Meio

Judith Butler: “Eles argumentavam que eu havia fundado algo chamado ‘ideologia de gênero’. Não me parece que conhecessem meu livro Problemas de Gênero. Acreditam que promovo a ideia de que todos podem ter o gênero que quiserem e que não há leis naturais. A teoria que propus aceita que nascemos em meio a normas sociais que definem nossos gêneros, mas que também podemos construí-los em meio a limites. Meu objetivo era oferecer uma linguagem para quem se vê no ostracismo por não se adequar às ideias restritivas sobre o que é ser homem ou mulher. Mas a teoria nunca negou a existência de limites. Minha impressão é de que quem me agrediu pretende defender que o Brasil é um lugar onde pessoas LGBTQ não são bem-vindas, famílias são heterossexuais e o aborto é ilegal. Querem que não exista qualquer complexidade a respeito disso. O esforço é antifeminista, antitrans, homofóbico e nacionalista. Lembra as formas de neofascismo que estão aparecendo mundo.” Butler veio ao Brasil falar sobre democracia. Não sobre gênero.

O fotógrafo vietnamita An Le, responsável pela fotografia e pela edição da imagem em que o cabelo da atriz Lupita Nyong’o foi alterado, pediu desculpas. Em suas redes sociais, a atriz se disse decepcionada pela edição que apagou parte de seu cabelo “para se adequar a uma noção mais eurocêntrica do que é bonito”. An Le divulgou uma nota afirmando que foi “um erro monumental que não nasceu do ódio mas de sua própria ignorância e insensibilidade com o constante descaso com as mulheres negras.”

No Brasil, depois que o vídeo em que William Waack é flagrado fazendo declarações racistas se espalhou pelas redes sociais, a militância negra transformou o discurso de ódio em homenagens com a hashtag #écoisadepreto no Twitter. Pelé, o maior jogador da história; Djavan, um dos melhores compositores; Monique Evelle, reconhecida pela Forbes como uma das 30 jovens brasileiras mais promissoras? É tudo coisa de preto.

E a 45ª edição do Calendário Pirelli reconta, com fotos do inglês Tim Walker, a história de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll. Com um elenco de 18 celebridades negras. A modelo australiana-sudanesa Duckie Thot vive Alice. Whoopi Goldberg vive a Duquesa e afirma que é cedo para dizer se algo mudou no tratamento de negros pela indústria da cultura e da publicidade. “O caminho é esse, mas temos de esperar novos fatos para ter a certeza de que não foi apenas um modismo.” (Estadão)

Uma Barbie vestindo hijab. Com vídeo.

Após três anos de estabilidade, as emissões de CO2 procedentes da queima de combustíveis fósseis devem registrar aumento em 2017. Segundo o Orçamento Global de Carbono, o crescimento de 2% será causado pela queima de carvão na China.

No Brasil, o aumento da área desmatada na Amazônia acrescentou, em média, 0,013% por ano ao PIB brasileiro na última década. “Num primeiro momento, o acesso fácil aos recursos naturais produz uma explosão de riqueza no município. Essa riqueza, contudo, fica concentrada nas mãos de poucos e vai se esgotando. O resultado final são cidades inchadas, com infraestrutura deficiente, sem empregos de qualidade e com concentração de renda”, afirmaram ONGs ambientalistas durante a Conferência do Clima, em Bonn, na Alemanha. (Folha)

A FDA, agência americana reguladora de remédios, aprovou uma pílula digital pela primeira vez. O comprimido tem um sensor que permite a médicos confirmar dia e hora em que os pacientes tomaram seus remédios. O acompanhamento é importante, principalmente em casos psiquiátricos. (New York Times)

A seleção italiana, tetracampeã de futebol, está fora da Copa do Mundo de 2018, na Rússia. Precisava vencer por dois gols de diferença da Suécia, ficou no zero a zero. A partida também marcou a despedida do goleiro Gigi Buffon, que aos 39 anos se despede da Azzurra. A eliminação quebra uma sequência de 14 participações seguidas na Copa.