O Brasil registrou 1.554 mortes nas últimas 24 horas. É o maior número num único dia. E é assim, um dia antes do esperado, que cruzamos a marca das 90 mil mortes causadas por Covid-19. O aumento foi impulsionado pelo estado de São Paulo, que voltou a divulgar o seu balanço após dificuldades técnicas. A média móvel de novas mortes nos últimos 7 dias foi de 1.043 óbitos, uma variação de -4% em relação aos dados registrados em 14 dias. No total, 6 estados apresentaram alta de casos fatais: RS, SC, GO, MS, RR e TO.
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Ainda não estão claras as consequências do cavalo de pau político dado por DEM e MDB no presidente Jair Bolsonaro, com a divisão do bloco no Congresso que lhe garantia apoio. Mas, ontem, a oposição celebrava a virada de jogo, de acordo com o Painel. A nova divisão entre os deputados tampouco está clara. Mas as negociações de hoje posicionarão o Congresso Nacional na briga política dos últimos dois anos de governo.
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DEM e MDB deixaram o blocão liderado pelo deputado Arthur Lira, na Câmara dos Deputados. Pretendem, junto ao PSDB, formar um grupo de centro, independente do governo, que promova para a presidência da Casa um nome respaldado pelo atual presidente, Rodrigo Maia. A eleição é no fim do ano. Lira, que negociou cargos no segundo e terceiro escalão do governo para seu PP, PSD, PL e Republicanos, promovendo a aliança entre o presidente Jair Bolsonaro e o Centrão, vem atuando como articulador informal do Planalto entre os parlamentares. Ele próprio pretendia suceder a Maia. Ao perder as duas siglas por ser visto como homem do governo, torna mais difícil sua candidatura. (Globo)
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Os protestos de rua voltaram a se acirrar, nos EUA, por queixas contra brutalidade policial. E impõem, aos estados, um problema. As ruas estavam pacificadas até o presidente Donald Trump enviar tropas federais para Portland, no Oregon, alegando que as autoridades locais — da oposição — não estavam garantindo a ordem. A chegada de blindados e forças de segurança uniformizadas militarmente despertou novas manifestações em todo o país. No domingo à noite, a situação estava sob difícil controle em Seattle, estado de Washington, Oakland e Los Angeles, na Califórnia. Trump, que vem sendo pesadamente questionado por sua política durante a pandemia, tenta construir uma campanha eleitoral baseada em segurança pública. Na propaganda de TV em estados mais disputados, apresenta um cenário distópico onde não há mais lei no caso de uma presidência democrata. Seu adversário, o ex-vice-presidente Joe Biden, vem argumentando que a postura belicista de Trump está inflamando o país e o dividindo. (New York Times)
Colunista da Folha de S. Paulo, doutor em Sociologia, Celso Rocha de Barros é um veterano observador da política brasileira. Escreve na internet desde sempre. E é um ás em desenhar os jogos políticos em curso. Como está reorganizando seu governo Jair Bolsonaro? Quais os dilemas que o PT precisa resolver? Que caminhos há para a esquerda não-petista? Uma conversa com os liberais é possível? Em que parâmetros? Estas são apenas algumas das perguntas que ele responde.
Xi Jinping, o presidente chinês, tem aparecido muito na televisão local. Camisa social lisa e bem passada, mangas nunca dobradas, na calça vincos impecáveis. Nos ambientes externos aparece sem máscara mas, nos internos, todos a vestem. Tem sempre, no rosto, uma expressão leve, que não raro se abre prum sorriso. Quando aparece na TV, Xi costuma estar no centro de uma roda. Pode ser numa fábrica, no meio de uma fazenda, às vezes um laboratório com pessoas de jaleco. Mas é sempre Xi no meio da roda explicando algo. Com 1,80 m, costuma ser um dos mais altos. É comum que curve as costas, lance a barriga à frente e estenda o braço quando fala. Não aponta, pois mantém a mão aberta, mas indica algo. É como se dissesse ter sempre o futuro em mente. “Me surpreendi sobre o quanto ele entende de terra preta”, comentou um agrônomo nesta última quinta-feira, em entrevista à CCTV, a principal cadeia de televisão do país. Na sexta, um engenheiro se admirou de quanto ele conhece sobre drones militares. Xi Jinping está engajado numa campanha interna de relações públicas. Porque, externamente, parece ocorrer o contrário. Há décadas a China não se via envolvida em tantos conflitos diplomáticos simultâneos.