No sábado, centenas de milhares de brasileiros foram às ruas em manifestações pedindo #EleNão. O impacto, medido pela mais nova pesquisa do Ibope, foi o contrário. O candidato do PSL Jair Bolsonaro atingiu seu ponto mais alto já detectado pelo instituto, saltando de 27 para 31%, enquanto o petista Fernando Haddad estacionou nos mesmos 21%. Ciro Gomes oscilou um ponto para baixo, ficando em 11%, ainda na terceira colocação. Alckmin manteve os 8% que tinha e, Marina Silva, continua a queda, tinha 6, foi a 4%. João Amoêdo tem 3%. O Ibope ouviu 3.010 pessoas no sábado e domingo e a margem de erro é de dois pontos percentuais.
No debate da TV Record, o penúltimo antes do segundo turno, Alckmin, Ciro, Meirelles e Marina voltaram juntos suas armas contra Bolsonaro e Haddad. Embora tivesse recebido alta no sábado, o ex-capitão tinha a recomendação médica de não comparecer — e não foi. “Estamos assistindo todos os dias declarações anti-povo, anti-pobre”, questionou Ciro Gomes. “Metade da população não quer nem os radicais de direita, nem os de esquerda”, seguiu Geraldo Alckmin. Lembrando a declaração do militar de que rejeitaria uma derrota, Marina foi além. “Bolsonaro tem atitude antidemocrática, desrespeita as mulheres, índios, negros.” Como o tucano, também ela fez críticas ao PT. “Temos que enfrentar dois projetos autoritários.” (Estadão)
https://www.youtube.com/watch?v=uuicMkCXXTw?cc_lang_pref=pt-br&cc_load_policy=1
https://www.youtube.com/watch?v=MWDSxQkVEjc
Foi Manuel Ferraz de Campos Sales, nosso quarto presidente, quem primeiro conseguiu estabilizar o sistema republicano à brasileira. Ao construir uma grande aliança entre os principais chefes regionais e a presidência, resolveu aquele que era um problema estrutural do Brasil. A sociedade é muito diversa e as regiões têm interesses bastante distintos. A Primeira República, porém, foi ao chão em 1930, interrompida por um período de exceção, para ver nascer uma Segunda República mais sofisticada, em 1945. Lá nasceu, também, o sistema do Presidencialismo de Coalizão. A expressão é um achado. Ela surgiu há 30 anos, quando o cientista político Sérgio Abranches publicou um artigo acadêmico descrevendo como funcionava a política nacional brasileira com uma precisão que ninguém havia encontrado antes. Era 1988, ano da promulgação da Constituição. Sérgio não tinha como saber a evolução que aquele sistema teria a partir dali, ano de nascimento da Terceira República. Chegou agora às livrarias brasileiras Presidencialismo de Coalizão, Raízes e Evolução do Modelo Político Brasileiro (Amazon). No ano de uma eleição tão conturbada e difícil, é o guia preciso para explicar como chegamos até aqui.