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A estratégia de Temer

Um quê sem jeito, com o formalismo que lhe é particular, o presidente Michel Temer foi ao Facebook falar com quem se informa pelas mídias sociais. “O Brasil não parou, e não vai parar”, disse em vídeo. “As manifestações ocorreram com exageros, mas deputados e senadores continuaram a trabalhar em favor do Brasil.” O público-alvo, porém, não são os usuários da rede. Ao compartilhar os sucessos do governo com o Legislativo, Temer busca apoio entre parlamentares. E, nos bastidores, abriu duas frentes. A primeira, na direção do TSE. O julgamento que pode levar à cassação começa no dia 6. O plano é protelar uma decisão final o quanto der, com questões de ordem e tantos recursos jurídicos quanto possível. A segunda tem por foco sabotar as articulações para decidir um nome para sucessão. A busca de consenso entre PSDB, PMDB e PT tem se mostrado difícil. Quanto mais tempo demora, melhor para o Planalto. (Globo, Folha)

Temer fala no Facebook

Brasil em chamas

Era por volta das 16h, ontem, quando soldados do Exército brasileiro começaram a cercar o Palácio do Planalto e o do Itamaraty. Então os ministros da Defesa, Raul Jungman, e da Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, apareceram perante os jornalistas para dar explicações. “Atendendo à solicitação do senhor presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, mas também levando em conta que uma manifestação prevista como pacífica degringolou em violência, vandalismo e desrespeito”, disse Jungman, “o senhor presidente da República decretou, repito, por solicitação do senhor presidente da Câmara, uma ação de garantia da lei e da ordem. Neste instante, tropas federais já se encontram aqui neste palácio.” O decreto, publicado em edição extraordinária do Diário Oficial, exige a presença de tropas na Esplanada dos Ministérios até 31 de maio. Maia, que na terça-feira declarava emocionado fidelidade a Temer, foi o primeiro a reagir. “O decreto, com validade até o dia 31, é um excesso.” E completou: “O ministro da Defesa veio a público dizendo que tinha sido por pedido meu. Não é verdade.” Na sequência, Renan Calheiros. “Beira à insensatez fazer isso no momento em que o país pega fogo, beira à irresponsabilidade.” E, aí, o ministro do STF Marco Aurélio Mello. “Espero que essa notícia não seja verdadeira.”

Em Brasília, a tensão se eleva

Brasília tem vivido dias de agitação e desencontros. O que os governistas falam perante as câmeras não é o que dizem longe delas. Ontem, mudou. O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, foi o primeiro a dizer abertamente: “o ideal seria conversar com o presidente para fazer uma transição rápida e negociada.” Aos sussurros, a data limite que os políticos se impõem para o fim da crise é 6 de junho, quando se reinicia o julgamento da chapa Dilma-Temer, no TSE. (Estadão)

O que deu em Renan?

E agora, esta: Renan Calheiros defende Cármen Lúcia para suceder a Michel Temer https://t.co/AsStM1pCsh (via @Poder_360)

STF dá tempo para políticos se mexerem

No início da tarde de ontem, a ministra Cármen Lúcia achou por bem adiar a análise do recurso em que o presidente Michel Temer pedia a suspensão do inquérito contra si. Os advogados de Temer queriam interromper a investigação até que houvesse perícia do áudio de sua conversa com o empresário Joesley Batista. A presidente do Supremo decidiu que não faria sentido o plenário se posicionar sem antes receber o laudo do Instituto Nacional de Criminalística. O inquérito segue, ao menos, até que uma perícia oficial ocorra. Na sequência, os advogados do presidente mudaram sua estratégia. Retiraram o pedido de suspensão. Oficialmente, o argumento da defesa é que o objetivo — que se fizesse uma perícia — foi alcançado. No entanto, o objetivo real era outro: interromper o inquérito ao menos por um tempo. (Globo)

Brasília paralisada, ninguém sabe para onde ir

No fim de semana, Brasília se perdeu na imobilidade de seus líderes. PSDB e DEM tinham, marcada para a manhã de domingo, uma reunião que definiria se mantêm apoio ao governo Temer ou não. A expectativa era grande — o encontro foi cancelado. O presidente marcou, para às 19h30, um jantar no Alvorada para demonstração de apoio dos líderes da base aliada. Poucos confirmaram, muitos disseram que, tendo passado o fim de semana nos estados, não chegariam a tempo na capital. O jantar de apoio virou uma conversa para quem conseguisse chegar. Em Brasília, muito se conversou entre sábado e domingo, numa série frenética de reuniões. Nada se decidiu.

Temer parte para o ataque

Eram quase 15h de sábado quando o presidente Michel Temer subiu ao púlpito do Planalto para fazer o segundo pronunciamento público desde o início da crise. “Essa gravação clandestina”, disse, “foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos.” Ele partiu então para um duro ataque contra o empresário Joesley Batista e a JBS. “O autor do grampo está livre e solto, passeando pelas ruas de Nova York. O Brasil que já tinha saído da mais grave crise econômica vive agora dias de incerteza. Ele não passou nenhum dia na cadeia, não foi preso, julgado e punido. Pelo jeito, não será, cometeu o crime perfeito. Graças a essa gravação fradulenta, especulou contra a moeda nacional. A notícia seguramente foi vazada por gente ligada ao grupo empresarial, que antes de vazar a informação, comprou US$ 1 bilhão, porque sabia que isso provocaria o caos no câmbio.” Enquanto o presidente se defendia, seu advogado dava entrada, no STF, com um pedido para que o inquérito aberto contra ele seja suspenso até que um perito avalie se a gravação foi editada ou não. Em vídeo.

Pronunciamento de Michel Temer