A seita de Milei, Trump e Bolsonaro
A gente sabe que as palavras têm um peso, um significado — e que isso importa. Nós, jornalistas, que as usamos como ferramenta de trabalho, devemos ser ainda mais cuidadosos com elas.
Lula desautorizou Haddad?
No café da manhã com jornalistas, na sexta-feira, o presidente Lula disse que “dificilmente” a meta do déficit fiscal zero será atingida em 2024. “Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai fazer. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. O país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para este país.” A reação do mercado foi imediata. De parte dos políticos também. Assim como da imprensa tradicional. Sabe que eu não canso de me surpreender com a “surpresa” desse pessoal? Duas coisas que foram repetidas incessantemente desde sexta e que, pra mim, simplesmente não fazem sentido. A primeira é que Lula falou isso de improviso. Olha, é notório e sabido que o presidente fala, sim, de improviso, no sentido de que nem sempre consulta alguém antes ou escreve a mensagem que quer passar. Mas deduzir, daí, que sua fala é inconsequente ou impensada soa até como ingenuidade a essa altura.
Rio em guerra: o que Lula e Dino podem fazer?
Foi grave demais o que aconteceu no Rio, com 35 ônibus e um trem em chamas, numa cena de guerra conflagrada, por conta da morte de um chefe de milícia da Zona Oeste. A gente que não mora nas comunidades costuma falar de uma cidade “refém” do crime organizado - e das operações policiais de combate ao crime -, de forma metafórica, e só quando algo dessa magnitude explode é que a coisa fica mais palpável. Mas pras quase 50 mil crianças que dia sim, dia também ficam sem aula nas escolas onde as operações acontecem, não tem metáfora nenhuma nisso. É bem concreta a situação de sequestro das suas vidas, de seus futuros, de qualquer oportunidade de, pelos estudos, encontrar uma saída.
AGU fecha acordo para pagar R$ 9 bilhões por precatórios do Fundef
A Advocacia-Geral da União (AGU) fechou duas negociações e pretende encerrar a disputa com dez estados que movem ações no Supremo Tribunal Federal contra o governo por conta de valores do Fundef. O valor a ser pago pela União deve ficar em torno de R$ 9 bilhões, o que representaria menos de um terço dos R$ 30 bilhões que o governo federal arriscava perder se as ações prosseguissem. Em 2017, a União foi condenada a complementar repasses feitos à educação entre 1998 e 2007, porque o STF decidiu que o valor mínimo por aluno destinado aos estados não podia ser inferior à média nacional. Esses repasses foram responsáveis por um aumento de gastos com precatórios na proposta de Orçamento de 2022. A alternativa encontrada pelo governo Bolsonaro e aprovada pelo Congresso foi fixar um teto para o pagamento dos precatórios, adiando parte desses pagamentos para os anos seguintes, no que ficou conhecido como PEC do Calote. (Folha)
Ex-advogada de Trump se declara culpada em caso da Geórgia
Sidney Powell, ex-advogada de Donald Trump, declarou-se culpada de seis acusações de conspiração por ajudar nos esforços para reverter sua derrota eleitoral no Estado da Geórgia. Ela também concordou em testemunhar contra Trump e outros corréus no caso, se assim for solicitado. Powell admitiu ter conspirado para acessar ilegalmente máquinas eleitorais seguras na zona rural do condado de Coffee, no sudeste da Geórgia, em janeiro de 2021. O acordo de confissão prevê que ela seja condenada a seis anos de liberdade condicional. Trump, por sua vez, já havia se declarado inocente no indiciamento no condado de Fulton, na Geórgia. Ele lidera as pesquisas sobre a corrida presidencial dos Estados Unidos em 2024. (Terra)
Tensão aumenta na Cisjordânia com protestos e mortes de palestinos
Oito palestinos e um policial israelense foram mortos na Cisjordânia, nesta quinta-feira, em decorrência de uma nova operação de Israel, segundo o Ministério da Saúde da Palestina. No total, já são 73 os mortos no território. As Forças de Defesa de Israel afirmaram ter prendido 524 pessoas na Cisjordânia, que é o território reivindicado por palestinos para a criação de seu Estado, desde o início da guerra com o Hamas — 330 teriam ligação com o Hamas, que não controla a Cisjordânia, mas cuja influência no território tem aumentado. Na quarta-feira, houve protestos em Ramallah, capital da Cisjordânia, que acabaram reprimidos pela polícia da Autoridade Nacional Palestina, grupo político rival ao Hamas, que pede que a população local se rebele. O clima está tenso há meses, por conflitos entre moradores da região e judeus ultraortodoxos que vivem em assentamentos construídos por Israel. (g1)