Steven Levitsky é um cientista político com duas especialidades: a de autopsiar democracias e a de dissecar as instituições políticas da América Latina. Imagine, então, a acuidade do microscópio com que o coautor de Como as Democracias Morrem acompanhou as eleições do último domingo na Argentina, um dos países sobre o qual se especializou, em que o radical Javier Milei despontava como favorito. Seu oponente peronista, Sergio Massa, acabou levando a disputa para o segundo turno. Mas, para Levitsky, Milei segue sendo uma enorme ameaça. Mais que isso. Ele enxerga na sua candidata a vice, Victoria Villarroel, uma negacionista das atrocidades da ditadura, um perigo ainda maior. “Ela é capaz de romper algo que a Argentina conquistou e que é o que mais me emociona neste país, a ideia do ‘Nunca Más’”, diz Levitsky ao Meio.
Em represália à morte de líder, quadrilha incendeia 35 ônibus e um trem. Governador fala em terrorismo, e ministro da Justiça promete ampliar forças federais no estado. Hamas liberta duas idosas israelenses tomadas como reféns. E conheça os finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura.
Cidade sitiada, cenas de guerra, de terror. Poderia ser Israel, Palestina ou Faixa de Gaza, mas esse foi o cenário que a milícia impôs ontem em ao menos sete bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro, que abrigam uma população de cerca de 1 milhão de pessoas. Os ataques a 35 ônibus e um trem foram em represália à morte de Matheus da Silva Rezende, conhecido como Teteu e Faustão, em uma operação policial em Santa Cruz. Ele era o número dois da milícia comandada por seu tio Zinho, na comunidade Três Pontes. As ações da milícia levaram ao maior número de coletivos incendiados na História da cidade, segundo a Rio Ônibus.
Votação expressiva na periferia pobre de Buenos Aires deu vantagem ao ministro da Economia. Adversário ultraliberal já busca apoio da centro-direita para a segunda votação. Primeiros comboios de ajuda chegam a Gaza. E Pacheco convoca para terça-feira votação de projetos que limitam atuação no STF.
O candidato peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia, e o ultradireitista Javier Milei se enfrentarão no segundo turno das eleições presidenciais argentinas. No entanto, em 19 de novembro, é o eleitorado da candidata Patricia Bullrich que pode decidir o pleito.
Morreu na noite de sábado o guitarrista Celso “Kim” Vecchione, aos 74 anos. A causa não foi revelada. Junto com seu irmão Oswaldo, fundou uma das bandas de rock mais longevas do país, o Made in Brazil (Spotify), em 1967, chegando a entrar para o Guinness Book pelas mais de 200 formações ao longo da trajetória. Com forte influência do blues e do rock clássico, o grupo viveu seu auge na década de 1970, com o lançamento dos álbuns Made in Brazil, em 1974, Jack, o Estripador, de 1975, Pauliceia Desvairada (1978) e Massacre (1977), que teve disco e turnê cancelados pela ditadura. (Igor Miranda)
Os argentinos costumam ser muito criativos quando inventam gritos de guerra e cânticos políticos ou futebolísticos, nos quais os dois temas quase sempre se misturam. Há quase um ano, na Copa do Mundo que a Argentina acabou vencendo, tivemos “Muchachos — Ahora Nos Volvimos a Ilusionar”, a música que soou incansavelmente por dias, semanas, meses. E ela mencionava já na primeira estrofe uma vingança pelos “garotos das Malvinas”, referindo-se aos soldados mortos no conflito em que a Argentina foi derrotada em 1982 pelos britânicos.
Foi a maior chacina de judeus desde o fim da Segunda Guerra. Para alguns, o pogrom do Hamas trouxe dores ainda muito vivas. Gaza já conta com milhares de mortos num bombardeio que não para. Ajuda humanitária não entra. Neste conflito, a última coisa que se deve fazer é comparar dor. Quem o faz, alimenta o ódio do outro e se afasta da possibilidade de paz.
Karol Eller tinha apenas 36 anos. Foi lésbica. Renunciou à homossexualidade após um retiro cristão com “cura gay.” Karol era influencer, filiada ao PL e apoiava Bolsonaro, sempre dizendo que o ex-presidente era contra o ativismo LGBTQIA+, não contra as pessoas. Pastor Eurico, deputado federal pelo PL, foi o relator responsável pelo projeto que pretende proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Pastor Eurico, colega de Karol, relacionou homossexualidade à doença em cinco oportunidades no seu relatório. Karol só precisava de apoio e aceitação.