A Polícia Federal pode oferecer um acordo de delação premiada ao ex-policial militar Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes. Essa possibilidade se abriu depois da colaboração de Élcio Queiroz, seu cúmplice, que revelou detalhes de como Marielle e Anderson foram executados. Fontes ouvidas pela jornalista Natuza Nery revelam que a delação de Queiroz complicou a situação de Lessa, porque trouxe indícios robustos da autoria do crime. Só que no caso de Lessa as exigências seriam maiores: a PF deve exigir que Lessa traga informações ou indícios novos sobre o mandante ou os mandantes do crime contra Marielle. (g1)
O ministro da Justiça, Flávio Dino, é, sim, um protagonista no avanço da Polícia Federal na investigação sobre o assassinato da vereadora e seu motorista. Falta descobrir o protagonista mandante. E cabe a Lula, protagonista da esquerda, assegurar que mulheres, e mulheres negras, estejam em posição de poder, na Esplanada e no STF.
A despeito de imensos protestos em todo o país, o Knesset, o Parlamento de Israel, aprovou ontem o principal ponto da polêmica reforma do Judiciário, tirando da Suprema Corte o poder de anular decisões do governo que considere antidemocráticas — o país não possui uma Constituição escrita e a Corte toma suas decisões baseada em jurisprudência. O projeto foi aprovado por 64 votos a zero, após a oposição deixar o plenário em massa. Segundo o governo, a mudança é necessária para “corrigir o desequilíbrio” entre poderes, diante de uma série de anulações de leis pela Justiça nos últimos anos, mas não interfere na independência da Suprema Corte. Para os opositores, porém, a reforma compromete a própria democracia israelense ao tirar a possibilidade de serem revisadas leis que atentem contra o Estado de direito, especialmente diante da crescente presença de partidos ultra-religiosos no governo. No momento em que a Suprema Corte não tem mais voz sobre se o que o Knesset está dentro ou fora da democracia, deixam de haver dois Poderes independentes e equilibrados. (BBC)
A madrugada do domingo dia 16 de julho de 2023 teria sido como outras tantas, corriqueiras, no bairro Cidade Baixa, que fica na zona central de Porto Alegre e que tem uma vida noturna agitada. O que ocorreu, no entanto, com um grupo de pessoas que ocupava a área externa de bares na Travessa dos Venezianos – uma rua pequena por onde não transitam carros com frequência – foi um exemplo de como a polícia pode ser hostil. As pessoas que ali estavam foram proibidas de permanecerem ao ar livre, e, ao questionarem, receberam spray de pimenta na cara. O No Detalhe desta semana traz reflexões sobre o direito à cidade e à ocupação dos espaços públicos e sobre como a segurança pública deve atuar.
Jair Bolsonaro foi derrotado em 2022, mas os bolsonaristas seguem ativos. A avaliação foi feita pelo presidente Lula na tarde de ontem durante um evento com metalúrgicos em São Bernardo do Campo (SP), berço do PT. Segundo ele, a presença de “malucos na rua ofendendo pessoas” é uma indicação de que o efeito social do governo anterior ainda é sentido. “Nós vamos dizer pra eles que queremos fazer com que esse país volte a ser civilizado”, afirmou. O presidente citou especificamente o incidente em que um apoiador de Bolsonaro teria ofendido o ministro do STF Alexandre de Moraes e agredido o filho deste em Roma. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal. (UOL)
De trás da linha do meio campo, Formiga lança para Tamires na esquerda, numa invertida precisa. A lateral toca, de primeira, para Marta. Ela domina sem tocar na bola. A linha de três da defesa adversária está montada. Marta ergue a cabeça. Enxerga Cristiane invadindo a zona do agrião e apontando para o meio. Marta cruza. A essa altura, já são sete adversárias na área. Cristiane marca. De letra. Go-la-ço. Era o segundo do Brasil, que ganhou de 5 a 1 da Suécia. Esse gol de Cristiane sacramentou o recorde de um atleta, masculino ou feminino, com mais gols em Olimpíadas, até hoje não superado: 14. Quase 23h e o Engenhão estava lotado naquele segundo jogo da Seleção feminina nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. “Marta é melhor que Neymar” foi o grito mais entoado pela torcida de mais de 43 mil pagantes. Ela já havia sido eleita a melhor jogadora do mundo cinco vezes. Ele, nenhuma. Nas camisas verde-amarelo dos torcedores, o nome do camisa 10 da Seleção masculina começava a aparecer riscado, dando lugar ao da camisa 10 da feminina. As jogadoras de futebol do Brasil haviam, enfim, conquistado os brasileiros.
Exposed. Essa mania deletéria das redes sociais que consiste em esfregar prints de conversas particulares na cara e abrir a intimidade ao mundo para denunciar canalhices. O exposto da semana foi o “Viúvo do Twitter” que bombou tanto que foi parar nos jornais. Traições, separações, leitos de morte, um caso do jeito que a internet gosta. A história por inteiro para não matar nenhuma fofoqueira.
O Brasil registrou o maior número de estupros da sua história no ano passado — um ano de eleições. Foram, no total, 74.930 vítimas, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Seis em cada dez vítimas tinham menos de 13 anos, mais de 80% do total eram menores. Como entram na conta apenas os casos registrados na polícia, é certo que há subnotificação. O fato de que mais casos de abuso sexual envolvendo pessoas conhecidas foram divulgados deve ter estimulado mais vítimas a falarem alto. No caso das crianças, 64% foram abusadas por familiares. Quase nove em cada dez vítimas de estupro são do sexo feminino. (g1)