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Edição de sábado: A aposta na polícia que mata

Na última quinta-feira, uma operação da Polícia Civil do Rio na favela do Jacarezinho terminou com 28 mortos – um policial e 27 “suspeitos”. Para o ministro do STF Edson Fachin, há indícios de execução arbitrária, e a PGR suspeita de desrespeito a uma ordem do Supremo contra ações desse tipo. Já o vice-presidente Hamilton Mourão se apressou em afirmar que os civis mortos “eram criminosos”. A questão é que a polícia fluminense nunca havia matado tantas pessoas de uma única vez, embora ações com a contagem de corpos na casa das dezenas sejam registradas há décadas. Desde 1998, uma pessoa morre nas mãos da polícia, em média, a cada dez horas. Isso é uma política de segurança? Mais, isso traz resultados positivos? Ambas as respostas são não, segundo Melina Risso, diretora de Programas do Instituto Igarapé, doutora em Administração Pública pela FGV e coautora de Segurança Pública para Virar o Jogo. Para a especialista, o controle do braço armado do Estado é fundamental para a democracia, mas as autoridades não querem exercê-lo.

Operação policial termina em tragédia: 25 mortos no Rio

Uma ação desastrosa da Polícia Civil, no Rio de Janeiro, se tornou ontem a mais letal da história no estado. Nada menos do que 25 pessoas — um policial e 24 civis — morreram na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte da cidade. Segundo a polícia, como já é praxe nos discursos em situações do tipo, todos os 24 civis mortos eram suspeitos. Dez pessoas foram presas e cinco, ao que se sabe, se feriram: dois policiais, um morador dentro de casa e dois homens dentro de uma composição do metrô que passava perto no horário do conflito. A operação, também de acordo com as autoridades, foi resultado de dez meses de investigações sobre a ação de traficantes que aliciavam crianças para o crime. (Globo)

Por que o Censo do IBGE é importante para o país?

O Censo Demográfico produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) funciona como uma radiografia detalhada do país. Realizado a cada 10 anos, o levantamento traz informações sobre o total de habitantes e o perfil da população nos 5570 municípios brasileiros. Por isso, é um instrumento importante para a criação e manutenção de políticas pública.

EUA defendem quebra de patentes das vacinas

Numa mudança histórica de posição, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou ontem o apoio à suspensão das patentes de vacinas contra a Covid-19 para acelerar a produção de imunizantes em países em desenvolvimento. Índia e África do Sul apresentaram à Organização Mundial do Comércio (OMC) a proposta de suspensão temporária das patentes enquanto durar a pandemia, mas liderados até agora pelos EUA, os países ricos (e o Brasil) vinham barrando a iniciativa. (Folha)

Conversas: Hussein Kalout faz uma análise dos possíveis candidatos do centro em 2022

Qual será o candidato do centro na eleição de 2022? Uma aliança será firmada? Afinal, nomes não faltam para a vaga. Ciro Gome, João Doria, Luciano Huck, Tasso Jereissati são apenas alguns deles.

Enquanto Mandetta abre CPI, Pazuello tenta escapar

Sem revelações bombásticas, mas descrevendo um roteiro detalhado do negacionismo que levou a omissão por parte do governo Jair Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta depôs ontem durante sete horas à CPI da Pandemia. Ele disse acreditar que Bolsonaro recebia “aconselhamento paralelo”, pois quando parecia entender a gravidade da pandemia e a necessidade de medidas de distanciamento, mudava de opinião no dia seguinte. Segundo o ex-ministro, em uma das reuniões, chegou a ser apresentado o rascunho de um decreto para a Anvisa incluir a indicação de Covid na bula da Cloroquina, o que foi rejeitado pela agência. Mandetta disse ainda ter entregado uma carta a Bolsonaro, na presença de outros ministros, defendendo medidas como o isolamento social, mas foi ignorado. Perguntando sobre quem mais o atrapalhou, ele citou o ex-chanceler Ernesto Araújo, por seus atritos com a China, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, que classificou como “pessoa desonesta intelectualmente”. (Folha)

Ministro da Justiça insinua ameaça e vira alvo da CPI

O ministro da Justiça, Anderson Torres, entrou no radar da CPI da Covid após críticas à condução das investigações pelos parlamentares. Em entrevista à Veja, Torres questionou se a comissão focaria apenas no governo federal e disse que era preciso “seguir o dinheiro” repassado aos estados. Prometeu, para isso, usar a Polícia Federal para apurar como foi o trabalho dos governadores. O relator dos trabalhos, Renan Calheiros (MDB-AL), e um dos suplentes da comissão, Jader Barbalho (MDB-PA), são pais de governadores e o comentário do ministro soou como ameaça. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou um requerimento para que o ministro seja ouvido. (Folha)

Planalto treina Pazuello para clima de guerra na CPI

Na próxima quarta-feira a CPI da Covid toma o depoimento do general Eduardo Pazuello, que, como ministro da Saúde entre maio de 2020 e março deste ano, foi o executor da política de Jair Bolsonaro no combate à pandemia. A preocupação do Executivo é grande, e o general passou o sábado sendo treinado por assessores do Planalto. Coordenada pela Casa Civil, a operação busca municiar Pazuello com dados para defender sua gestão e deixá-lo cascudo para resistir à pressão dos políticos experientes da comissão. (Globo)

Edição de Sábado: O Fim dos Sindicatos?

A diferença foi de dois para um — ninguém esperava tanto. Há duas semanas, os 1800 empregados de um centro de armazenamento da Amazon, no Alabama, votaram numa proporção de dois para um contra a ideia de formar um sindicato para defender seus interesses. O próprio novo presidente americano, Joe Biden, havia gravado um vídeo em defesa de sindicatos — a campanha foi imensa. “Não foi Wall Street que criou a América”, ele disse. “Foi a classe média. E sindicatos criaram a grande classe média.” Talvez. Mas os empregados não quiseram. Para a maioria, o salário base de US$ 15 a hora é o maior que já haviam recebido, o sólido seguro de saúde é um dos mais completos da região e, em sua maioria jovens, os trabalhadores tiveram dificuldade de enxergar num sindicato alguma vantagem. Não é, para o sindicalismo, uma derrota pequena. A Amazon é hoje o segundo maior empregador americano e nunca uma campanha por sindicalização foi tão intensa. Ainda assim, não deu em nada. Hoje é Primeiro de Maio, Dia do Trabalho em um bom naco do mundo. A transformação do trabalho — assim como das relações trabalhistas — não é um assunto novo cá no Meio. Mas é também um tema com muitos ângulos. A derrota do sindicalismo americano no Alabama mostra a intersecção de alguns deles. A transição de um modelo econômico baseado na manufatura para um de serviços. O fim da Era Industrial e o início da Digital. E, sim, o declínio dos sindicatos.