Andrea Freitas

Editora do Meio. Jornalista formada pela Uerj, é mestre em Relações Internacionais pela PUC-Rio. Com mais de 20 anos de experiência, a maior parte cobrindo economia, passou pelas redações de Jornal do Brasil, Jornal do Commercio, EFE e O Globo. Nas horas vagas, ama viajar, jogar tênis e surfar.

Diplomata que participou do acordo de 1993 diz que não há negociação com terroristas

A diplomata Revital Poleg participou, em 1993, das negociações do Acordo de Oslo, como consultora-geral do ministério de Relações Exteriores de Israel. Em entrevista ao Estadão, ela analisa os primeiros dias do conflito e afirma sem hesitar que não há conversa ou negociação possível com o Hamas. “Não acho que podemos estabelecer alguma saída diplomática com terroristas, não é uma questão de querer. O ponto é que com terroristas você não fala. Há 30 anos, quando começou o processo de Oslo, havia uma intenção pelo menos, havia uma vontade. Não estamos na mesma situação. O próprio Hamas não dialoga nem com a Autoridade Palestina.” (Estadão)

Robert F. Kennedy Jr. anuncia candidatura independente à presidência americana

Dando fim à tentativa de derrotar o presidente Joe Biden nas primárias democratas, o advogado ambiental Robert F. Kennedy Jr. anunciou nesta segunda-feira sua candidatura independente à presidência dos Estados Unidos em 2024. O anúncio ocorre após várias semanas de especulação sobre seu futuro político. Kennedy Jr. nunca ocupou cargo público, mas inspirou um pequeno grupo de apoiadores devido a sua defesa contra decretos de saúde pública e a influência do dinheiro nas decisões do governo e das empresas. Ele é filho do ex-procurador-geral Robert F. Kennedy, conhecido como Bob Kennedy, e sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy. Alguns de seus irmãos emitiram uma declaração conjunta, classificando a decisão de “perigosa para o país”. Pesquisa Reuters/Ipsos da semana passada revelou que 14% dos eleitores apoiavam Kennedy Jr., 40% preferiam Trump e 38%, Biden. (CNN Brasil)

Em meio à guerra, Ibovespa sobe e dólar cai

A guerra entre Israel e Hamas pegou de surpresa os mercados, mas não gerou abalos. No primeiro pregão pós-ataques, o Ibovespa fechou em alta de 0,86%, aos 115.156 pontos, enquanto o dólar encerrou o dia com queda de 0,61%, a R$ 5,13. Em Nova York, Dow Jones avançou de 0,59%, S&P 500 subiu 0,63% e Nasdaq fechou em alta 0,39%. Os analistas, no entanto, não apostam na manutenção da calmaria. (Valor Investe)

Ministro do Trabalho afirma que economia ‘suportaria’ jornada semanal de 4 dias

Durante audiência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu nesta segunda-feira que o Congresso trate da redução da jornada de trabalho semanal. Ele lembrou que já há empresas no Brasil experimentando o modelo de quatro dias por semana. O assunto, no entanto, ainda não foi tratado com o presidente Lula. Além disso, sociedade e o Parlamento teriam de entrar em consenso. “É a minha opinião, não de governo. Mas tenho certeza que o presidente Lula não iria bloquear um debate, em que a sociedade reivindique que o Parlamento analise a possibilidade de redução da jornada de trabalho sem redução dos salários evidentemente. Eu acho que a economia brasileira suportaria.” (Globo)

Irã acompanhou elaboração do plano de ataque desde agosto, segundo jornal

A Guarda Revolucionária do Irã trabalhou com o Hamas desde agosto para a elaboração dos ataques do último sábado. A decisão final sobre a ofensiva foi tomada em uma reunião na segunda-feira da semana passada em Beirute, afirmaram, ao Wall Street Journal, fontes do Hamas e do grupo xiita libanês Hezbollah. Os detalhes foram alinhados em várias reuniões com a presença da Guarda Revolucionária e de quatro grupos militantes apoiados pelo Irã, entre eles o Hamas e o Hezbollah. Autoridades americanas afirmam que não identificaram envolvimento direto de Teerã, mas admitem que certamente há alguma relação. (Wall Street Journal)

Por que Brasil não classifica o Hamas como ‘terrorista’

A classificação do Hamas como grupo terrorista divide a comunidade internacional. As motivações de cada país para classificar uma entidade como terrorista variam de acordo com interesses e diretrizes de sua política externa de cada um. Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e União Europeia consideram o grupo palestino uma organização terrorista. Brasil, China, Rússia, Turquia, Irã e Noruega, no entanto, não adotam esse termo. Historicamente, o Brasil só classifica uma organização como terrorista se a ONU também classificar dessa forma, como é o caso de Boko Haram, Al-Qaeda e Estado Islâmico. O ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a se manifestar pela classificação do Hamas e do Hezbollah como terroristas. Oficialmente, porém, o país não mudou sua postura. Mas, mesmo sem classificar o Hamas como terrorista, o Brasil já se manifestou contra o grupo na ONU: em dezembro de 2018, votando a favor de uma proposta americana na Assembleia Geral da ONU que condenava o grupo palestino pelo uso de foguetes contra Israel. O Hamas está na lista americana de entidades terroristas desde 1997. (BBC News Brasil)

‘Cerco completo’ se junta a 16 anos de bloqueio de Israel e Egito a Gaza

Além do impacto das ações militares de Israel, o anúncio do ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, de que Gaza não receberá “nenhuma eletricidade, nem alimentos, nem água, nem combustível” levou as agências humanitárias a alertarem sobre o agravamento da crise humanitária. O “cerco completo” se junta a 16 anos de bloqueio de Israel, muitas vezes acompanhado pelo Egito. Israel todas as passagens para Gaza. E autoridades humanitárias alertam sobre as consequências para os civis palestinos de um bloqueio completo. “Hospitais sobrecarregados que tratam de milhares de feridos terão agora que fazê-lo sem acesso confiável à eletricidade”, disse Mahmoud Shalabi, gerente sênior do programa de Ajuda Médica aos Palestinos, uma instituição de caridade com sede no Reino Unido. As autoridades egípcias não disseram imediatamente se o cerco anunciado por Israel a Gaza afetará sua política em relação à circulação de mercadorias e pessoas dentro e fora do território. (New York Times)

Hamas: se Israel fizer novos ataques, reféns civis serão mortos

Com a ofensiva militar lançada por Israel à Faixa de Gaza, o grupo islâmico Hamas ameaçou executar um refém civil a cada novo bombardeio israelense a casas de civis que aconteça sem aviso prévio. O porta-voz do Hamas, Abu Obaida, afirmou que o grupo tem agido conforme a orientação islâmica, mantendo os prisioneiros sãos e salvos, e que o aviso sobre as execuções é uma consequência do aumento dos bombardeios e mortes de civis palestinos dentro de suas casas devido aos ataques aéreos de Israel. Na cidade de Gaza, um campo de refugiados palestinos foi atingido pelo avanço israelense nesta segunda-feira. “Eles nos atingiram sem qualquer aviso. Era um F-16. Não houve aviso, nada. E você pode ver a destruição, veja por si mesmo”, disse um homem não identificado no campo de refugiados de Shati. Quase 74 mil pessoas estão em 64 abrigos da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA). (CNN Brasil)

Representante palestino na ONU: Israel vai entender apoio como licença para matar

O observador permanente do Estado da Palestina nas Nações Unidas, Riyad Mansour, pediu à comunidade internacional que não apoie a ofensiva militar de Israel em resposta aos ataques do Hamas. E defendeu que a paz e a segurança só serão alcançadas se o direito à autodeterminação for respeitado, condenando a ocupação por Israel de territórios palestinos. “Você não pode dizer que nada justifica matar israelenses, e depois fornecer uma justificativa para matar palestinos. Nós não somos subhumanos. Nunca aceitaremos uma retórica que negue nossa humanidade e nossos direitos. Uma retórica que ignora a ocupação da nossa terra e a opressão do novo povo”, afirmou Mansour. (Folha)

Reunião do Conselho de Segurança termina sem avanço

A reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para tratar do ataque do Hamas a Israel terminou neste domingo sem uma declaração conjunta dos países. O encontro ocorreu a portas fechadas. Fontes revelaram a Jamil Chade que um dos principais pontos discutidos foi a possibilidade de o conflito se espalhar e virar uma guerra regional. Havia uma proposta da França e dos Emirados Árabes Unidos de leitura e aprovação de uma declaração conjunta pelos 15 membros do conselho. Os Estados Unidos, no entanto, indicaram resistências em relação a alguns pontos da declaração. Os Emirados Árabes Unidos cederam e retiraram seu apoio ao texto conjunto. O embaixador brasileiro Sergio Danese, que presidia o encontro, explicou que os governos fizeram perguntas ao norueguês Tor Wennesland, coordenador da ONU para o processo de Paz no Oriente Médio, e que a reunião serviu para que cada delegação tivesse uma visão mais clara da situação. Também foi a ocasião, segundo ele, de que governos declarassem seu apoio para que um processo negociador pudesse ser retomado. (UOL)