Reforma da Previdência caminha, aos trancos e barrancos

Ao menos um dos partidos grandes, o PMDB, vai fechar questão na votação do projeto de reforma da Previdência. Quatro pequenos — PTB, PP, PSD e PRB — que ensaiam punir os parlamentares que não apoiarem o projeto, vinham cobrando postura similar do partido de Temer, assim como do DEM de Rodrigo Maia. Até segunda-feira, metade da bancada de 66 pemedebistas se punha contra. Segundo Lauro Jardim, o jogo virou. (Globo)

O PSD ainda não fechou questão. E, em enquete da Folha na semana passada, 16 dos 38 deputados afirmaram que votarão contra. Só 5 disseram ser a favor. Trata-se do partido ao qual o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é filiado. E o senador tucano Tasso Jereissati cobra publicamente mais firmeza do ministro. (Folha)

A cobrança de Tasso vale pouco. Os caciques tucanos estão, igualmente, com dificuldade de convencer sua bancada. O governador paulista e candidato à presidência Geraldo Alckmin foi pessoalmente a Brasília cobrar uma postura pela pauta, defendida pelo PSDB há décadas. Saiu sem resultado definitivo. “Acho que não há unanimidade em nenhum partido, mas há espaço para convencimento”, disse tentando escapar. “Vou procurar ajudar.” (Estadão)

Aliás... Agora de manhã, o presidente Temer oferece um café ao presidente da Câmara Rodrigo Maia, ministros e líderes governistas. Hora de refazer as contas novamente.

Segundo Darcísio Perondi, vice-líder do PMDB, o Planalto conta com 252 votos a favor. Precisa de 308. (Estadão)

Enquanto isso... Um grupo de sindicalistas fechou, ontem, a Avenida Paulista na altura do MASP. O movimento, organizado pela CUT, era contra a Reforma da Previdência. A concentração, no fim da tarde, não durou muito. (Estadão)

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O TSE rejeitou representações do Ministério Público contra Lula e Bolsonaro. Os dois eram acusados de fazer campanha antecipada.

Em campanha no Rio, Lula teve de encarar opositores. Um grupo pró-Bolsonaro ergueu faixa ‘Lula, ladrão, seu lugar é na prisão’ na Câmara Municipal de Campos. Eram só 200 pessoas — mas foi a maior manifestação contrária desde o início da caravana petista, em agosto. (Folha)

Enquanto isso... Luciano Huck fez aceno de apoio a Marina Silva. (Folha)

O Supremo avalia hoje se os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, do Rio, continuarão na cadeia. Os ministros se inclinam a derrubar a decisão da Assembleia Legislativa que os libertou. Segundo um dos ministros, a Alerj foi “sequestrada pelo crime”. (Globo)

Os Houthis, um grupo extremista majoritariamente xiita, assassinou na segunda-feira o ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh. Eram, até há pouco tempo, aliados na guerra civil que tomou o país após a Primavera Árabe de 2011. Além de indicar um racha que se aprofunda, o assassinato do homem que liderou o país por mais de trinta anos veio acompanhado de acirramento dos conflitos na capital, Sana. A ONU já considera a crise humanitária do país a mais grave do mundo — 7 milhões de pessoas, um terço da população, passa fome. Em termos regionais, o Iêmen se torna o principal cenário da guerra à distância que começa a piorar, travada entre Irã — patrocinador dos Houthis — e Arábia Saudita — ligada a Saleh — no Oriente Médio. (New York Times)

Aliás... Donald Trump pretende reconhecer Jerusalém como capital de Israel e pode mudar a embaixada americana para lá. Mais lenha na fogueira regional: a Cidade Santa é disputada por israelenses e palestinos.

Cultura

O Theatro Municipal do Rio de Janeiro confirmou que não haverá este ano a apresentação do balé O Quebra-nozes, popularíssimo nesta época do ano. Mais um efeito da crise financeira no estado. Para a montagem do espetáculo, seria necessário um gasto em torno de R$ 1 milhão, desaconselhável, segundo a fundação, diante do cenário. (Globo)

“Nunca vi um familiar morrer de morte natural. Todos foram de arma.” A história de Alan Duarte, treinador de boxe profissional do Complexo do Alemão, que perdeu 10 parentes em tiroteios, virou filme premiado internacionalmente. O diretor britânico Ben Holman é o responsável por The Good Fight (trailer), que rodou festivais no mundo todo e lhe rendeu o prêmio de melhor documentário curto do Tribeca, em Nova York.

O trabalho é meticuloso. Exige descobrir os cenários onde foram filmadas cenas de Game of Thrones, Forrest Gump, 50 Tons de Cinza, Dirty Dancing, Star Wars ou 007. Viajar, então, para cada um destes cantos. Daí, com a foto de um frame na mão, descobrir o ângulo em que se encaixa. Andrea David é uma blogueira que faz turismo cinematográfico. E como dá trabalho produzir cada uma das imagens de seu Instagram. (Estadão)

Albert Raven tem um projeto de arte para a internet das coisas. Chama-se Birdhouse. E é uma casa de passarinho ligada ao WiFi e com uma caixa de som. Em financiamento coletivo no Kickstarter. Haverá dezenas. Centenas de Birdhouses. Vão se espalhar pelo mundo, para as mãos de quem a comprar. Um detalhe: centenas de Birdhouses, mas apenas um passarinho. Virtual. Você, dono de uma Birdhouse, nunca sabe quando ele o visitará. Ou de onde virá. Mas aí, um dia, num repente, ouve o bater das asas e, então seu assovio. De todas as Birdhouses do mundo, passarinho escolheu, hoje, a sua. Segundo Raven, Birdhouse é um poema contemporâneo.

Viver

A ONU alertou ontem para o crescimento da resistência humana a antimicrobianos. Não se trata apenas do uso inadequado dos antibióticos em gente e bichos, mas também da disseminação de medicamentos e alguns produtos químicos. A difusão de componentes que vêm de casas, hospitais e estabelecimentos farmacêuticos favorece a evolução bacteriana e o surgimento de cepas mais resistentes. Se a tendência se mantiver, contrair doenças incuráveis pelos antibióticos em atividades banais, como nadar no mar, ficará mais fácil. “Os seres humanos poderiam participar do desenvolvimento de superbactérias devido a nossa ignorância e negligência”, dizem os especialistas no relatório Frontiers 2017.

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Reprogramar semáforos, planejar blitz de trânsito, fiscalizar os contratos de concessão. Aplicativos de transporte geram uma enorme quantidade de dados que podem ser usados pelo poder público para diversas ações. A Prefeitura de São Paulo passará a receber os dados desses apps para planejar operações de fiscalização de tráfego. A ideia é identificar locais que estão com alta concentração de pessoas, como eventos, shows e bares. É que, segundo dados apresentados pela 99 no Fórum de Mobilidade Urbana do Estadão, enquanto os paulistanos se concentram em bairros como Pinheiros e Santa Cecília à noite, as blitzes da Lei Seca acontecem nas regiões da Vila Madalena e da Rua Augusta.

Esse intercâmbio de informações entre empresas e o setor público também aconteceu nos EUA, com o aplicativo Strava. A rede social voltada para atletas foi fundada em 2009 e cresceu junto ao boom de novos ciclistas e caminhantes. Há quatro anos, eles desenvolveram no aplicativo um mapa de calor, que permite explorar a frequência de rotas realizadas em todo o mundo. Foi quando cidades e estados americanos começaram a se interessar pelos dados. “Tínhamos muitos departamentos de transporte chegando a nós, e dizendo: ‘Poderíamos mergulhar mais profundamente nesses números para que possamos pressionar por novas infra-estruturas?’”. Surgiu assim o Strava Metro, um ramo da empresa criado para ajudar planejadores urbanos a usar de maneira eficiente a grande quantidade de dados sobre a forma como ciclistas e caminhantes navegam pelas ruas.

Grandes empresas e startups podem olhar o universo de mais de dois bilhões de pessoas que não têm acesso a um banheiro decente, e dos dois terços dos resíduos humanos que não são descartados de forma segura no mundo. São uma oportunidade de negócios. É o que diz um relatório da Toilet Board, coalizão de empresas que inclui Unilever e Kimberley Clark, agências de desenvolvimento e organizações sem fins lucrativos. Os nichos de oportunidades são três: a necessidade de banheiros mais baratos e mais seguros; acabar com o desperdício de efluentes humanos que podem se tornar produtos como fertilizantes, biogás e eletricidade; e a possibilidade de explorar os dados — sim, mais uma vez eles — de saneamento e saúde.

Papai Noel existiu. Ou quase. O fragmento de um osso pélvico considerado uma relíquia de São Nicolau, e que por séculos esteve guardado numa igreja francesa, foi datado por cientista da Universidade de Oxford. É realmente do século 4, o que bate com a idade presumida de morte do clérigo turco — ano 343. Inspirador da figura de Papai Noel, o velho bispo foi um dos santos mais populares da Idade Média.

O COI suspendeu a participação da Rússia dos Jogos Olímpicos de Inverno que ocorrerão em PyeongChang, Coreia do Sul, no início do ano. É uma punição drástica e inédita. O país usou um programa de doping sistematizado e amplo que tocou mais de 30 modalidades esportivas nos Jogos do Rio. Ao todo, já foram cassadas 11 medalhas, entre elas quatro de ouro. Alguns atletas russos, que comprovadamente não se doparam, serão convidados a competir pela bandeira olímpica.

Após análise de embargos apresentados pelo Flamengo, a 1ª Turma do STF manteve sua decisão e o Sport Clube do Recife permanece, oficialmente, o único campeão brasileiro de 1987. Os cariocas avaliam se há possibilidade de novo recurso.

Cotidiano Digital

O FireTV da Amazon, que liga TVs à internet, deixará de oferecer YouTube. O Google retirou o serviço num ataque de resposta. A gigante do e-commerce não vende no site o Chromecast, concorrente do FireTV Stick. Tampouco vende a caixa de som inteligente Google Home, concorrente do Amazon Echo. Há uma guerra em curso.

O site The Outline acusa repórteres autônomos que publicam artigos e matérias em veículos conhecidos da internet americana como Mashable, Business Insider, Huffington Post e até a respeitável Fast Company de receberem dinheiro para citar determinadas empresas. Ouvidos, os editores afirmam que, se comprovado, os textos serão retirados do ar e os contratos com os jornalistas, interrompidos.

A expectativa, no Reino Unido, é de que drones estejam entre os campeões de venda no Natal: pelas contas, serão 1,5 milhão mais quadricópteros nos ares das ilhas britânicas. Quase 30% cos compradores, porém, não têm ideia das regras para voo das maquininhas. No Brasil, são praticamente as mesmas, e incluem a proibição de sobrevoo de aeroportos, e distâncias mínimas obrigatórias de edifícios e pessoas.

Conheça as regras brasileiras.

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