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Edição de Sábado: O Modernismo de 2022

Por volta das 19h da segunda-feira, 13 de fevereiro de 1922, os automóveis pretos começaram a chegar ao Theatro Municipal, um prédio em estilo eclético que, fundado dez anos antes, pretendia oferecer à capital paulista um ponto de cultura nobre, digno de qualquer cidade cosmopolita. Os ingressos estavam esgotados para aquela primeira de três noites da Semana de Arte Moderna. Os homens, quase todos muito elegantes, vestiam ternos jaquetão, chapéus de feltro. Os chapéus das mulheres eram quase todos do modelo clochê, que, arredondados em cima, se encaixavam justos nas cabeças, suas abas quase inexistentes apenas sugeridas por uma curva ligeira. Os vestidos eram decotados o suficiente para mostrar o colo, cinturados, mas soltos abaixo, sempre descendo até um palmo antes dos pés. Desfilavam por aquela festa porque era uma noite de ver e de ser visto, um evento marcante sobre o qual a imprensa falava fazia já semanas, num longo debate sobre aquela gente jovem que queria apresentar um novo tipo de arte. Uns, como Menotti del Picchia, a chamavam Futurismo, em homenagem ao movimento italiano que inspirava Mussolini. Mário de Andrade, que como Del Picchia tinha também 29 anos, preferia chamar Modernismo, por ver diferenças nos propósitos. Aquele dia 13 era dedicado a uma exposição de artes plásticas, com quadros de Anita Malfatti e Emiliano Di Cavalcanti, as esculturas de Victor Brecheret, a arquitetura de Antônio Moya. Tarsila do Amaral não apareceu — estava em Paris. A quarta-feira seria dos escritores, fariam discursos e declarariam poemas, e nela o trio promotor do evento — Mário e Oswald de Andrade, além de Del Picchia — planejava brilhar. A sexta seria para música, principalmente de Heitor Villa-Lobos. Eram, aqueles escritores, bons de marketing, de levantar polêmicas, chamar atenção.

Milícias digitais incluem lives de Bolsonaro, diz PF

As milícias digitais que agem contra as instituições democráticas usaram a estrutura do chamado “gabinete do ódio” e incluem as lives semanais do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação consta de um relatório, ainda não conclusivo, enviado pela Polícia Federal ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre Moraes. Gabinete do ódio é o apelido de um grupo de assessores e pessoas ligadas ao presidente voltado para a difusão na internet de notícias falsas e difamação de adversários. Segundo o relatório, assinado pela delegada Denisse Ribeiro, os investigados “se uniram de forma estruturalmente ordenada” para obter vantagens financeiras e políticas. O documento cita como exemplo da campanha ordenada de desinformação a live em que Bolsonaro atacou sem provas o sistema de urnas eletrônicas e a ampla divulgação de tratamentos sem eficácia contra a covid-19 e de informações falsas contra as vacinas. (UOL)

STF amplia para 31 de maio prazo de federações partidárias

Consideradas cruciais para a sobrevivência de pequenas legendas, as federações partidárias foram referendadas ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por 10 votos a 1. Apenas o ministro Nunes Marques acolheu os argumentos do PTB de que as federações violariam a Constituição por trazerem de volta as coligações proporcionais. O Supremo, porém, ficou dividido quanto ao prazo para a formação delas, estabelecido pelo Congresso em 5 de agosto. O relator, ministro Luís Roberto Barroso, que havia antecipado o prazo para 1º de março, ampliou-o para 31 de maio, antes das convenções partidárias. Cinco ministros o acompanharam, enquanto três seguiram a divergência de Gilmar Mendes, que mantinha o prazo da lei. (g1)

Curadoria: Justiça, política e políticos

Semana difícil para a Justiça brasileira. Nessa Curadoria o tema é violência, política e políticos. Dentre absurdos engraçados e outros bem sérios.

PGR vai investigar apologia do nazismo no podcast Flow

O procurador-geral da República, Augusto Aras, mandou ontem que seja aberta uma investigação por apologia ao nazismo contra o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) e o youtuber Bruno Aiub, o Monark, até ontem apresentador do podcast Flow. Durante uma entrevista com a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), Monark defendeu a criação de um Partido Nazista “reconhecido por lei” e o direito de ser “antijudeu”. Tabata reagiu, lembrando as atrocidades cometidas pelo nazismo. Kataguiri, que também participava da entrevista, sugeriu ter sido um erro a Alemanha criminalizar o nazismo após a Segunda Guerra. A declaração de Monark provocou revolta entre patrocinadores do podcast e antigos entrevistados, além de protestos de entidades de direitos humanos. Mais tarde, ele publicou um vídeo pedindo desculpas e admitindo que estava bêbado durante o programa. Diante das reações, ele foi excluído do podcast e da sociedade na empresa que o produz. (UOL)

Conversas: Impeachment é um ato político, com João Villaverde

Na semana passada, o ministro do STF Luís Roberto Barroso disse que a ex-presidente Dilma sofreu impeachment não por conta das pedaladas fiscais e sim por perda de apoio político. No Conversas com o Meio dessa semana entrevistamos o professor João Villaverde, da FGV de São Paulo. Ele é um dos poucos cientistas políticos no Brasil que escreveram academicamente sobre o processo de impeachment e como ele se dá por aqui.

Milícia digital evangélico-bolsonarista ataca Lula e Moro

O ex-presidente Lula (PT) e o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) se tornaram alvos de uma saraivada de notícias falsas e difamações nas redes sociais por parte de evangélicos bolsonaristas. O PT vem reunindo estes ataques, que incluem vídeos editados retirando do contexto falas do ex-presidente e com efeitos de áudio para dar a entender que ele está bêbado ou “possuído”. Para os petistas, os ataques se intensificaram após pesquisas indicarem ligeira vantagem de Lula sobre Bolsonaro entre os evangélicos. Já Moro foi chamado de “Judas” e “covarde” pelo pastor Silas Malafaia e de “abortista” pela Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). (Folha)

Congresso irá à guerra para manter controle do Orçamento em 2023

Se existe algo em comum nos discursos de Lula (PT), Sérgio Moro (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB) é que o domínio do Orçamento pelo Legislativo, simbolizado pelas emendas do relator, o “orçamento secreto”, enfraquece o Executivo e deve ser mudado. Só falta combinar com o Congresso, onde apoiadores e opositores de Jair Bolsonaro (PL) dizem que o “empoderamento” dos parlamentares veio para ficar. “Pode o próximo governo propor (uma redução da autonomia do relator-geral)? Pode. Mas é pouco provável”, diz líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). (Globo)

Edicão de sábado: A era da discórdia

Por Leonardo Pimentel