Em março, durante visita aos EUA, Bolsonaro concordou em abrir mão do Tratamento Especial e Diferenciado (TED) em acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca do apoio americano à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O TED, do qual o Brasil era grande beneficiário, garante a países menos desenvolvidos algumas salvaguardas na hora de negociar com nações mais ricas e com maior poder de pressão. Ontem, porém, os representantes da Casa Branca disseram “não ter instruções” para tratar da entrada de novos membros. Nas redes sociais, os comentários foram críticos, sobretudo, em relação à política externa adotada pelo governo. “Trump até agora não cumpriu barganha com Brasil, que fez concessões comerciais e recebeu em troca poucas promessas concretas ou simplesmente nada. Realmente, Bolsonaro parece ser contra qualquer tipo de toma lá dá cá”, ironizou Oliver Stuenkel, professor de RI da FGV. Trump ainda apoia a participação do Brasil, dizem os negociadores, mas dentro de uma “modernização da instituição”, sem dar detalhes nem prazos. Garantida, mesmo, só a Argentina, que conseguiu apoio explícito por escrito em dezembro. (Valor)
Apontada como prioridade por Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral, a educação básica também foi alvo de cortes no contingenciamento de verbas do MEC. Pela Constituição, esse nível de ensino é responsabilidade dos municípios, mas depende de verbas federais. O programa de apoio à manutenção e reforma de escolas, por exemplo, perdeu 30% de seu orçamento. Iniciativas de apoio a creches e à alfabetização de adultos sofreram cortes de 15% e 20%, respectivamente. (Globo)
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Uma entrevista concedida há um mês fez com que o ministro Santos Cruz, da Secretaria de Governo, virasse ele próprio alvo de Jair Bolsonaro neste fim de semana. Tradicional tema dos tweets de Olavo de Carvalho e seus discípulos, o general disse à Jovem Pan ser a favor do uso “disciplinado” das redes sociais (ouça aqui). A fala foi pinçada por olavistas e replicada nas redes sociais com a tag #ForaSantosCruz, culminando com um tweet de Bolsonaro recomendado, sem citar nominalmente o ministro, que quem defendesse o controle das redes devia fazer “um estágio na Coreia do Norte ou Cuba”.
No dia 28 de junho, em 2013, as ruas do Cairo, de Alexandria e outras cidades egípcias foram tomadas por gente. Mohamed Morsi, o primeiro presidente eleito democraticamente no país, havia assumido o cargo apenas um ano antes. Governava com mão de ferro, dirigindo um governo com carregado tom religioso. Mas a economia seguia mal, o desemprego alto, as ruas particularmente inseguras. Crimes violentos. Morsi tentava endurecer o governo conforme perdia apoio popular. No dia 29, as multidões eram maiores. No dia 30, aumentaram. Uma das principais queixas era de que o governo sequestrava a campanha de libertação que derrubara o ditador Hosni Mubarak para impor a lei islâmica e uma pauta conservadora até para os padrões egípcios. Na manhã do dia 3, exausto e sob pressão, Morsi pediu trégua e anunciou que concordaria em ampliar sua base de governo, incorporando partidos moderados. Mas já era tarde. Às 17h30, um grupo de soldados prendeu o presidente. O general Abdul Fatah al-Sisi estava o destituindo.
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