A sessão que encerrou a passagem do ex-presidente Lula pela segunda instância foi rápida. Em apenas quinze minutos, por 3 votos a zero, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região rejeitou o embargo de declaração apresentado pelos advogados do ex-presidente contra sua condenação. A Defesa ainda tem direito a pedir embargos dos embargos, que raramente são reconhecidos pela Corte. A partir daí, o recurso é para cima — já na terceira instância. Por conta do salvo-conduto expedido pelo Supremo, Lula não pode ser preso. Mas, tecnicamente, já se enquadra na Lei da Ficha Limpa. Cabe ao Tribunal Superior Eleitoral definir se sua candidatura pode ser aceita ou não, mas a lei é clara. (Globo)
Foram o site Ceticismo Político e o MBL que deram tração para espalhar as notícias falsas referentes à vereadora carioca assassinada, Marielle Franco. Repórteres do Globo, com ajuda do Laboratório de Cibercultura da Ufes, traçaram o fluxo da notícia nas redes sociais. O site aproveitou-se de que a desembargadora Marília Castro Neves foi uma das que publicou as informações falsas para construir uma matéria fake com o título “Desembargadora quebra narrativa do PSOL e diz que Marielle se envolvia com bandidos”. Levado ao Facebook, o texto explodiu e logo ganhou força sendo replicado pelo MBL. Os jornalistas Gabriel Cariello e Marco Grillo enviaram e-mails com perguntas ligeiramente mudadas tanto ao MBL quanto ao site, editado pelo pseudônimo Luciano Ayan. E o site respondeu à mensagem do MBL, fazendo sugerir que o veículo de notícias falsas e o Movimento Brasil Livre têm relação.
Numa sessão confusa e com muitos vaivéns, o Supremo Tribunal Federal decidiu, ontem, nada decidir. E, até 4 de abril, a ministra Rosa Weber estará no centro dos holofotes. Na quarta-feira, a presidente Cármen Lúcia decidira pautar a análise do Habeas Corpus preventivo para manter o ex-presidente Lula livre mesmo que condenado à prisão na segunda instância, o que provavelmente ocorrerá na próxima segunda. Pois, ontem, os ministros fizeram três votos distintos — e em nenhum deles avaliaram o tema em pauta. No primeiro, que terminou em 7 a 4, determinaram que era, sim, de competência do STF analisar aquele HC em particular. Como a discussão foi longa e já passava das 18h, partiram então para um segundo voto. Para adiar, até 4 de abril, o julgamento. É que como na semana que vem há o feriado da Sexta-Feira Santa, acharam por bem enforcar os dias todos. E o ministro Marco Aurélio Mello, impaciente, logo dizia: tinha um avião para pegar e já estava atrasado. Daí, por 6 votos a 5, pediram a suspensão. De presto a Defesa de Lula pediu uma liminar que suspendesse os efeitos de qualquer decisão tomada na segunda instância. Foi, novamente, acatada por 6 votos a 5. E, por três vezes, Rosa Weber informou: seu voto com a maioria não era adiantamento do voto definitivo. O TRF-4 pode condenar Lula, na segunda-feira. Mas, até a outra semana, os efeitos estão suspensos. (Jota)