Planalto põe PSDB em xeque

Pela manhã de ontem, os indícios dados pelo Executivo era de que aceitaria as exigências do PSDB para mudar o texto da reforma da Previdência em troca de apoio tucano na votação. Até mesmo aquela que atendia aos interesses corporativos do funcionalismo público. À tarde, virou. O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informou que o Planalto chegara no osso. “A posição do governo é não dar apoio a novas alterações”, informou. “Já fizemos concessões muito grandes.” E provocou. “A reforma se encaixa plenamente no projeto, acho perfeitamente defensável pela história do PSDB.”

Tales Faria: “Os peemedebistas passaram a exigir outra contrapartida: Geraldo Alckmin terá que vir a público, ele próprio, dizer que defende a adoção das propostas corporativistas dos deputados, contra tudo o que os tucanos sempre defenderam. Não chega a ser um xeque mate. Mas é uma jogada capaz de ferir de morte o tucanato, se o governador de São Paulo não encontrar uma saída. Alckmin não tem como aceitar se submeter a um ato desses de expiação pública. Também não pode deixar que seu partido saia por aí rasgando as teses que ele sempre defendeu e repetirá na campanha.”

O PMDB pôs três condições à mesa para dar apoio a Alckmin na disputa pelo Planalto. Os tucanos terão de aprovar as reformas da Previdência e, depois, a tributária. O governador paulista tem de defender o legado de Temer durante a campanha. E o candidato ao governo de São Paulo terá de ser decidido em conjunto. (Estadão)

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Segundo a Polícia Federal, o senador Aécio Neves usava dois celulares registrados em nome de laranjas para fazer ligações sigilosas. Os aparelhos foram apreendidos em sua casa no Rio.

José Roberto de Toledo: “93% dos deputados brasileiros criaram páginas no Facebook e as alimentam duas vezes ao dia, em média. Mais importante, seus investimentos estão se pagando — e com juros muito maiores do que no país que inventou as redes digitais. Eles agitam bem mais as mídias sociais do que seus colegas norte-americanos. Em novembro, os donos de cadeiras na Câmara provocaram 6 vezes mais interações em suas páginas no Facebook do que os deputados dos EUA. Em outubro, a diferença foi de 10 vezes.” (Estadão)

Para ler com calma: A Oi é a maior operadora de telefonia fixa do país. Atende a 50 milhões de pessoas, possui 330 mil quilômetros de cabos — nenhuma outra chega perto — e deve R$ 65,4 bilhões. Na semana passada, o CEO Marco Schroeder se demitiu após um ano e meio. Não conseguia gerir, disse. No centro da briga quebra, não quebra, está Nelson Tanure, dono de 5% das ações, e um mestre nos jogos político-legais dos conselhos de administração. Consegue barrar todos os acordos, faz jogo duplo, emprega espionagem, lança contra seus adversários ações judiciais. Em alguns casos, ameaça fisicamente. Noutros, suborna. Se a Oi quebrar, as telecomunicações do Brasil enfrentarão um período longo de instabilidade séria, o governo federal ficará sem comunicação — incluindo-se aí braços como TSE e Exército. O problema é estratégico e, a briga, complexa. Para não perder participação, Tanure joga pesado apostando que ninguém deseja a falência. E Consuelo Dieguez, da Piauí, conta e explica a história em detalhes.

Isto posto, notícia de ontem: Segundo Lauro Jardim, a 7ª Vara Empresarial do Rio definiu que Eurico Teles, o novo CEO da Oi, é o único responsável por fechar um acordo com os credores da operadora. O Conselho, controlado por Tanure, foi tirado do páreo. O prazo é dia 12. (Globo)

Na madrugada de 1º de abril, em 1964, um capitão do Exército bateu à porta do decano do fotojornalismo brasileiro, Evandro Teixeira. “Estourou o golpe”, disse, “estão tomando o Forte de Copacabana.” Eram amigos. Evandro pegou sua Leica M3, que escondeu na jaqueta jeans. E, lá, fez o registro de nascimento da Ditadura. No site do Instituto Moreira Salles, outro mestre jornalista, Alfredo Ribeiro, conta esta e outras histórias de Evandro. Inclui trechos da entrevista em vídeo.

O ex-líder militar bósnio-croata Slobodan Praljak, que teve a pena de 20 anos de prisão por crimes de guerra mantida após recurso, tomou veneno dentro da corte imediatamente após ouvir a sentença. Morreu. (Globo)

Che Guevara: herói ou vilão? Um vídeo do programa TED Ed.

Viver

O Brasil tem 1,8 milhão de crianças que trabalham. Parte delas, legalmente, como Jovem Aprendiz e com registro em carteira. Quase um milhão, no entanto, está empregada de maneira irregular. Destas, 190 mil têm de cinco a 13 anos, faixa etária na qual é proibido. São, em sua maioria, meninos (65,3%), pretos ou pardos (64,1%), e chegam a trabalhar em média 25,3 horas por semana. Principalmente na agricultura. (Folha)

Os números são da PNAD Contínua, divulgada pelo IBGE, e mostram também o cenário de concentração de dinheiro no Brasil: os 1% dos mais ricos ganham 36 vezes a renda média de metade da população. E 10% dos brasileiros concentram 43,4% de todo o recebido no país. (Valor)

José Paulo Kupfer: “Não é nem um pouco novo, mas não deixa de ser chocante saber, conforme os dados agora publicados, que metade dos trabalhadores brasileiros, no ano passado, recebia em média uma remuneração mensal em torno de R$ 750, cerca de 15% abaixo do salário mínimo da época, enquanto o grupo de 1% com maiores rendimentos, na faixa de R$ 27 mil, aufere em média 36 vezes mais. A concentração exagerada de renda é fonte de riscos e costuma levar à ‘armadilha das médias’. Como a PNAD Contínua de 2016 acaba de reafirmar, pessoas com remuneração mensal na faixa de dois salários mínimos integram o ‘seleto’ conjunto dos 20% mais ricos.” (Globo)

A Associação Brasileira de Planos de Saúde recomenda que os seguradores entrem em acordo com os beneficiários que reivindicam o canabidiol que, vindo da maconha, tem potencial terapêutico neurológico. Uma das possibilidades é que assumam os custos de importação. Elas não são obrigadas a oferecer o remédio, mas o objetivo é evitar ações judiciais. Além de caras, as disputas jurídicas desgastam a imagem perante os consumidores. Além disso, se o medicamento deixa o paciente mais estável, a demanda por outros serviços de atendimento cai. (Globo)

As mudanças climáticas estão criando uma nova geração de noivas infantis, na África. Com o aumento de temperaturas, as chuvas tornaram-se menos previsíveis e às vezes inundam lugares onde antes não havia enchentes. Famílias que tinham recursos para alimentar e educar várias crianças não conseguem mais. É por isso que, quando um jovem pediu a mão de Ntonya Sande em casamento, seus pais aceitaram a oferta apesar de todos os apelos da filha. Ela tinha 13 anos. Eles se sentaram com ela e lhe explicaram: o tempo mudou e não havia comida suficiente para todos.

Enquanto isso... O estrago da crise hídrica em São Paulo pode ser maior se o desmatamento da floresta amazônica não for combatido. “Se você pudesse seguir uma molécula de água, veria que a maioria das nuvens que estão sobre São Paulo passaram pela Amazônia. Se a floresta estiver cortada, teremos problemas”, diz Jerson Kelman, presidente da Sabesp.

O Grêmio precisava apenas de um empate, mas consagrou-se tricampeão da Copa Libertadores da América batendo a equipe do Lanús por 2 a 1 na noite de ontem, no estádio La Fortaleza. Os gols da partida foram marcados por Fernandinho e Luan, para o clube gaúcho, e por Sand, para o time argentino.

E... Renato Gaúcho se tornou o primeiro brasileiro campeão da Libertadores como jogador e como treinador. (Folha)

Cultura

Elena Ferrante, autora da Série Napolitana, está escrevendo coisa nova.

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Estreia hoje no cinema o filme Assassinato no Expresso do Oriente (trailer), remake da adaptação de um dos livros mais famosos da escritora Agatha Christie. O elenco é de peso: reúne nomes como Johnny Depp, Michelle Pfeiffer e Penelope Cruz. Kenneth Branagh dá vida ao detetive Hercule Poirot, que pode parecer um pouco mais ousado do que a autora imaginaria: corre, briga, toma tiros. E acaba convocado para desvendar outro mistério: A Morte no Nilo, o que promete outra refilmagem. (Estadão)

The Post (trailer), de Steven Spielberg, foi eleito melhor filme do ano pela National Board of Review. Estrelado por Meryl Streep e Tom Hanks, o longa conta a batalha de New York Times e Washington Post pelo primeiro trabalho sistemático de jornalismo investigativo, a publicação de documentos secretos sobre a guerra do Vietnã, em 1971. “Nosso público são as pessoas que passaram os últimos 13, 14 meses sedentas e famintas pela verdade. Elas estão por aí, e precisam de boas notícias”, contou o diretor. (Estadão)

Bill Gates é um sujeito metódico. E, assim, tem todo um processo como leitor compulsivo que é. Nunca começa um livro que não vai terminar. Aloca tempo do dia para ler — e só lê naquele período. Um dos maiores responsáveis pela revolução digital, segue com livros e revistas de papel. Prefere. “Mas vou mudar um dia.” E anota ferozmente. Em vídeo.

Cotidiano Digital

Alguns poucos usuários do Snapchat começarão a ver mudanças profundas em seu app a partir desta semana. A parte social, onde estão os usuários seguidos, ficará separada da parte de noticiário. O objetivo é tornar o sistema mais claro para quem chega de Twitter ou Facebook. Há algum tempo a rede da garotada é criticada por ser difícil de entender pelos mais velhos. via Pioneiros

Segundo uma fonte ouvida pelo blog automotivo Jalopnik, a Apple vem contratando engenheiros especializados em testes de carros. E parece ter alugado uma pista de treinamento que pertence à Daimler Chrysler, no Arizona. A empresa trata com o máximo de segredo sua exploração no campo dos veículos autômatos.

Em um vídeo, a personagem infantil Peppa Pig é torturada pelo dentista. Noutro, num episódio falso da série Patrulha Canina, os cachorrinhos cometem suicídio. Havia uma série destes, no YouTube: desenhos terríveis e cruelmente feitos para que crianças os encontrassem, driblando os sistemas de segurança do site. Na última semana, milhares de vídeos começaram a ser localizados e extirpados do sistema. via Pioneiros

É um conceito simples, a gaiola de Faraday: um invólucro feito de material condutor distribui qualquer carga elétrica ou magnética, dissipa, e nada passa para o interior. Pois um eletricista australiano pegava os sacos laminados por dentro de salgadinhos e jogava dentro o tablet com GPS de seu empregador. Uma gaiola de Faraday que bloqueava o sinal de localização por satélite. E, assim, saía para jogar golfe enquanto devia trabalhar. Foi demitido e está sendo processado por ‘abuso de seu conhecimento técnico’.

Aula rápida: este vídeo explica o conceito físico.

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