O Congresso recuou — ao aprovar sua proposta para o Orçamento de 2020, deputados e senadores optaram por um fundo de financiamento eleitoral de R$ 2 bilhões, quase metade dos R$ 3,8 bi que chegaram a cogitar. A revisão foi aprovada ontem. É uma vitória do presidente Jair Bolsonaro, que vinha pressionando para diminuir o valor. A consequência é um aumento de despesas e investimentos em áreas como a saúde, infraestrutura e desenvolvimento regional. Também entraram na conta mais R$ 6 bi, que devem ser liberados pela aprovação da PEC Emergencial, prevista para o próximo ano, que limita gastos obrigatórios do Estado de acordo com o tamanho da dívida pública. Ao todo, o relatório prevê R$ 31,4 bi a mais do que o documento enviado pelo Executivo. Se aprovada pelo Congresso e pelo presidente, a maior fatia do orçamento vai para o Ministério de Minas e Energia. Enquanto, a menor vai para o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. (Congresso em Foco)
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Está nas mãos do ministro Edson Fachin, no Supremo, uma delação premiada do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral Filho. Pelo acordo, assinado com a Polícia Federal, Cabral se compromete a devolver R$ 380 milhões que recebeu em propina nos últimos anos. O que não há pista, por enquanto, é de que benefícios ele poderia receber. Depende de Fachin homologar a tratativa. O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, se manifestou contrário. Ele argumenta que Cabral é líder da organização criminosa montada no governo e, por isso, não poderia colaborar. Não deve ser beneficiado. A decisão será de Fachin. (Globo)
A COP-25, encerrada na noite de ontem em Madri, foi a pior em um quarto de século de negociações climáticas organizadas pela ONU. “Estou desapontado com os resultados”, publicou no Twitter o secretário-geral António Guterres. “A comunidade internacional perdeu uma oportunidade importante para demonstrar maior ambição no enfrentamento da crise.” A reunião era para ter sido encerrada na sexta-feira, mas foi estendida. Os delegados se queixaram da postura de EUA, Brasil e Austrália, que se dedicaram a obstruir as negociações. Uma coalizão de pequenas ilhas, com pouco poder político, mas particularmente ameaçadas pelos aumentos do nível de oceanos, publicou um documento se manifestando chocadas com o resultado. A distância entre o alarme de cientistas e a postura dos líderes políticos mundiais nunca esteve tão grande. (New York Times)
Quando daqui a um bom naco de tempo os dez anos que separam 2010 de 2019 forem sistematizados e recontados na forma de história, já distantes o suficiente para que sejam vistos sem quaisquer paixões, possivelmente um marco se destacará sobre todos os outros. As Jornadas de Junho de 2013. Ali houve uma inflexão — o Brasil estava para mudar. Ainda não há consenso sobre o que foi aquela explosão popular que levou milhões de brasileiros às ruas sem uma pauta clara. Os símbolos das grandes manifestações que ainda tomam o mundo, porém, já estavam lá — a começar pela inescapável máscara de Guy Fawkes, o terrorista católico inglês do século 17 tornado símbolo dos anarquistas contemporâneos após os quadrinhos de Alan Moore e David Lloyd.
Foi uma vitória avassaladora — o Partido Conservador britânico, liderado pelo premiê Boris Johnson, teve seu melhor resultado nas urnas desde 1987, quando iniciou seu último mandato Margaret Thatcher. Para o Partido Trabalhista, foi a pior derrota desde 1935. Com ampla maioria na Câmara dos Comuns, as portas estão abertas para que Johnson prossiga com o Brexit e o Reino Unido deixe, enfim, a União Europeia. Não quer dizer que será um caminho fácil. Também cresceu o Partido Nacional Escocês, e sua líder Nicola Sturgeon já fala em um novo plebiscito pela independência do país — os escoceses em ampla maioria gostariam de ficar na UE. A libra esterlina ganhou 2,1% perante o dólar na expectativa de que o impasse parlamentar que já dura três anos chegue ao fim. E se há um derrotado inequívoco é Jeremy Corbyn. O líder trabalhista, que tentou guinar para a esquerda seu partido, carregou a legenda para um precipício que inclui a perda de pelo menos quatro distritos operários que votaram nos conservadores embora sejam tradicionalmente trabalhistas. Um deles, Leigh, em Manchester, não elegia um conservador há mais de um século. (BBC)