Após fala de Lula desacreditando déficit zero, Haddad diz que sua meta está ‘estabelecida’
Nada de respostas diretas sobre a manutenção do objetivo de déficit zero em 2024. Após a fala do presidente Lula da última sexta-feira, afirmando que dificilmente o governo cumprirá a meta para as contas públicas no ano que vem, em entrevista nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, saiu pela tangente. Mas afirmou que a sua "meta está estabelecida". Disse também que pode antecipar medidas de arrecadação de receitas previstas para o próximo ano para perseguir o ajuste fiscal. “O que levei para o presidente foram os cenários possíveis, se tiver de antecipar medidas para 2024, eu encaminho. O meu papel é buscar o equilíbrio fiscal, farei isso enquanto estiver no cargo, não é por pressão do mercado financeiro, acredito que o Brasil, depois de dez anos, precisa voltar a olhar para as contas públicas”, afirmou. “A minha meta está estabelecida: vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias para que nós tenhamos um país melhor.”
Fala de Lula sobre meta fiscal faz Ibovespa cair e dólar subir
Ao minimizar a necessidade de cumprimento da meta fiscal nesta sexta-feira, o presidente Lula impactou o Ibovespa, que chegou a subir 0,49% pela manhã, mas fechou em queda de 1,29%. Já o dólar, que havia caído até 1,17% antes da fala do presidente vir a público, fechou em alta de 0,46%, a R$ 5,01%. Em Nova York, o Dow Jones fechou em baixa de 1,12%, o S&P 500 recuou 0,48% e o Nasdaq subiu 0,38%. (Valor Investe)
Sem citar Hamas, Assembleia Geral da ONU aprova resolução por trégua humanitária
A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta-feira por ampla maioria uma resolução que pede uma "trégua humanitária" na Faixa de Gaza. Com 120 votos a favor, incluindo o Brasil, 14 contra, entre eles o de Estados Unidos e Israel, e 45 abstenções, o texto não menciona o Hamas. O resultado tenta romper o imobilismo da ONU após 21 dias de guerra. A resolução, que não tem o mesmo peso de uma do Conselho de Segurança, serve apenas como recomendação. Além dos corredores humanitários, o texto pede a liberação imediata dos civis sequestrados, a revogação da ordem de evacuação do Norte de Gaza por Israel, condena "atos terroristas", mas não cita o direito a autodefesa de Israel e nem o nome do Hamas.
Moraes vota pela condenação de mais seis réus do 8 de janeiro
No plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes votou pela condenação de mais seis réus presos dentro do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro. O prazo de votação começou a zero hora desta sexta-feira e vai até 7 de novembro. Os seis respondem por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Moraes propôs penas que variam de 14 a 17 anos de prisão e destacou a necessidade de ressarcimento dos cofres públicos pelos réus. (Metrópoles)
Operações terrestres estão sendo expandidas em Gaza, diz Israel
As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram nesta sexta-feira que estão “expandindo as operações terrestres” na Faixa de Gaza, de acordo com o contra-almirante Daniel Hagari. “Além das operações ofensivas que realizamos nos últimos dias, as forças das FDI estão expandindo sua operação terrestre esta noite”, disse. “Centenas de milhares de soldados das FDI estão ao redor das fronteiras do Estado – no ar, na terra e no mar – para proteger o Estado”, acrescentou. Enquanto o anúncio era feito, a CNN registrava uma série de explosões na Faixa de Gaza. “Houve muitos disparos de tanques de onde estamos”, relatou o repórter Nic Robertson, que está em Sderot. “Rodada após rodada de fogo de artilharia indo para Gaza também. Múltiplos impactos relatados em Gaza e na Cidade de Gaza.” (CNN)
PF acessa dados secretos e lista de informantes sem elo com investigação, dizem oficiais
A Polícia Federal apreendeu bancos de dados na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com nomes de informantes e de operações secretas ainda em andamento, relataram oficiais de inteligência à Folha. No último dia 20, a sede da agência foi alvo de busca e apreensão em operação da PF na investigação que apura o uso ilegal de um programa de monitoramento da localização de celulares contra jornalistas, juízes e adversários políticos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Segundo as fontes, os dados acessados pela PF não têm relação com o uso do software FirstMile e uma possível divulgação colocaria em risco a soberania nacional, a segurança de informantes e de servidores da agência. A PF foi procurada, mas não se manifestou. Fontes da investigação afirmam, no entanto, que todo material apreendido será analisado e que informações sigilosas terão o sigilo mantido. (Folha)
Morte de ex-premiê chinês revive questões sobre o país
O anúncio da morte do ex-premiê chinês Li Keqiang, de 68 anos, gerou 1,8 bilhão de cliques na principal mídia social do país em apenas 12 horas, conta Marcelo Ninio. Número dois na hierarquia do Partido Comunista por uma década, até se aposentar em março deste ano, Li era considerado um moderado reformista. Conhecido pelo jeito mais descontraído, ganhou popularidade entre muitos chineses, que viam nele a esperança de um país mais aberto. Segundo a TV oficial, ele sofreu um infarto fulminante quando visitava Xangai. Sua morte pegou a China de surpresa, surgindo especulações sobre as reais circunstâncias, mesmo sem haver qualquer indício de que a versão oficial não seja a correta. De origem modesta, construiu uma carreira marcada pelos estudos econômicos e pela lealdade ao partido. Afilhado político do ex-líder do PC Hu Jintao, chegou a ser cotado para sucedê-lo, mas foi superado na corrida por Xi Jinping. A morte de Li evocou duas outras questões. Para onde teria ido a China caso Li tivesse sido o escolhido para liderar o país, com um estilo mais aberto que o de Xi? A segunda pergunta tem a ver com a memória de outro líder mais liberal, Hu Yaobang. O luto provocado por sua morte, em 1989, foi o início do movimento que levou aos protestos pró-democracia da Praça da Paz Celestial, esmagado três meses depois pela repressão do Exército. (Globo)
Bernard Appy diz que o ideal é que não haja mais mudanças na reforma tributária
O secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, avalia que a ampliação das exceções na reforma tributária é ruim, mas deve ter efeito pequeno sobre as alíquotas dos novos tributos, pois foi compensada por mudanças que limitaram benefícios e isenções. O Ministério da Fazenda ainda não atualizou os cálculos, que apontavam cobrança total entre 25,5% e 27% sobre o consumo. “Obviamente, pressão vai ter, mas o ideal é que não tenha mais mudanças no texto. Ou tenha um mínimo de mudança daqui para frente”, disse Appy, que critica concessões como a alíquota menor para profissionais liberais e tratamentos específicos para os setores aéreo, de comunicação institucional e de saneamento. (Folha)