Ad Unit

Usuário Anônimo

anon-newsletter

Usuário Cadastrado

cad-newsletter

Assinante Premium

premium-newsletter

premium-tl

Edição de sábado: As eleições numa encruzilhada

As autobahnen alemãs estão entre as rodovias mais modernas e seguras do mundo, daquelas para você voar baixo num carro elétrico de última geração e chegar logo ao seu destino. Agora imagine percorrê-la num calhambeque detonado, com os freios sabotados e o tanque cheio de etanol batizado de um posto sem bandeira? Por mais doida que a analogia pareça, é mais ou menos o que parte do Congresso pretende fazer com o sistema eleitoral brasileiro. Usamos há um quarto de século um mecanismo de votação eletrônico altamente confiável e em constante aprimoramento, mas tramitam na Câmara e no Senado projetos de reforma eleitoral com potencial de promover retrocessos em diversas conquistas recentes de nossa democracia. Embora não conste do texto atual da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma política na Câmara, partidos articulam emendas que flexibilizam ou eliminam a cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais, enquanto o Senado estuda anistiar multas eleitorais. Ah, e ainda não desistiram de botar um quebra-molas na autobahn, o voto impresso.

Supremo se pinta para a guerra

Foi de surpresa. Ao encerrar na tarde de ontem a sessão no Supremo Tribunal Federal, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, fez um discurso duro, em tom ríspido e sem esconder a irritação, dirigido ao presidente Jair Bolsonaro. “O Presidente da República tem reiterado ofensas e ataques de inverdades a integrantes desta Corte, em especial os Ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes”, afirmou. “Além disso, Sua Excelência mantém a divulgação de interpretações equivocadas de decisões do Plenário, bem como insiste em colocar sob suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro.” Fux falou por alguns poucos minutos, não mais. “Diante dessas circunstâncias, o Supremo Tribunal Federal informa que está cancelada a reunião outrora anunciada entre os Chefes de Poder, entre eles o Presidente da República. O pressuposto do diálogo entre os Poderes é o respeito mútuo entre as instituições e seus integrantes.” Assista à íntegra do discurso. (G1)

Agenda cultural para 06-08-2021

A veterana do canto lírico Eliane Coelho sobe hoje ao palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para interpretar o Pierrot Lunaire, ópera atonal de Arnold Schoenberg, em montagem com regência de Priscila Bomfim e encenação de Julianna Santos.

Supremo agora investiga o próprio Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes aceitou a notícia-crime enviada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e incluiu o presidente Jair Bolsonaro no inquérito das fake news por seus constantes ataques sem provas ao sistema de votação brasileiro. A decisão de Moraes elencou 11 possíveis crimes cometidos pelo presidente, incluindo calúnia, denunciação caluniosa e três artigos previstos na Lei de Segurança Nacional, a mesma que o governo usou contra opositores. Moraes pediu um parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR), e é aí que a coisa complica. O procurador-geral Augusto Aras se notabilizou como escudo do presidente e já tentou várias vezes barrar o inquérito das fake news. (G1)

Conversas: Juliano Medeiros e a visão da esquerda sobre a história recente do país

Como o passado recente do país explica a ascensão de Jair Bolsonaro? No 'Conversas com o Meio' desta semana, o cientista político e presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, traz o olhar da esquerda sobre os acontecimentos que eclodiram nas jornadas de junho de 2013, na polarização política e na eleição de um líder autoritário.

Bolsonaro sente a pancada dada pelo TSE e contra-ataca

Jair Bolsonaro sentiu o impacto da contraofensiva do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a sua campanha contra as urnas eletrônicas e reagiu com mais agressividade. O tribunal abriu na segunda-feira um inquérito administrativo para apurar a conduta do presidente e encaminhou notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele seja incluído no inquérito das fake news. Na manhã de ontem, falando a apoiadores, Bolsonaro disse que não aceitará intimidações. “Vou continuar exercendo meu direito de cidadão, de liberdade de expressão, de criticar, de ouvir e atender acima de tudo a vontade popular”, continuou. (G1)

TSE manda investigar Bolsonaro por ataque a eleições

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu por unanimidade abrir um inquérito administrativo contra Jair Bolsonaro por seus sistemáticos ataques às urnas eletrônicas. O inquérito não tem como resultar em punição ao presidente, mas pode municiar ações futuras movidas por partidos ou pelo MP Eleitoral. Também por unanimidade, o TSE pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) inclua Bolsonaro no inquérito sobre fake news. Ao longo os últimos anos, o presidente fez acusações constantes de fraudes nas eleições de 2014 e 2018, mas na última quinta-feira, admitiu não ter provas, o que não o impediu de continuar atacando as urnas eletrônicas e condicionando as eleições de 2022 à adoção do voto impresso, já considerado inconstitucional pelo Supremo. Ainda ontem, todos os ex-presidentes do TSE desde 1988 e a atual cúpula da Corte divulgaram uma carta aberta em defesa do modelo eletrônico de votação usado no Brasil desde 1996. (G1)

Rebeca, de Guarulhos ao topo do Olimpo

Nunca uma ginasta brasileira havia conquistado uma medalha olímpica. Nunca uma atleta brasileira havia ganhado duas medalhas na mesma edição dos jogos. Nunca houve uma Rebeca Andrade antes. Depois da prata histórica no individual geral na quinta, ela se consagrou de vez ao levar o ouro no salto. “Caraca, eu estou muito feliz”, resumiu a mulher negra de 22 anos, que saiu da periferia de Guarulhos (SP) para escrever seu nome na História Olímpica. Não deu no solo, onde ficou em quinto, mas quem liga? Ela já é a melhor ginasta da América Latina. (Globo Esporte)

Edição de Sábado: A Era do Burnout

Não é difícil definir burnout. O psicanalista britânico Josh Cohen, colaborador da 1843, revista irmã da Economist, descreveu a síndrome a partir de um caso que atendeu. “Notas excelentes desde a infância, capitão do time de beisebol, bolsa de estudos nas melhores universidades”, assim havia sido Steve, executivo americano em um banco multinacional, alocado em Paris. “Trabalhou na aquisição de companhias com a mesma maestria que demonstrou em suas conquistas acadêmicas e esportivas, até perceber que estava perdendo a concentração no trabalho, movido por um desejo intenso de ir para casa e dormir. Um dia, quando seu despertador tocou às 5h30, ao invés de se levantar, desligou o alarme e lá ficou. Olhando para a parede. Certo apenas de que não iria para o escritório. Após seis horas oscilando entre o sono sem sonhos e um acordar em branco, botou a roupa de ginástica, foi até a loja de conveniências e encheu a cesta de comidas de micro-ondas e doces. Três meses depois, havia se transformado nessa estrutura inerte que se apresentou perante mim.”