Cinco dos sete conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio foram presos por ordens do ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça. Responsáveis por avaliar e referendar as contas do governo estadual, são acusados de fazer vista grossa para R$ 90 milhões em créditos embolsados indevidamente pelas empresas de ônibus da capital. Segundo as delações premiadas do ex-presidente do TCE, Jonas Lopes, e de seu filho, os cinco receberam propinas para permitir o desvio. Quem distribuiu o suborno teria sido o presidente da Assembleia Legislativa e capo político local, Jorge Picciani, levado ontem coercitivamente para depor. Foi um tiro no coração do núcleo que comanda o estado há mais de uma década. Entre os homens que tiveram a prisão temporária decretada estão o atual presidente do órgão, Aloysio Neves, que foi assessor do ex-governador preso Sérgio Cabral, e Marco Antônio Alencar, filho do também ex-governador tucano Marcello Alencar. Picciani teria ainda permitido que os conselheiros recebessem 15% dos valores liberados por um fundo dedicado a pagar fornecedores de alimentação de presos e adolescentes internados. Ainda na terça-feira, o líder da Alerj participara de uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente da República. A operação foi batizada Quinto do Ouro, lembrança do imposto pago pelos mineiros a Lisboa no século 18. Nenhum estado tem sido afetado mais por denúncias e prisões ligadas a corrupção local quanto o Rio. (Globo)
O ministro Gilmar Mendes definiu para a terça-feira, dia 4 de abril, o início do julgamento da ação que pode levar à cassação da chapa que elegeu Dilma Rousseff e Michel Temer. Na próxima semana, já há quatro sessões do TSE reservadas para o debate. A primeira ocorrerá na terça de manhã, e a seguinte, no mesmo dia à noite. Na sequência, os ministros se reunirão quarta e quinta-feira, também de manhã. O relator, Herman Benjamin, tem pressa. Ele gostaria de contar com o voto do também ministro Henrique Neves, cujo mandato na corte se encerra no dia 16. (Estadão)
Os ministros do TSE receberam ontem o relatório de 1.086 páginas assinado por Herman Benjamin sobre o processo que pode terminar na cassação da chapa que elegeu Dilma Rousseff e Michel Temer para o Planalto. Há uma sinalização inicial de que o julgamento poderia começar já na semana que vem. É motivo de preocupação no Palácio. Afinal, dois ministros que se inclinam a votar pela cassação estão para deixar o tribunal até meados de maio. Postergar interessa a Temer. Mas as regras da Corte estabelecem um prazo curto para a inclusão na pauta e o presidente, Gilmar Mendes, tem pouco espaço se quiser manobrar. O advogado de Temer, Gustavo Guedes, reclama que Benjamin não cumpriu outros prazos e que, num julgamento desta importância, deveria ser permitido mais tempo. Segundo informação de Lydia Medeiros, da coluna Poder em Jogo, tanto governo quanto oposição acreditam que o Tribunal não vai aceitar a tese de que as contas de candidata a presidente e seu vice são separadas e deve cassar o mandato de ambos. A partir daí o cenário é de insegurança. O governo defende que haverá eleição indireta no Congresso e que Temer pode ser candidato. A oposição gostaria de ver eleição direta para presidente. O STF terá a palavra final. Na ausência de Temer, até que seja definido o processo sucessório, Rodrigo Maia ocuparia o gabinete principal no terceiro andar do Planalto. (Globo)