A equipe do Meio faz uma sessão de desabafos, ou melhor, um balanço dos acontecimentos que marcaram 2020. O ano que ninguém aguenta mais ?
Enquanto esta edição do Meio fechava, agora de manhã, a Polícia Civil e o Ministério Público batiam à porta do prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos). Foi preso. Ele é investigado a respeito do suposto ‘QG da propina’ instalado em seu governo. Também foram presos o empresário Rafael Alves e o delegado Fernando Moraes, enquanto o ex-senador Eduardo Lopes, contra o qual também há mandado de prisão, não foi localizado. A investigação começou em 2018, a partir da delação do doleiro Sergio Mizrahy, que afirmou fazer a lavagem de dinheiro do esquema. Segundo a polícia, empresas que queriam fechar contratos ou tinham dinheiro a receber do município entregariam cheques a Rafael Alves, irmão de Marcelo Alves, então presidente da Riotur. Em troca, Rafael facilitaria a assinatura dos contratos e o pagamento das dívidas. Como o vice de Crivella morreu durante o mandato, o presidente da Câmara dos Vereadores, Jorge Felippe (DEM) deve assumir a prefeitura. O ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que venceu o atual por 64% a 35%, assume o governo logo que virar o ano. (G1)
Hoje é 19 de dezembro de 2020. Na noite de ontem, judeus de todo o mundo concluíram o Hanukkah, a festa das luzes. Dentro de cinco dias, bilhões de cristãos celebrarão o nascimento de Jesus. Na próxima segunda-feira, religiões neopagãs (mesmo as que não se aceitam como “neo”) começam a celebração de Yule no Hemisfério Norte. No Irã, a despeito da predominância do Islã, o Shab-e Yalda ainda homenageia o nascimento de Mitra. Na China, oficialmente ateia, o Dong Zhi continua a congregar celebrantes. E lista segue.
A vacinação contra a Covid-19 será obrigatória, mas ninguém será forçado a tomá-la, de acordo com o Supremo Tribunal Federal. Nove ministros seguiram o voto de Ricardo Lewandowski: impor a vacina seria inconstitucional, mas União, estados e municípios podem aplicar medidas restritivas, definidas em lei, a quem não quiser se imunizar. A única divergência, embora parcial, foi de Nunes Marques, para quem a obrigatoriedade é “último recurso” e o Ministério da Saúde deveria ser ouvido. Marques foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, crítico feroz da obrigatoriedade. Lewandowski também concedeu liminar autorizando estados e municípios a comprarem vacinas aprovadas no exterior se a Anvisa não expedir liberação em 72 horas. A medida já estava prevista em lei, mas apenas para o governo federal. (Poder 360)
Ao menos quatro ministros do governo de Jair Bolsonaro mentiram no currículo para deixar suas experiências acadêmicas mais pomposas e interessantes. Teve desde mestrado bíblico até títulos internacionais.
O Ministério da Saúde informou ao ministro Ricardo Lewandowski que a vacinação nacional contra a Covid-19 começará cinco dias após a Anvisa aprovar um imunizante. Primeiro aconteceriam quatro fases de vacinação de grupos prioritários com um mês cada. A imunização da população em geral viria em seguida e duraria 12 meses. No domingo, Lewandowski deu 48 horas para que a pasta informasse as datas de início e fim do programa de vacinação, omitidas do planejamento entregue ao Supremo na sexta-feira, mas o Ministério da Saúde alega que não tem como precisar um dia de início por depender dos pedidos de registro ou autorização emergencial das vacinas na Avisa. Nenhum laboratório fez o requerimento até o momento. (Poder360)
O combate à corrupção é o tema do Conversas com o Meio desta semana. Pedro Doria e Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, falam sobre o legado da Lava Jato, o caso Flávio Bolsonaro, as desigualdades no acesso à Justiça e os caminhos para enfrentar os desvios sistêmicos na política. Confira!