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O mundo novo e os rescaldos do velho

Ontem chegou ao fim o mais longo mês de janeiro da história política do Brasil. A posse de Lula para seu terceiro mandato logo no seu primeiro dia já parece remoto, tal a quantidade de acontecimentos relevantes desde então. O novo incumbente tratou então de assinalar o mundo novo que trazia consigo por diversos gestos de alta carga simbólica. A presença do vice Geraldo Alckmin no Rolls Royce presidencial, numa ampla frente republicana sobre rodas, contrastava com a imagem de Bolsonaro há quatro anos acompanhado somente pelo filho no banco de trás, símbolo do triunfo exclusivo da própria família. Na composição do ministério, Lula entregou o que prometeu: políticos de centro, como Alckmin, Marina e Simone Tebet, representando a frente ampla; gente como Silvio Almeida, Margareth Menezes e Sônia Guajajara, afirmando a diversidade de gênero e raça; o equilíbrio entre política econômica socialdemocrata e responsabilidade fiscal, com Fernando Haddad na Fazenda e Tebet no Planejamento. A centro-direita do Centrão também foi contemplada para ajudar a angariar uma maioria governista no Congresso. Convém lembrar em todo caso que, sendo os piores ministros do governo Lula, os centrônicos eram os melhores do governo Bolsonaro, tal era o nível indizivelmente péssimo dos demais. Lula também se dedicou a uma extensa agenda voltada para a reinserção do país no circuito internacional, tendo recebido em quatro semanas um número de dignatários estrangeiros quase equivalente aos de Bolsonaro em anos.

Governo distribui cargos para evitar vitória bolsonarista no Senado

O governo acelerou ontem a nomeação para cargos na tentativa de angariar votos que levem à reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), hoje, para a presidência do Senado. Cresceu nos últimos dias o temor real de uma vitória do bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN), especialmente após anúncios de apoio a ele de senadores de partidos que integram a base do governo, como o União Brasil, e do próprio PSD de Pacheco. Um exemplo é Efraim Filho (União-PB), oficialmente indeciso, que emplacou um apadrinhado na superintendência dos Correios na Paraíba e agora aparece na conta como eleitor de Pacheco. Já Irajá Abreu (PSD-TO) tem a promessa da nomeação de um indicado para a Codevasf nos próximos dias. (Globo)

O drama humanitário na Terra Indígena Ianomâmi, por Júnior Yanomami

O Conversas com o Meio desta semana apresenta uma entrevista comovente com Júnior Hekurari Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Ianomâmi e principal porta-voz do povo indígena. Falando direto da enfermaria improvisada ao lado do aeródromo de Surucucu, em Roraima, onde chegam helicópteros a todo instante para resgatar doentes e desnutridos, o ativista descreve a Pedro Doria a real situação da Terra Indígena Ianomâmi e do genocídio que estão sofrendo. Muitas das tribos e aldeias estão sitiadas, tomadas por garimpeiros. "Crianças e adultos estão morrendo, mas as equipes médicas não conseguem chegar nesses pontos por falta de segurança", denuncia Júnior Yanomami. Assista esse importante relato. __ CONVERSAS COM O MEIO

Hora da realpolitik

Observar de perto como é a negociação de cargos na Câmara e no Senado é um exercício para exterminar a ingenuidade e o falso moralismo de qualquer um. Mas dividir o poder é parte fundamental do jogo e acomoda interesses para que o Legislativo possa operar e se relacionar harmoniosamente com os demais poderes. É uma característica da nossa democracia imperfeita.

Lula e Bolsonaro entram em embate direto na eleição do Senado

Ainda se recompondo da destruição causada pelos golpistas no dia 8 de janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) volta de recesso amanhã e deve julgar ainda no primeiro semestre uma ação que vai limitar em muito o poder do procurador-geral da República para engavetar ações. Pela proposta, sempre que o PGR recomendar o arquivamento de uma ação contra autoridade encaminhada por um ministro do Supremo, o parecer será revisado pelos dez integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal. Embora o alvo óbvio seja a atuação de Augusto Aras no governo Bolsonaro, ele não é o único. Geraldo Brindeiro, que ocupou a PGR nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), ficou conhecido como “engavetador-geral da República” pela presteza com que arquivava denúncias contra integrantes e aliados do governo. (Folha)

STF rejeita pedido, e deputados bolsonaristas tomarão posse

Alexandre de Moraes rejeitou neste domingo um pedido feito pelos advogados do Grupo Prerrogativas e manteve a posse, na próxima quarta-feira, de deputados bolsonaristas acusados pelo grupo de envolvimento com os atos golpistas de 8 de janeiro. O ministro do Supremo atendeu à recomendação da Procuradoria-Geral da República defendendo o arquivamento da ação contra os 11 parlamentares — nove do PL, um do PP e um do PRTB. Segundo a PGR, até o momento não há provas concretas de que os deputados tenham participado ou mesmo incitado os ataques. (g1)

Edição de Sábado: Yamaki siomou maprario

A entrevista estava marcada para a manhã de quarta-feira. Foi atravessada por uma reunião com a Defensoria Pública da União (DPU). Em meio a uma das piores crises humanitárias da história do Brasil, Júnior Hekurari Yanomami, presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e da Urihi Associação Yanomami, está sob forte demanda. E tem muito a dizer. A conversa foi reagendada para o fim da tarde, mas também não aconteceu. Sua voz começou a falhar aos cinco minutos de ligação. O sinal caiu quando Hekurari estava a caminho do novo hospital de campanha instalado na comunidade de Surucucu, em Roraima, no centro da área indígena. Já tarde da noite, esgotado e entre silêncios angustiantes, Hekurari desabou ao contar como seu povo tem vivido e sucumbido aos últimos tempos.

Dino prepara emenda à Constituição antigolpes

O ministro da Justiça, Flávio Dino, apresentou ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um conjunto de medidas que devem compor uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para combater e evitar atos golpistas como os que aconteceram em 8 de janeiro. Apelidada de “pacote da democracia”, ela inclui a criação de uma guarda nacional submetida à União para proteger prédios de órgãos públicos em Brasília e a divisão da segurança pública da capital entre os governos federal e distrital, que hoje tem toda a responsabilidade. O pacote também regulamenta a retirada de conteúdo golpista de redes sociais e aumenta as penas para crimes contra a democracia. O que entrará ou não na PEC, porém, será uma decisão de Lula. (g1)

O garimpo é inocente?

A tragédia dos ianomâmis é a tragédia de todos os brasileiros. E foi anunciada. Pedidos de ajuda foram ignorados. O governo de Bolsonaro decidiu não responder os ianomâmis. Surtos de malária, crianças com verminoses. Faltou até dipirona. Confira esse absurdo na Curadoria nada Maravilhosa desta sexta (27).