Não sei como deus me colocou aqui
O Presidente Michel Temer em declaração à imprensa disse: "Não sei como deus me colocou aqui." E a internet não perdôou...
O primeiro presidente denunciado por corrupção
Michel Temer é o primeiro presidente da República denunciado por crime durante o mandato. Segundo a Procuradoria Geral da República, ele é culpado de corrupção passiva. Baseando-se na delação dos acionistas e executivos da JBS, a PGR afirma que Temer, “valendo-se de sua condição de chefe do Poder Executivo recebeu vantagem indevida de R$ 500 mil ofertada por Joesley Mendonça Batista”. É o dinheiro que o deputado Rodrigo Rocha Loures foi flagrado carregando pelas ruas de São Paulo. Há passagens incríveis no agressivo documento assinado por Rodrigo Janot. Em uma, por exemplo, o executivo Ricardo Saud diz ter ouvido numa conversa com o presidente: “E para mim, o que tem??”. Cabe agora ao ministro Edson Fachin definir, no Supremo, que rito deve seguir. Ele pode pedir que os advogados dos acusados se manifestem, retardando o encaminhamento da denúncia para aprovação na Câmara. Ao Planalto, interessa que o deputados analisem tudo o mais rápido possível. Quanto mais tempo passar, maiores as chances de algo novo surgir, dificultando que seja derrubada. O presidente só pode ser processado se dois terços da Casa o permitir. É justamente para atrapalhar o Planalto que Janot pretende fatiar as acusações que faz. Numa segunda leva, o presidente também poderá ser denunciado por obstrução de Justiça. O procurador-geral tem cinco dias úteis para apresentar ao Supremo esta segunda, que aumentará o desgaste do Parlamento. (Estadão)
Janot tem até amanhã para denunciar Temer
Termina amanhã o prazo para que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente denúncia contra o presidente Michel Temer perante o Supremo. À denúncia, Janot poderá anexar o laudo da Polícia Federal a respeito da gravação feita por Joesley Batista de sua conversa com o presidente — o documento será entregue hoje ao tribunal. Para a PF, que recuperou no gravador o arquivo original, não há qualquer sinal de fraude ou edição. Há, isto sim, mais de cem pontos nos quais o áudio é interrompido porque a máquina interrompe automaticamente momentos que interpreta como de silêncio. O documento trará, também, uma transcrição mais precisa e completa do diálogo. Os peritos conseguiram melhorar a qualidade do som. Temer será o primeiro presidente da República, na história brasileira, denunciado por corrupção. (Estadão)
STF decide manter delação da JBS. Por enquanto
À primeira vista, a notícia é boa para a Lava Jato e para a JBS. Por 7 votos a 0, o Supremo Tribunal Federal tomou duas decisões, ontem. A primeira foi manter na relatoria do processo iniciado com a delação da JBS o ministro Edson Fachin. Advogados diziam que, como o caso não faz parte da Lava Jato, tinha de ir para outro. Os ministros que votaram até agora acharam que não: são casos conexos, ficam juntos. Os defensores também buscavam tirar do relator o poder de homologar as delações premiadas. Deveria ser o plenário do STF que decide se o acordo estabelecido entre delator e Ministério Público vale. Novamente os ministros discordaram. A homologação, disseram, é o momento em que o juiz afirma se o acordo cumpriu todos os requisitos da lei. O ministro não avalia se o acordo é bom ou ruim, apenas se é legal. Além disso, faz parte do início de uma investigação, quando há coleta de provas. Nesta fase, o processo está nas mãos do relator, a missão é dele. Foi nestes dois pontos que os sete ministros concordaram. Ainda faltam quatro, que se manifestarão no próximo dia 28. E há um ponto no qual o Supremo não é unânime mesmo entre os que já votaram: se o plenário pode interferir na delação no momento da sentença.