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Flávia Tavares

Editora-chefe do Meio. Jornalista com mais de 20 anos de carreira, com passagens pelo Estadão; pela revista Época, como repórter em Brasília e editora de política em São Paulo; e pela CNN, como editora-chefe do site. Ama escrever sobre política e direitos humanos. E agitar as reuniões de pauta com brincadeiras fora de hora.

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Bolsonaro, o cristão perseguido

Em 2011, ainda deputado, Bolsonaro fez um cálculo político. Era hora de ampliar seu público eleitoral. Ele escolheu a pauta de costumes e religiosa e, duas eleições depois, se tornou presidente. Mas nunca deu sinais de que realmente incorporou a lição 1 do cristianismo. Falar de religião e política vai ser um necessário exercício da nossa democracia. Antes, precisamos desmascarar quem usa Deus como escudo político.

O mérito dos super-ricos

Dá pra defender que super-rico não deve ser taxado como os demais investidores? Se eles tiverem o senso de que qualquer virtude vai além das conquistas, tem de passar necessariamente pelo que se dá de volta, não dá. Mas a história da Humanidade mostra como é difícil trazer parte da elite pra mesa pra conversar sobre privilégios — e ônus na construção de uma democracia.

A traição de Lula a Janja

Ao que tudo indica, Lula caminha a indicar mais um homem, branco, para o STF. Isso seria uma imensa traição aos movimentos que o sustentam e à socióloga feminista que Janja é. Não adianta acusar o mundo de ser machista ao derrubar Dilma ou criticar Janja e perpetuar a escolha só de homens para cargos de poder. Para ser aliado da luta, não basta não agredir mulheres. Não impedir que elas avancem. É preciso garantir seu acesso a lugares onde elas estão interditadas.

Amor de mãe pra “família militar”

Comandante do Exército falando em “família militar”, general pedindo pra jantar com a Janja, hacker querendo Nescau. Tem muito macho golpista precisando de afago e colo. Mas não se releva ou se premia crime oferecendo prestígio político em troca. Qualquer mãe sabe disso.

Os militares e o apagão do bolsonarismo

É engraçado testemunhar a patacoada corrupta de bolsonaristas e militares? Se é. Só que por trás da comédia pastelão tem o fato de que instituições brasileiras, inclusive as Forças Armadas, estiveram dispostas a endossar o bolsonarismo sabendo exatamente do que se tratava. É hora de o PT agir pra diminuir de vez o poder dos militares na política.

A gente precisa da polícia. Mas de qual?

Policiais que estão sempre em estados de guerra, com cada vez menos preparo e orientação, incitados por governantes que querem mais ação e menos inteligência, não conseguem fazer bem seu honrado trabalho de proteger os cidadãos. E o preconceito com a polícia ou com os direitos humanos não ajuda a resolver essa equação.

O caminho para vivermos em rede(s)

Michael Sandel é o filósofo mais popular do mundo. Paradoxal? Pois o professor do curso mais cobiçado de Harvard é movido a resolver contrassensos, aproximar diferentes, conciliar o que parece irreconciliável. E, não raro, usa a tecnologia para isso.

O que nos contam as cenas de horror no litoral paulista?

A contagem dos mortos sobe enquanto autoridades relativizam os tiros a esmo dados por agentes pagos, treinados e equipados pelo estado numa comunidade pobre do Guarujá. No #MesaDoMeio desta terça (1º), Pedro Doria, Mariliz Pereira Jorge, Christian Lynch e Flávia Tavares fazem o primeiro programa a quatro e analisam "operação vingança" da Polícia Militar de São Paulo no litoral do estado. Além disso, o quarteto analisa o retorno das atividades em Brasília após os recessos do Legislativo e do Judiciário.

Caso Marielle: quem são e quem deveriam ser os protagonistas?

O ministro da Justiça, Flávio Dino, é, sim, um protagonista no avanço da Polícia Federal na investigação sobre o assassinato da vereadora e seu motorista. Falta descobrir o protagonista mandante. E cabe a Lula, protagonista da esquerda, assegurar que mulheres, e mulheres negras, estejam em posição de poder, na Esplanada e no STF.

O intocável Arthur Lira

É com ele que Lula precisa negociar a governabilidade. Mas saber que seu poder é fruto, entre outras coisas, de uma cultura de impunidade de políticos poderosos remete ao sentimento antigo de querer ver autoridades presas a qualquer preço, tão bem manipulado pela Lava Jato. Quando o Brasil vai encontrar o equilíbrio entre punir políticos sem acabar com a política?

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