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O mosaico bolsonarista

Existe uma parcela significativa de brasileiros que simplesmente pensa como Jair Bolsonaro. É um fato. E ele foi reiterado novamente nas urnas no dia 2 de outubro. Agora, em torno do presidente estão agregados grupos de “pragmáticos” cujo pensamento sobre o conjunto de valores que o bolsonarismo representa não está claro. Bolsonaro montou esse mosaico mecanicamente e o manteve colado numa estratégia de atender suas demandas prontamente, sem qualquer respeito pelas regras do jogo democrático. Mas o que leva cada eleitor desses a, mais do que tolerar, endossar um comportamento autoritário, reacionário, proto-fascista? “Achamos que em algum momento essa forma de fazer política de baixa qualidade, sob demanda, ia dar errado e que seria antes do período eleitoral, porque nenhuma sociedade se sustenta tanto tempo assim. Os grupos vão brigar entre si, a crise econômica chega. Mas aqui entra a parte que não sabemos explicar dessa adesão a Bolsonaro ainda. E talvez aqui entre o antipetismo”, explica Carolina Botelho, cientista política do Instituto de Estudos Avançados da USP e associada do Laboratório de Estudos Eleitorais, de Comunicação Política e Opinião Pública (DOXA), da UERJ.

Bolsonaro sai na frente colecionando apoios

Precisando quebrar a escrita de que nunca houve uma virada em segundo turno nas eleições presidenciais brasileiras, Jair Bolsonaro (PL) recebeu ontem apoios de peso. Os governadores reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), foram a Brasília manifestar sua adesão ao projeto de reeleição. Castro havia colado sua campanha à de Bolsonaro desde o início, mas Zema havia ficado distante – Minas foi o único estado do Sudeste em que o presidente ficou em segundo lugar no domingo. À tarde, ao chegar a São Paulo, Bolsonaro foi recebido pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB), que ficou em terceiro lugar no domingo, e por seu candidato, o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi o primeiro colocado e disputará o segundo turno contra Fernando Haddad (PT). Lembrando que seu partido liberou os filiados, Garcia anunciou seu “apoio incondicional” a Bolsonaro e Tarcísio. E, de quebra, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (União Brasil-PR), eleito senador, usou o Twitter para dizer que “Lula não é uma opção eleitoral” e declarar apoio a Bolsonaro. (Poder360)

O que pode se esperar de Lula e Bolsonaro no segundo turno, por Fernando Abrucio

No Conversas com o Meio desta semana, o professor de Ciência Política da FGV, Fernando Abrucio. O segundo turno começou mas muitas perguntas ficam: como será o governo do próximo presidente? Com esse congresso, quais as chances de Jair Bolsonaro refazer a constituição? Como Lula poderá governar? Qual é o possível futuro do Brasil? Os assuntos são vários, vem conferir no programa de hoje. __ CONVERSAS COM O MEIO

Lira dispara conversas pela reeleição na presidência da Câmara em 2023

De Brasília

Cidadania e PDT fazem movimento de apoio a Lula

Nem bem esfriaram as urnas do primeiro turno, começou a corrida por alianças para a segunda rodada de votações, que acontece no próximo dia 30. Ontem, conta Guilherme Amado, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, encaminhou à Executiva do partido uma recomendação de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A legenda, que está federada com o PSDB, é a primeira da coligação que apoiou Simone Tebet (MDB) a encaminhar uma posição no segundo turno. A reunião da Executiva acontece hoje, mesmo dia em que a cúpula do PDT definirá sua estratégia. Em telefonema à presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), o presidente dos trabalhistas, Carlos Lupi, disse que defenderá a adesão a Lula e que espera o mesmo do candidato Ciro Gomes. Lupi, porém, pediu que o programa petista incorpore três propostas de campanha do ex-ministro: educação em tempo integral, um programa para zerar dívidas no SPC e um plano de renda mínima — ideia apresentada pelo deputado estadual eleito Eduardo Suplicy (PT-SP). (Metrópoles)

PT avalia o Xadrez do segundo turno

Mal teve tempo de digerir a disputa que se dará no 2º turno e resultado da eleição para a Câmara e para o Senado, da qual o campo da direita bolsonarista saiu fortalecido, a cúpula da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já está reunida nesta segunda-feira (3/10), às 10h, em São Paulo, para traçar os caminhos possíveis de apoios mútuos. Desta primeira reunião participam Lula, a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann (PR) e coordenadores do núcleo duro de Lula. À tarde, a partir das 15h, haverá uma reunião de todos os coordenadores, incluindo os partidos da frente de apoio (PT,PV, PCdoB, PSB, Rede, PSol, Solidariedade, Avante, Pros, Agir). Entre os caminhos possíveis a serem tomados está, por exemplo, a busca de um acordo com o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB-RS) que disputará o segundo turno com o ex-ministro bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL). Lorenzoni teve 37,50% dos votos e Leite 26,81%. Pelo acordo pretendido pelo PT, Lula e Edegar Pretto (PT) entregariam a Leite os votos petistas com o objetivo de virar o jogo sobre Onyx. Pretto saiu derrotado, mas com 26,77% dos votos gaúchos e com apenas 2.441 votos a menos que Leite. Os petistas esperam do tucano a defesa de Lula em terras gaúchas. Publicamente, Leite já sinalizou disposição para o “diálogo”: "Temos diferenças do ponto de vista programático bastante fortes com o PT. Mas no campo do como fazer, o nosso campo é do diálogo. Aqueles que estão dispostos a dialogar conosco, nós vamos dialogar, como sempre fizemos no governo", disse. Atrelado a essa negociação, o PT quer com o PSDB do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), o apoio à candidatura de Fernando Haddad (PT-ST), que enfrentará o ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) nesta segunda fase da eleição. O PT já descarta buscar o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Um dirigente petista informou que Kassab já avisou que manterá a sua “neutralidade”. Essa posição é um obstáculo para a missão do PT de conseguir os votos do campo de centro-direita necessários para Lula. Aliás, petistas estavam estranhado o comportamento de Kassab no primeiro turno da eleição, mais especificamente, a falta de apoio do presidente do PSB a candidatos de seu próprio partido, em Minas Gerais. “Achávamos que Kassab estaria presente na campanha de Kalil (PSD) ao governo e de Alexandre Silveira ao Senado e isso não aconteceu”, disse o petista da cúpula da campanha, referindo-se ao candidato ao governo de Minas Alexandre Kalil (PSD) e ao Senado, Alexandre Silveira (PSD). Vale lembrar que o acordo de apoio a Kalil exigiu a renúncia de deputado federal Reginaldo Lopes, que já havia se lançado ao Senado e, em nome da candidatura de Lula, optou por não dividir votos com Silveira. Mesmo assim, a vaga ao Senado ficou com Cleitinho Azevedo (PSC), aliado de Bolsonaro. A omissão de Kassab pode até ser compreendida pelo fato de que um apoio a Lula seja motivo de um racha no PSD, mas a omissão de Kassab em um dos estados mais importantes deixou clara a possibilidade de diálogo com o PT agora no segundo turno. Até porque, o PSD que saiu vitorioso das urnas é aquele mais próximo de Bolsonaro, tanto no Congresso, quanto no governo dos estados, como é o caso da reeleição de Ratinho Júnior, no Paraná, em 1º turno, com 69,64% dos votos, sobre o ex-governador Roberto Requião (PT) que ficou em segundo lugar, com 26,23%. Quanto a Ciro, a postura do PT deverá ser de esperar primeiro uma manifestação. Dirigentes petistas avaliam que qualquer busca agora seria desastrada visto que, na campanha, Ciro se mostrou beligerante em relação ao partido e contribuiu para reascender um dos principais obstáculos a Lula: o antipetismo. Na avaliação de petistas, o PDT, partido de Ciro, deverá vir primeiro que Ciro para o apoio. Essa impressão de petistas não é gratuita. Na manhã desta segunda-feira, o partido de Ciro já se movimentou no sentido de buscar um alinhamento. O presidente da legenda, Carlos Lupi, deverá convocar uma reunião da comissão executiva da legenda, hoje a tarde ou no mais tardar, na terça de manhã”, para definir sobre apoio a Lula. Um aguerrido defensor da candidatura de Ciro dentro da legenda disse ao Meio que o sentimento é de tentar “unir esforços contra o fascismo”. “Vamos seguir Brizola e tapar o nariz para engolir o sapo barbudo. Ciro é a pessoa que mais ama o Brasil e nunca admitirá que o país caminhe para o fascismo”. Junto com a negociação nacional, o PDT também está disposto a colocar na mesa de negociações o apoio a Fernando Haddad (PT) em São Paulo, contra o bolsonarista Tarcísio. Já em relação à Simone Tebet, o PT avalia como mais fácil a busca pela candidata do MDB. Essa investida não deve ser somente por apoio no segundo turno. O MDB, partido que mais se beneficiou com o impeachment de Dilma Rousseff, passou a ser a chance de Lula, caso seja eleito, melhorar sua base no Congresso. Lula não descarta a possibilidade de oferecer uma pasta em um eventual novo governo para Simone.

O Brasil amanheceu mais bolsonarista — mas Lula é o favorito

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou à frente na contagem de votos do primeiro turno, mas o grande vitorioso foi o bolsonarismo, enquanto as pesquisas eleitorais despontaram como as maiores derrotadas, por subestimarem em muito o tamanho real do presidente. Em vez disso, com a apuração em 99,99%, Lula obteve 48,43% dos votos e vai para o segundo turno no dia 30 contra Jair Bolsonaro (PL), que chegou a 43,20%. A votação de Lula ficou dentro da margem de erro das pesquisas, mas elas não anteviram a performance do presidente. O Datafolha previa que Bolsonaro chegaria a 36%, dos votos válidos; no Ipec, eram 37%; no Ipespe, 35%. Mas não foi só isso. Candidatos bolsonaristas, especialmente ex-ministros, tiveram desempenhos inesperados em praticamente todas as esferas de governo. As urnas mostraram também uma inversão no segundo pelotão. Simone Tebet (MDB) chegou em terceiro lugar, com 4,16%, enquanto Ciro Gomes (PDT) amargou 3,05%. O ex-ministro só ficou à frente da senadora no Ceará, seu reduto eleitoral, onde obteve 6,80%, contra 1,22% de Tebet.

Edição de Sábado: A desigualdade vai às urnas

Luciana Lima e Flávia Tavares

Não vai ter golpe, mas e violência?

Se você está com medo de ir votar neste domingo pode ter certeza de que não é o único. 40% dos eleitores acham que há grandes chances de violência. 9% admitiram ao Datafolha que podem deixar de votar. Não vai ter golpe, mas Bolsonaro continua a estimular confusão.