O placar se mostrou incerto a semana toda, mesmo com a estratégia do governo de sair trocando quantos nomes desse na Comissão de Constituição e Justiça. Os deputados esperaram até o último momento, em busca de vantagens. Mas, ao final, a vitória do Planalto ocorreu por larga diferença: 40 votaram por rejeitar o parecer de Sergio Zveiter, 25 por aceitá-lo e o presidente da CCJ não votou. Aprovaram, no lugar, um relatório paralelo assinado pelo tucano mineiro Paulo Abi-Ackel. A decisão não é final — falta o plenário. Veja como votou cada um.
Agora que foi condenado em primeira instância por corrupção, o ex-presidente Lula precisará recorrer no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Lá, o aguardam os desembargadores Victor Luiz dos Santos Laus, Leandro Paulsen e João Pedro Gebran Neto. Na maioria dos casos, aumentaram as sentenças dadas por Moro. Em uma única exceção, a do ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto, o absolveram por falta de provas. Eles têm demorado cerca de um ano para avaliar os recursos da Lava Jato. Uma condenação neste tribunal levaria Lula à prisão. (Globo)
De um lado da internet, elas foram tratadas como heroínas. Do outro, autocratas com vocação ditatorial. Durante seis horas, as senadoras Fátima Bezerra, Gleisi Hoffmann, Lídice da Mata, Vanessa Grazziotin e Regina Sousa ocuparam as cadeiras da mesa diretora para impedir que o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, desse início à sessão para votar a reforma trabalhista. Foram o tema do dia nas redes sociais. Eunício cortou o som e a luz do plenário para demovê-las. Elas almoçaram ali mesmo, sentadas à mesa. Ao fim do período, a sessão foi aberta, e a reforma, aprovada por 50 votos contra 26.
Foi um relatório duro. “São várias pessoas envolvidas”, disse o deputado Sérgio Zveiter na Comissão de Constituição e Justiça. “Elas têm que ser ouvidas, e sem o devido processo legal isto não poderá acontecer. Tantos indícios não podem, simplesmente, ser ignorados.” O presidente Michel Temer é acusado de corrupção passiva por ter recebido, por meio do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, R$ 500 mil em suborno de Joesley Batista. É o dinheiro da mala e do deputado nervoso pelas ruas paulistanas. “A acusação é grave e não se apresenta inconsistente, frágil e desprovida de força probatória.” O argumento de Zveiter vai contra o que a defesa de Temer vem sugerindo. Não faz sentido discutir ausência de provas agora — isto se faz durante o julgamento. E não se trata de condenar o presidente, mas de permitir que o devido processo legal avalie se ele deve ser condenado ou não. “O presidente”, continuou Zveiter, “atendeu a Joesley Batista por livre e espontânea vontade, recebeu no exercício do cargo e para tratar de assuntos públicos, não republicanos.” (Leia o voto completo em PDF, 31 páginas.)
O deputado Sergio Zveiter deverá ler hoje à tarde, na Comissão de Constituição e Justiça, seu relatório a respeito da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. O Planalto dá como certa que esta é uma batalha perdida. Precisa, agora, lutar para que a CCJ vote contra o parecer. Para isso, precisará de 34 dos 66 votos. E os deputados membros da comissão passaram o domingo recebendo telefonemas. Eles debaterão o tema até quinta-feira e, na sexta, devem votar. (Estadão)