De tempos em tempos, a República brasileira se vê numa crise da qual não consegue sair. É como se entrasse em loop e buscasse um rompimento, uma reforma. Invariavelmente, nessas horas, é à porta dos quartéis que o brasileiro bate. Getúlio com os tenentes, em 1930; o marechal Eurico Gaspar Dutra, em 45; o próprio Exército, em 64. A exceção é a mudança de volta à democracia, com Tancredo e Sarney. O capitão de reserva Jair Bolsonaro foi eleito num cenário de angústia pela crise aberta em 2013 e ainda não encerrada. É impossível não reconhecer o papel que o Exército Nacional cumpre na política brasileira. Nesta edição de sábado, o Meio tenta entender o que é o pensamento político militar brasileiro.
A Lava Jato voltou hoje às ruas do país e foram presos o vice-governador mineiro, Antonio Andrade do MDB, e os executivos da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud. São acusados de participar dum esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo Dilma. Há, no total, 62 mandados de busca e apreensão em Minas, São Paulo, Rio, Paraíba e Mato Grosso do Sul. A operação se baseia na delação do doleiro Lúcio Funaro.
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Criado pouco após a Revolução de 1930, o Ministério do Trabalho deverá ser extinto no governo Bolsonaro. O anúncio foi feito pelo próprio presidente eleito, quando saía de um almoço na sede do STJ. “Vai ser incorporado a algum ministério”, ele disse, sugerindo que os planos não estão inteiramente de pé. Sua principal fonte de recursos, quase 95%, é o Fundo de Amparo ao Trabalhador — R$ 80 bilhões ao ano. Composto pela arrecadação do PIS-Pasep, é de lá que vem seguro-desemprego, abono salarial, parte do financiamento do BNDES e programas de microcrédito. Ele também põe peso na fiscalização e proteção de direitos, principalmente no ataque a quem ainda usa trabalho escravo.