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— Os editores.

Ministro diz que PM do Rio está ligada ao tráfico

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, bateu de frente com o governo do Rio. “Todo mundo sabe que o comando da PM no Rio é acertado com deputado estadual e o crime organizado”, acusou. “Comandantes de batalhão são sócios do crime organizado.” Para o ministro, o assassinato, na semana passada, de um tenente-coronel PM foi acerto de contas. (Estadão)

O secretário estadual de Segurança, Roberto Sá, encarou de frente. “Quero fatos concretos para investigar”, falou. “O que não pode é fazer acusações genéricas.” (Globo)

Em entrevista ao Globo de hoje, Torquato deu corda ao embate. “Este ano, de uma única vez, foram presos 93 policiais de um batalhão em São Gonçalo. E qual foi a consequência disso? A polícia tem que revelar.” O ministro contou a história de uma operação conjunta entre forças federais e a polícia local para prisão de um traficante que sempre jogava bola no mesmo campo, aos sábados. “O sujeito naquele dia não foi.” Seguiu adiante. “Existe um serviço de inteligência sobre tudo que falo.” Aí, apontou para o foco atual da crise de segurança. “Nós temos informação: R$ 10 milhões por semana na Rocinha com gato de energia elétrica, tv a cabo, controle da distribuição de gás e o narcotráfico. Em um espaço geográfico pequeno. Você tem um batalhão, uma UPP lá. Como aquilo tudo acontece sem conhecimento das autoridades? Em algum lugar, voltamos à Tropa de Elite 1 e 2. Em algum lugar alguma coisa está sendo autorizada informalmente.”

Em seu blog pessoal, um ex-comandante da PM retrucou. “Vamos processá-lo Sr Ministro. A Caserna General Castrioto e o QG de Vidigal vão levá-lo às barras dos tribunais. Cada Policial Militar do Estado do Rio de Janeiro e seus também sofridos e mártires familiares vão interpelá-lo judicialmente para que o Sr prove suas acusações.”

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O ex-governador fluminense, Sérgio Cabral, não será mais transferido para o presídio federal de Campo Grande, no Mato Grosso. A ordem havia sido expedida pelo juiz Marcelo Bretas, confirmada pelo Tribunal Regional Federal e pelo STJ. Mas aí bateu em Gilmar Mendes. (Globo)

Primeiro foi o Palácio do Planalto. Os senadores queriam aprovar o projeto que imporia tratamento de táxi aos carros de aplicativo para que o presidente vetasse os piores parágrafos. Pois o governo fugiu. Então foi a vez do Senado fugir. Retirou do projeto a obrigação de placa vermelha, a exigência de que os motoristas fossem donos dos carros, a regulamentação pelas prefeituras e a proibição de viagens intermunicipais. Em essência, ao alterar o projeto aprovado pela Câmara, despachou-o de volta para os deputados, que terão de decidir o que fazer. Ninguém quer brigar com taxistas. Tampouco com as dezenas de milhões de usuários dos apps. (Folha)

Ele não desiste. Após tentar uma guinada à direita, o prefeito paulistano João Doria se deslocou novamente. Seu novo discurso é de uma chapa “de centro” para derrotar Lula e Bolsonaro, reunindo PSDB, PMDB, DEM, PPS, PP, PR, PRB, PV e PSB. “Não cabe a mim discutir se será uma chapa pura ou não”, afirmou. Alckmin na cabeça, ele de vice. (Estadão)

A taxa de desemprego ficou em 12,4% no terceiro trimestre, encerrado em setembro, segundo dados do IBGE. No segundo trimestre a taxa foi de 13%. Em março, o indicador chegou a 13,7%. Agora, são 13 milhões de pessoas sem emprego no país. (Globo)

Quem puxou a recuperação do mercado de trabalho, no entanto, foi o setor informal. A recessão fez despencar o número de trabalhadores com carteira assinada. Entre o terceiro trimestre de 2014 e o mesmo período deste ano, o recuo foi de 3,5 milhões. Até setembro último, o país tinha 33,3 milhões de brasileiros com emprego formal. (O Globo)

Sayfullo Saipov, um usbeque de 29 anos, atirou sua picape contra uma pista de bicicleta à beira do rio Hudson, em Manhattan, e matou oito até se chocar contra um ônibus escolar. Ao largar o veículo, gritou ‘Allahu akbar’ — Deus é grande — antes de ser atingido pelo tiro de um policial, que lhe perfurou o abdômen. Textos em árabe indicam ligação com o Estado Islâmico. “Pela informação que temos”, afirmou o prefeito Bill de Blasio, “este foi um ato de terror.” Dentre os mortos há cinco argentinos que passeavam por Nova York celebrando os 30 anos de formados no ensino médio. Outra das vítimas fatais é belga. Saipov, que vivia nos EUA desde 2010, tinha um green card, que lhe concedia residência permanente. “Ouvimos gente gritando ‘arma’, ‘corram’”, contou um adolescente que estava no local. “Achamos que era uma brincadeira de Halloween.”

Cultura

O Prêmio Jabuti, mais importante dos livros brasileiros, anunciou os vencedores das 29 categorias de sua 59ª edição. Na categoria romance, venceu Machado, do escritor e crítico literário Silviano Santiago. Luiz Bernardo Pericás levou o prêmio da categoria biografia com Caio Prado Júnior: Uma biografia política. Entre os premiados estão também Veronica Stigger, Marilena Chaui e Eva Furnari.

Após a última temporada de House of Cards ir ao ar, no ano que vem, nascerá outra série. Uma spinoff, passada na mesma Washington de Frank Underwood. Há três possibilidades em desenvolvimento. Uma, já com roteirista para elaborar uma sinopse, se baseia no chefe de gabinete Doug Stamper. Outras duas ideias não foram reveladas ainda. A produção da sexta temporada da série, no entanto, está paralisada. via Pioneiros

Enquanto isso... A Academia Internacional de Artes e Ciências Televisivas, responsável pelo Emmy Internacional, não irá mais homenagear o ator Kevin Spacey na cerimônia deste ano. O anúncio ocorreu após as acusações de assédio sexual contra o ator. (Globo)

E o diretor Roman Polanski, que foi homenageado pela Cinemateca Francesa, foi recebido em Paris com protestos de integrantes do grupo Femen. “Não a homenagem para os estupradores”, gritavam as ativistas. O diretor, que ganhou o Oscar por O Pianista, já foi condenado por estupro e acusado de agressões sexuais e pedofilia por várias mulheres. (Estadão)

Viver

Segura esse abacaxi! É o nome do relatório recém lançado pelo Greenpeace. Não à toa: segundo o texto, 60% de alimentos comuns consumidos por brasileiros e vendidos em feiras livres de São Paulo e Brasília contêm traços de agrotóxicos. 36% deles têm resíduos de substâncias proibidas ou acima do limite permitido. O levantamento foi feito entre os dias 11 e 13 de setembro com 12 tipos de alimentos. via Pioneiros

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Depois de 91 anos, Nova York, enfim, legalizará a dança em público. O projeto de lei do vereador Rafael Espinal, representante do Brooklyn, extingue a Lei do Cabaré, que desde 1936 exigia de locais que servem comida e bebida um alvará específico para permitir que seus clientes dancem. A regulamentação, que pode parecer estranha em uma cidade que se considera a capital da vida noturna, resistiu a múltiplas tentativas de revogação. Atualmente, apenas 97 de cerca de 25 mil estabelecimentos possuem uma licença — os comerciantes reclamam da demora e da burocracia para obter o alvará.

Maconha e cerveja no mesmo balanço? A Constellation Brands, que distribui a cerveja Corona nos Estados Unidos, acaba de comprar uma participação minoritária na Canopy, fabricante de maconha medicinal canadense. A erva é apontada como um dos produtos que estariam roubando mercado das cervejarias. É que enquanto o consumo de cannabis tem crescido, a venda de bebidas alcoólicas na América do Norte está estagnada. E estudos mostram que a maior parte dos usuários raramente consomem bebidas alcoólicas e maconha juntos, já que os dois são procurados para a mesma finalidade: se divertir e socializar. A Constellation não vai vender produtos à base de maconha nos Estados Unidos até que a venda seja legalizada em âmbito nacional, mas está de olho no mercado canadense — o país deve legalizar o uso recreativo da maconha no ano que vem.

Frente aos questionamentos em relação às pílulas anticoncepcionais, a ciência traz novas alternativas que dão às mulheres mais autonomia (e tempo) para decidirem quando e se querem ser mães. Entre elas, o congelamento de óvulos. A equipe de reportagem do UOL Tab conversou com mulheres que fizeram essa opção.

Cotidiano Digital

A Waymo, empresa do Google que cuida de veículos autônomos, tomou a decisão de se colocar no mercado apenas quando chegar ao nível 4. Ou seja: dentro da cidade, o motorista não precisa jamais tocar no volante. Seus testes de vídeo ao longo dos anos mostraram que pessoas se distraem e um alerta repentino de que é necessário assumir a direção é capaz de assustar. Melhor, concluíram, nunca passar por aí. A Waymo já toca um serviço tipo Uber na cidade de Phoenix, no Arizona, com carros modelo Pacifica, da Chrysler. Um dos resenhistas do TechCrunch andou neste modelo já quase nível 4 — saiu impressionado com a sensação de segurança.

A Samsung lançará o site Galaxy Upcycling, com dicas de como utilizar celulares antigos para tornar a casa mais inteligente. Por enquanto, oferece apenas uma caixa para preencher o email e receber o aviso sobre quando entra no ar.

E por falar nisso... Da Computerworld, 20 usos para um Android velho.

Ainda: cá da turma techie do Meio, cinco usos para um computador antigo.

Primeiro foi o Casio AT-550-7, um relógio de 1984 com tela sensível ao toque. Depois, em 1994, o Simon, um smartphone da IBM com aplicativos cuja bateria durava uma hora. Em 1999, o Palm Vx era fino como um celular atual. São os ancestrais do iPhone. Em The Runaway Species, livro lançado este mês nos EUA, Anthony Brandt e David Eagleman traçam a evolução das tecnologias que usamos.

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