Boy Summer, música de Chet Hanks, filho do ator Tom Hanks, tem sido utilizada por supremacistas brancos e outros grupos de ódio.
Em um 30 de maio como hoje, só que em 1431, Joana D'Arc era queimada viva em Rouen, condenada por heresia. A camponesa que se havia liderado o exército francês contra os ingleses na Guerra dos Cem Anos é um dos mais emblemáticos símbolos da força feminina. São muitas camadas em torno de sua história, da camponesa que se torna guerreira, da herege que, 300 anos depois, é considerada santa. Joana D'Arc moldou tanto o arquétipo da guerreira que uma outra mulher de origem popular, Maria Quitéria, tornada líder no campo de batalha durante a Guerra da Independência do Brasil, recebe o apelido de Joana D'Arc brasileira. Meio conversou com a pesquisadora Isabelle Anchieta, autora de Revolucionárias: Joana d’Arc e Maria Quitéria, sobre a importância e paralelo entre essas duas mulheres notáveis.
