Jair Bolsonaro e Fernando Haddad disputarão em segundo turno o Palácio do Planalto. O capitão reformado teve quase 50 milhões de votos, 46% dos válidos, enquanto o petista levou 30 milhões — 29%. Os dois terão, a partir de hoje, três semanas de campanha até o domingo, dia 28, quando os brasileiros voltam às urnas. A propaganda eleitoral gratuita começa amanhã, terça-feira, e se dividirá em dois períodos diários de 20 minutos. São dez minutos para cada candidato — às 13h e às 20h30, na televisão. Em dias alternados, falam candidatos aos governos estaduais e os presidenciáveis.
De acordo com a pesquisa Ibope encomendada por TV Globo e Estadão, divulgada ontem à noite, Jair Bolsonaro tinha 41% dos votos válidos, três mais do que na pesquisa anterior. Fernando Haddad oscilou três abaixo para 25% e, Ciro Gomes, um acima para 13%. Para ser eleito em primeiro turno, qualquer candidato precisa de 50% mais um dos votos. Pela pesquisa, é um resultado distante. (Estadão)
No final de setembro, o neurocientista americano Sam Harris recebeu em seu podcast o historiador israelense Yuval Noah Harari. O tema principal da longa entrevista, feita perante uma plateia, foi o último livro de Harari — 21 Lições para o Século 21 (Amazon). Mas, num determinado ponto, Harris abriu para perguntas do público. Havia um brasileiro por lá. Ele pincelou nosso quadro eleitoral e perguntou ao historiador como se lida, dentro da democracia, com movimentos políticos que radicalizam. Que se isolam dentro de uma narrativa própria e não respondem mais a argumentos vindos de fora. Nesta véspera de eleição, sua resposta merece alguns minutos de leitura. O áudio é em inglês.
Todos os candidatos bateram em Jair Bolsonaro no último debate do primeiro turno. E quase todos — menos Guilherme Boulos e Fernando Haddad — bateram no PT e acusaram a polarização no entorno do partido. “Essa divisão não vai permitir que o Brasil supere sua crise”, afirmou Ciro Gomes, o terceiro na corrida. “A permanecer essa guerra, alguns votando por medo do Bolsonaro, outros por medo do Haddad, ou votando porque tem raiva um do outro, o Brasil vai ficar quatro anos vivendo uma situação de completa instabilidade”, disse Marina Silva. Haddad se defendeu das acusações de corrupção do PT, evitando tratar do tema diretamente. “Oito anos de governo Fernando Henrique, 40 operações especiais da Polícia Federal”, observou. “Doze anos de governo do PT, 2,1 mil operações. Por quê? Liberdade para investigar, contratação de pessoal, autonomia da PF. Você não pode é partidarizar.”
https://www.youtube.com/watch?v=NPsB0txsa7U
https://www.youtube.com/watch?v=GjRhiLzWZDQ
Começou a circular com força, ontem, um manifesto pedindo que Alckmin e Marina abram mão de suas candidaturas em nome de Ciro Gomes. O critério é simples: ele é quem está em terceiro lugar. Os signatários iniciais são Lemann Fellows, brasileiros identificados como tendo alto potencial de liderança pela fundação criada por Jorge Paulo Lemann. “No momento de crise em que vivemos, não podemos arriscar ter o Brasil refém de governos que irão ampliar ainda mais a divisão e polarização do país”, afirma o texto, crítico tanto ao PT quanto às posições de Bolsonaro.