O presidente Jair Bolsonaro passou o fim de semana em conflito aberto com os governadores. “É um lunático”, afirmou a respeito do paulista João Doria. No sábado, Doria havia criticado o presidente por relativizar a gravidade do novo coronavírus. “Ele está aproveitando desse momento para crescer politicamente”, retrucou Bolsonaro, em entrevista à CNN Brasil. No domingo, falando à Record, voltou ao tema. “Brevemente o povo saberá que foi enganado por esses governadores e por grande parte da mídia nessa questão”, falou ao programa Domingo Espetacular. Bolsonaro demostrou irritação com o repórter Eduardo Ribeiro. Quando perguntado sobre os panelaços, ele levantou o tom. “Não estou preocupado com minha popularidade”, se queixou. “Ninguém acredita em pesquisa no Brasil. Este panelaço foi incentivado pela TV Globo, endossado pela revista Veja.” (Folha)
Em sua última edição, a revista britânica The Economist abriu com uma análise que dá conta do vulto que é a pandemia provocada pelo novo coronavírus. Ao compreender, fica nítido porque é tão importante que fiquemos em casa. Todos. A incubação do vírus, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, varia entre um e 14 dias — o mais comum é que, entre contágio e eclosão dos primeiros sintomas, tenham corrido cinco dias. É isto que mais dificulta a ação de autoridades e a compreensão da gravidade por parte das pessoas. Quem vemos adoecer agora contraiu o vírus há uma ou duas semanas. Os governadores que, na semana de 8 a 14, saíram fechando escolas e instituindo a quarentena preventiva pareceram exagerar porque nada tinha cara de ser tão grave. No entanto, praticamente todos os casos novos que estamos vendo são de quem contraiu este vírus SARS-CoV-2 antes de as restrições serem impostas.