As chuvas que atingiram o litoral paulista já deixaram 50 mortes confirmadas (49 em São Sebastião e uma em Ubatuba), 2.251 pessoas desabrigadas e outras 1.815 desalojadas. Entre as vítimas, há famílias, turistas, e uma criança que foi ver o mar pela primeira vez. Um levantamento realizado pela GloboNews aponta que 38% do orçamento aprovado para prevenção de desastres naturais no estado de São Paulo deixou de ser executado pelos governadores entre 2011 e 2022. Dos R$ 10,4 bilhões disponíveis, somente R$ 6,4 bilhões foram investidos em obras e outras medidas para impedir que tragédias como a do Litoral Norte acontecessem. Nos últimos 13, apenas em 2010 o valor utilizado foi maior que o aprovado pela Assembleia Legislativa do estado, quando ocorreram eleições para governador e deputados. Também a prefeitura de São Sebastião admite que problema de ocupação irregular existe há pelo menos 15 anos. (g1)
Precisamos ser honestos, desastres naturais são previsíveis. E acontecem todo ano. Chove todo ano, na mesma época. Mas quem morre? Além do racismo ambiental, agravantes. As mudanças climáticas vão piorar. Enquanto as emissões de gases poluentes não diminuírem drasticamente, continuaremos a sentir as consequências de eventos climáticos intensos.
Bolsonaro acusa Zambelli de traição. O bolsonarismo vai se deteriorando, perdendo a força. Essa é a boa notícia. A má notícia é que a extrema-direita não está morta e vai acabar se reorganizando de outra forma. Talvez muito mais inteligente.
O governo federal, de São Paulo e a prefeitura de São Sebastião foram alertados sobre o risco de desastre dois dias antes de os temporais atingirem o Litoral Norte paulista, afirma Osvaldo Moraes, diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). O aviso incluía o risco na Vila Sahy, onde morreram mais de 30 pessoas. Pelo menos 48 pessoas morreram na região e mais de 50 seguem desaparecidas. Mesmo sabendo da previsão, as autoridades falharam em avisar a maioria dos moradores. O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, confirmou ter recebido o alerta do Cemaden e admitiu falhas na forma de comunicar os riscos. Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de SP, disse ter repassado a informação aos municípios do litoral e usado os meios de comunicação para alertar a população. A Defesa Civil do estado enviou avisos sobre chuvas para os celulares de 34 mil pessoas cadastradas em seus sistemas, numa região que, segundo o IBGE, tem 288 mil habitantes. Segundo apurou o g1, a decisão da prefeitura de não divulgar os alertas foi pelo risco de afastar os turistas de São Sebastião, que esperava receber 500 mil pessoas no Carnaval. (g1)
A reforma do Novo Ensino Médio é a sugestão de um abismo. Entre o ensino público e o privado. Óbvio que quem sai perdendo é o ensino público, que já sofreu durante a pandemia de covid-19. Mas quem pode, ou melhor, quem deve sugerir essas mudanças? O governo federal ou empresas privadas?
A fim de garantir os votos do Centrão na Câmara, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai manter aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em dois postos cobiçados: a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs). Ambos têm orçamentos elevados e impacto no Nordeste. A presidência da Codevasf será indicada pelo líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), enquanto o Dnocs será chefiado por um nome do Avante. Juntos, PP e UB, que negociam uma federação, tem 108 deputados e 15 senadores. (Globo)
As críticas constantes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à atuação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, podem agradar a base petista, mas já incomodam integrantes do governo. Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, vêm tentando, com apoio de assessores, convencer Lula a baixar o tom. A avaliação é que o confronto vem contaminando agendas positivas do governo, como as medidas para reduzir a fila de cirurgias pelo SUS. O silêncio do presidente sobre os juros nos últimos dias já seria resultado desse movimento dentro do governo. (Globo)