https://www.youtube.com/watch?v=EuLCmD6QffI
Até uma bomba jogaram na casa do reverendo Cotton Mather, o sisudo senhor de 53 anos que em 1721 já era a mais respeitada autoridade religiosa da pequena Boston, uma colônia inglesa na distante América. É que o pastor calvinista, filho e neto de religiosos respeitados, era também um curioso. Se por um acaso, na juventude, Mather tinha de fato tido lá sua participação no julgamento das bruxas de Salem — e ele acreditava em bruxas —, por outro era um dedicado observador de fenômenos da natureza. Estudava atento, por exemplo, como traços de espécies eram transferidos de geração em geração, e fazia experimentos com plantas para ver como produzir híbridos reunindo características que não existiam naturalmente. Seu pai havia sido reitor de Harvard. Ele, Cotton, foi um dos fundadores de Yale. Hoje, grandes universidades. E, naquele ano de 1721, o pastor vinha defendendo aplicar uma técnica que chegara do Oriente para o combate da varíola. Se chamava inoculação. Em meio a uma epidemia da doença que mataria 850 numa população de pouco mais de 11 mil, o reverendo Mather vinha recomendo expor as pessoas ao líquido da ferida de quem tinha versões fracas do mal.
O presidente Jair Bolsonaro radicalizou seu discurso contra a vacina sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan de São Paulo em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech, a Coronavac, contra Covid-19. Ele afirmou que ela não será adquirida pelo governo federal nem no caso de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, a autorizar. “A da China nós não compraremos, é decisão minha”, afirmou o presidente em entrevista à rádio Jovem Pan. “Não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. Tenho certeza que outras vacinas que estão em estudo poderão ser comprovadas cientificamente, não sei quando, pode durar anos. A China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido por lá.” (JovemPan)
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Menos de um dia após o Ministério da Saúde assinar um protocolo de intenções se comprometendo a adquirir 46 milhões de doses da vacina para Covid-19 que está sendo testada pelo Instituto Butantan, em São Paulo, o acordo foi desfeito. Por ordem direta do presidente Jair Bolsonaro. “O presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”, ele afirmou. No Twitter, mais cedo, respondeu a um usuário. “Não compraremos a vacina da China”, determinou. Na interpretação do presidente, o governador paulista João Doria distorceu o que o ministro Eduardo Pazuello havia dito para fazer parecer que havia compromisso — mas o documento é claro. (G1)
https://www.youtube.com/watch?v=bPiofmZGb8o