Aécio se impõe, tira Tasso e racha de vez PSDB
Foi com uma carta curta, de dois parágrafos e só, que o senador Aécio Neves destituiu da presidência interina seu colega de Casa e adversário no partido, Tasso Jereissati. “Conforme conversas que tivemos hoje”, escreveu o mineiro, “estou reassumindo a presidência do partido.” Reassumiu só por um instante e, de presto, indicou para o comando Alberto Goldman, que foi vice-governador de José Serra e, por alguns meses, também governador paulista. Ninguém esperava um movimento assim agressivo, que aumenta a cisão interna. O argumento de Aécio é que Tasso poderia influir em sua própria eleição à presidência tucana, que ocorrerá em dezembro. “O objetivo é garantir a desejável isonomia entre os postulantes.” Por trás, houve pressão dos ministros tucanos que querem permanecer no governo. (Estadão)
Vera Magalhães: “Até onde um partido pode ir em termos de autodesmoralização pública? A julgar pelo PSDB, não há limite. A justificativa formal para Aécio ter reassumido brevemente para destituir Tasso é que, como candidato à presidência do PSDB em dezembro, Tasso influiria no pleito. Como se ele próprio, Aécio, não tivesse comandado o partido em sua própria reeleição. As pesquisas mostram que o envolvimento de Aécio na Lava Jato, a presença do partido no governo e as acusações que pesam contra vários de seus caciques fazem do PSDB, hoje, um partido mais desgastado que o PT. Isso porque ele perde o aval que tinha e não conserva algo que o PT detém e ele não: o fanatismo resiliente de uma massa de adoradores. Sem se preocupar em apresentar uma agenda ao país, envolto em sua eterna indecisão hamletiana sobre ser ou não ser governo e usado como bunker por um presidente mais preocupado em manter o foro privilegiado que com a reputação da sigla que comanda, o PSDB pode deixar de ser, em 2018, uma alternativa de poder.” (Estadão)
Kennedy Alencar: “Ao não exigir a renúncia de Aécio diante do que foi revelado sobre ele, tucanos perplexos com queda de Tasso plantaram crise que hoje colhem.”
Paulo Celso Pereira: “À distância, o governador Geraldo Alckmin apenas observa o incêndio de Brasília consumir adversários. Se é verdade que Goldman sempre foi mais próximo de Serra do que do governador paulista, é igualmente verdade que o novo presidente tucano tem como inimigo figadal hoje o prefeito João Doria — único adversário de peso contra Alckmin na disputa pela candidatura presidencial tucana. Faltam exatos 30 dias para a eleição do novo presidente do PSDB. Trata-se de um período decisivo para o futuro da legenda. Hoje, apenas Alckmin parece, em alguma medida, ser um ponto de convergência da maioria dos tucanos. Resta saber se ele finalmente decidirá entrar em campo na construção da unidade da legenda ou se permanecerá à distância para ver quem irá assomar dos escombros da guerra interna.” (Globo)
Enquanto isso... O núcleo duro do governo procura um candidato que defenda o legado do presidente Michel Temer. Hoje, o primeiro da lista é o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Mas pode ser um tucano.
E... Michel Temer soltou, mais de um ano após sua da posse, a fotografia oficial.
O governo federal lançou o Painel de Transferências Abertas. Basta colocar o nome de um parlamentar na busca da ferramenta e selecionar o ano de pesquisa para saber quanto ele recebeu em emendas parlamentares e os detalhes dos contratos de repasse ou convênios. Dá para ver, por exemplo, que o deputado Hugo Motta, do PMDB (R$ 5,3 milhões), a senadora Kátia Abreu, também do PMDB (R$ 5,2 milhões), e o deputado Nilton Capixaba, do PTB (R$ 5,2 milhões), são os parlamentares que receberam os maiores valores este ano. São, em sua maioria, contratos de repasse e convênios para obras de pavimentação de ruas, iluminação pública e construção de calçadas. O portal também disponibiliza dados sobre convênios, contratos de repasse e termos de parceria firmados entre a União, estados e municípios, e organizações da sociedade civil.
Três analistas da Empiricus, empresa que oferece relatórios sobre mercado financeiro, tiveram suas credenciais suspensas pela Associação de Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais. A avaliação foi de que emails enviados a potenciais clientes são propaganda enganosa: induzem o investidor a acreditar no retorno garantido sem alertar de forma clara sobre os riscos. A Empiricus vai recorrer.
Não é a primeira vez. Em agosto, a Procuradoria-Geral Eleitoral entrou com ação no TSE pedindo sua punição. Acusava a Empiricus de fazer propaganda antecipada da candidatura de João Doria ao Planalto. No artigo A candidatura de Doria pode te deixar rico, os analistas garantiam que o tucano seria a melhor escolha para o mercado.
No mesmo momento em que um naco do clã Saud era preso, na Arábia Saudita, o premiê libanês Saad al-Hariri ia à TV anunciar sua renúncia. O político acusou o Irã de espalhar insegurança em seu país enquanto visitava a capital saudita. Renúncia em terra estrangeira: um gesto estranho que pegou a todos de surpresa. Hariri não voltou a Beirute. Comunicação está difícil. E o Líbano já acusa Riad de manter o ex-premiê em prisão domiciliar.
Bill Clinton: “No clube dos ditadores do mundo eles querem duas coisas. Armas nucleares porque, assim, acham que não poderão ser derrubados. E buscam abolir a linha entre fato e ficção. Afinal, se as pessoas se convencem de que não conseguirão saber o que é verdade, aí chegaremos à conclusão de que democracia não é viável.” Em vídeo.
Em tempo: o governo Trump anunciou planos de aumentar o arsenal nuclear americano.
Cultura
Em São Paulo, as galerias da cidade receberão galeristas doutros cantos do país no 2º Art Weekend. A programação, em PDF. Até domingo, acontece a Balada Literária. Na agenda há eventos que incluem uma conversa com o escritor Milton Hatoum, domingo, às 11h30, na Livraria da Vila. E, terça-feira, tem o samba de Moacyr Luz, na choperia do Sesc Pompeia.
No Rio, exposição lembra o Oscar Niemeyer artista-plástico na Pinakotheke Cultural. O Teatro do Sesi recebe a Armazém Cia. De Teatro com seu Hamlet. E se encerra no sábado a exposição de Paula Rego e Adriana Varejão, na Carpintaria.
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Dentre as estreias do final de semana no cinema está Vazante (trailer), da diretora Daniela Thomas, que mergulha numa fazenda mineira do século XIX para revelar a relação, os amores, a tensão entre senhores e escravos. Há também Borg vs McEnroe (trailer), que narra os bastidores da final de Wimbledon, em 1980.
Vale destacar dois documentários que chegam ao circuito. No Intenso Agora (trailer), de João Moreira Salles, tenta compreender 1968. E Uma Verdade Mais Inconveniente (trailer) traz Al Gore de volta à discussão sobre mudanças climáticas.
Veja: outros lançamentos.
Rian Johnson, diretor de Star Wars, Os Últimos Jedi, foi contratado para criar a quarta trilogia da série — além de escrever e dirigir o décimo episódio.
Até lá, o oitavo episódio ainda não estreou. A data: 15 de dezembro.
Demorou, mas aconteceu. Dez anos depois, o Museu do Louvre, enfim, abriu uma filial em Abu Dhabi. Com 300 obras emprestadas por instituições francesas, incluindo um Da Vinci, o espaço é o primeiro fora da França a receber o nome do museu parisiense. O complexo fica na Ilha Saadiyat, a 500 metros da costa da capital dos Emirados Árabes Unidos, e é inspirado nas medinas locais. O projeto é do arquiteto francês Jean Nouvel.
Uma lista dos 150 melhores álbuns de música feitos por mulheres desde 1964.
Viver
Em agosto, o Monitor da Violência, do G1, levantou todos os casos de morte violenta ocorridos no Brasil entre 21 e 27 daquele mês para mostrar a precariedade da investigação policial no país. Dois meses e meio depois, pouco mudou. 64% do total de casos continuam em aberto e só 12% registram alguma prisão. Em Alagoas, por exemplo, onde ocorreram 39 mortes violentas, ninguém foi preso. Há casos ainda em que o inquérito não foi sequer aberto.
A batalha do multimilionário norte-americano e ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg pelo fim da queima de carvão nos Estados Unidos está se expandido para o mundo. Além da campanha doméstica de US$ 164 milhões, que desde 2010 estimulou o fechamento de mais de 50% das usinas no país, ele anunciou, na COP23, um compromisso de US$ 50 milhões para afastar outras nações da dependência. “O carvão é o maior poluidor”, disse ao Guardian. “Se pudermos simplesmente substituí-lo por qualquer outro combustível, já haveria uma enorme diferença na perspectiva das mudanças climáticas.”
Aliás... Bloomberg é uma inspiração declarada do prefeito paulistano, João Doria, pela eficiência da gestão. Mas, enquanto o novaiorquino fez mais de 700 km de ciclovias e implementou um programa de compartilhamento de bicicletas, Doria sancionou uma lei que dificulta a instalação de novas ciclovias na capital: burocratizou. Agora, elas só saem após estudos de demanda e audiências públicas.
E por falar... O Plano Diretor da capital paulista que, pela primeira vez, autorizou cervejarias no perímetro urbano, já rendeu frutos. Marcas que antes terceirizavam a produção e não tinham endereço começam a fixar residência. É o caso da Trilha, da Dogma e da Tarantino, que instalou a primeira cervejaria de grande porte na cidade. A medida coloca São Paulo na rota do turismo cervejeiro, ajuda na redução dos preços e aproxima consumidores. (Estadão)
Os times de futebol já não dependem apenas de bons olheiros que encontrem, assistindo partidas de futebol, bons reforços. Não agora que a tecnologia e o big data tornaram essa decisão mais precisa. As ferramentas reúnem e destrincham estatísticas de passes errados, finalizações, dribles certos e permitem comparar os iniciantes. Os vídeos, é claro, ainda são importantes. Outras ferramentas permitem o download de vídeos de partidas na íntegra, escolhendo os ângulos das imagens. Foi com essa tecnologia que o Corinthians, que buscava um atacante cabeceador, encontrou o até então pouco conhecido Paolo Guerrero, hoje no Flamengo. Valeu a pena. Foi quem marcou o gol do título do Mundial em 2012 — com uma testada.
Cotidiano Digital
Para substituir o botão home, central, que todos seus antecessores tiveram, o iPhone X ganhou uma série de gestos distintos. Os resenhistas começam a bater duro na decisão de design da Apple: substituiu o simples por um extenso manual de novos movimentos que exigem precisão e treino.
Eles chegaram por aqui ao mesmo tempo: Atari, Intellivision e Odyssey. São os primeiros consoles de videogame legalmente vendidos no país. Essa história é contada no documentário 1983, O Ano dos Videogames no Brasil, agora disponível no YouTube.
