Ameaça paira sobre Trump

O clima é pesado e de apreensão em Washington, hoje de manhã. A informação, segundo a CNN, é de que o procurador Robert Mueller já tem em mãos até pedidos de prisão autorizados para pessoas ligadas a Donald Trump. Ele é o responsável por investigar se houve conluio entre a campanha que levou Trump à presidência e o governo do russo Vladimir Putin. Que a Rússia interferiu na campanha não há dúvidas, especialmente após empresas do Vale do Silício como Facebook, Google e Twitter terem reconhecido grandes compras de publicidade política no período eleitoral. E já foi comprovado que houve reuniões e contato de assessores de Trump tanto com diplomatas russos quanto com emissários que diziam representar o Kremlin. A dúvida é sobre quão profundo foi o contato. A formalização de acusações, caracterizada pelo presidente como uma ‘caça às bruxas’, se concentra em Paul Manafort, que dirigiu a campanha e trabalhou para a Rússia na Ucrânia, e o general da reserva Michael Flynn, que chegou a ser brevemente assessor de segurança nacional — cargo que, não raro, leva o ocupante à secretaria de Estado.

Diga-se... Trump e o documentarista Michael Moore bateram boca no Twitter. O presidente se queixou do espetáculo da Broadway Michael Moore on Broadway, segundo ele ‘desleixado’, ‘desastre’ de bilheteiras. Moore revidou. Afirmou que Trump estaria confundindo o suposto ‘desastre’ do seu espetáculo com sua presidência. O documentarista é autor de Michael Moore in TrumpLand, filme produzido a partir de palestras que deu antes das eleições em cidades onde Trump liderava as pesquisas para defender a candidatura Hillary Clinton.

PUBLICIDADE

Algumas centenas de milhares de espanhóis foram às ruas de Barcelona, ontem, apoiar o governo nacional em sua intervenção na Catalunha. O presidente da província, Carles Puigdemont, foi deposto por ordem do Senado, na sexta-feira, mesmo dia em que o Congresso catalão aprovou por 70 votos a favor, dez contra e duas abstenções a proposta de declarar independência em relação à Espanha e dar início à redação de uma Constituição da República. O voto foi secreto. (Estadão)

Mais de 20 mil mulheres se mostraram interessadas em concorrer a cargos públicos nas próximas eleições norte-americanas. Atualmente, ocupam apenas 19,6% das cadeiras do Congresso. No Brasil é pior: representam 9% na Câmara dos Deputados e 16%, no Senado. Temas como a participação das mulheres na política, assédio sexual na indústria cultural e direitos reprodutivos foram discutidos na Women’s Convention, na cidade de Detroit, no último fim de semana. O evento foi organizado pelas mesmas organizadoras do Women’s March, a passeata que reuniu milhares de mulheres contra o presidente Donald Trump nove meses atrás.

Ibope: Lula e Bolsonaro iriam ao segundo turno se as eleições fossem hoje. O petista ficaria entre 35 e 36% e, Bolsonaro, com 15%. Marina Silva estaria em terceiro. Nos cenários sem o ex-presidente, Marina empata com Bolsonaro em primeiro, na casa dos 18%. A pesquisa foi feita entre os dias 18 e 22. (Globo)

O mercado prefere Bolsonaro a Lula. É, pelo menos, o que se ouve em rodas de conversas de analistas do mercado financeiro A avaliação é de que a eleição de Lula causaria um susto na economia e a disparada do dólar. (Estadão)

E na Folha, Vinicius Torres Freire questiona: quem é o mercado? “Antes de mais nada, do que se trata? Da vontade geral dos endinheirados? De opiniões monolíticas da gente graúda da finança? De uma metonímia gasta e confusa para empresários? A lembrança de alguns casos pode ilustrar de modo menos abstrato a tolice dessa conversa.”

Para ler com calma: Diego Werneck, pesquisador da FGV Direito, é um dos organizadores de um livro sobre o impeachment de Dilma e a relação entre Congresso e STF. “O melhor momento do Supremo foi a decisão que tratou sobre o rito do impeachment”, conta em entrevista ao Nexo. “Pode-se concordar ou discordar, mas houve um tribunal que estabeleceu regras claras no processo.” Werneck critica, por outro lado, a decisão do então presidente do STF, Ricardo Lewandowski, que autorizou votar em separado a decisão do impeachment e qual seria a punição. “Ele chancelou uma questão muito controvertida como se fosse meramente burocrática, regimental.” Para o professor, desde então a Corte perdeu coerência. Ministros, com imenso poder individual, tomam decisões que não necessariamente estão de acordo com as posições tomadas pelo colegiado. Ele pula fora, porém, do debate provocado por parcela da esquerda que vê no impeachment, golpe. “É uma questão de narrativa política”, diz. “Em termos de procedimento previsto na Constituição, o processo foi respeitado”, continua. “O problema é onde começa o uso espúrio de um poder que o direito constitucional cria.” Legal, porém ‘espúrio’.

Enquanto isso... A Assembleia Legislativa do Mato Grosso derrubou por conta própria a prisão preventiva do deputado estadual Gilmar Fabris. Ele foi gravado em vídeo reclamando do valor da propina que recebia. A Assembleia se baseou na decisão do Supremo que permitiu ao Senado avaliar a decisão contra Aécio Neves com o argumento de que medidas que interfiram com o exercício da atividade parlamentar devem ser sacramentadas pelo Legislativo. Assim, liberou Fabris. Por unanimidade. A Assembleia do Rio Grande do Norte, por sua vez, revogou a decisão do Tribunal de Justiça que afastara do mandato o deputado Ricardo Motta. Usou o mesmo argumento. (Jota)

Aliás... O incrível vídeo de Gilmar Fabris.

Cotidiano Digital

Dara Khosrowshahi, o recém-empossado CEO do Uber, chega hoje ao Brasil. Visitará o escritório de São Paulo, onde funciona a maior operação da empresa na América Latina. O presidente do Senado, Eunício Oliveira, deve colocar amanhã em votação o projeto que atribui aos apps de transporte as mesmas exigências dos táxis, incluindo placa vermelha e autorização individual por motorista pelo município. O que inviabiliza o sistema.

Aliás... O número de motoristas do Uber, no Brasil, aumentou em dez vezes no último ano. Eram 50 mil pessoas em outubro de 2016. São 500 mil, hoje. Só no estado de São Paulo, 150 mil. E 17 milhões de pessoas usam, mensalmente, o serviço. Caso o Congresso torne o serviço inviável, por conta do lobby dos taxistas, o impacto econômico será real. (Folha)

Enquanto isso... O Uber é o único candidato a patrocinador do desfile das Escolas de Samba do Rio em 2018. Se oferece a arcar sozinho com a conta de R$ 10 milhões, pela Lei Rouanet.

Lentamente, usuários do WhatsApp vão começar a receber o recurso de apagar mensagens enviadas. Para testar se você já o tem é simples: ao enviar algo por engano, selecione a mensagem com um clique e, então, escolha o ícone da lata de lixo. Nos primeiros sete minutos após o envio, uma das opções será ‘Apagar para todos’. Vale para mensagens individuais ou para grupos.

Para a série antropofágica Santa Clarita Diet, a Netflix pôs Fábio Jr ensanguentado no YouTube. Para dar aquele clima 1980 e poucos de Stranger Things, foi buscar Xuxa. Nos EUA, criou variedades de maconha inspiradas em suas séries. Brincou com o Brasil mais de uma vez no contraste entre nossos políticos e House of Cards. São bons, enfim, de publicidade que pega no digital. No Meio e Mensagem, Luiz Gustavo Pacete resgata a memória.

Viver

O fogo finalmente acabou no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. As portas devem ser reabertas nesta quarta-feira, dia 1. Após duas semanas de incêndios, as chamas atingiram 68 mil hectares, o equivalente a 28% de sua área total. (Estadão)

PUBLICIDADE

Em 2050, mais da metade da população mundial será míope. É a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a miopia já afeta entre 11% a 36% da população. A iminente epidemia da doença no mundo pode ter uma explicação: a vida moderna. É que, segundo especialistas, as pessoas estão estudando mais, lendo mais cedo, usando computadores, tablets e acessórios que as fazem passar cada vez mais tempo enxergando de perto e passando pouco tempo ao ar livre. (Folha)

Para ler com calma: Em reportagem do BuzzFeed, Chico Felitti mergulha no universo de Fofão da Augusta, um morador de rua conhecido pelos paulistanos, que há mais de 20 anos entrega panfletos de peças de teatro no centro de São Paulo. As alterações estéticas que fez no rosto para parecer uma boca de louça chinesa o deixaram com as bochechas inchadas e as maçãs do rosto, altas, levando ao apelido pela semelhança com o personagem infantil das décadas de 1980 e 1990. Felitti foi a fundo em quatro meses de investigação: visitou a cidade natal de Fofão, Araraquara, se encontrou com sua família, vasculhou o noticiário antigo, o buscou pelos hotéis da Cracolândia. Em seu texto, conta a história de um garoto que, hostilizado pela sua sexualidade, sai do interior rumo à cidade grande, torna-se um cabeleireiro e maquiador renomado, mas acaba indo morar na rua e sofrendo com o agravamento da esquizofrenia. “Me chamam de Fofão, né? Fofão da Augusta. Quem me chama disso não me conhece, eu sou muito mais que o Fofão da Augusta.”

O piloto inglês Lewis Hamilton, da Mercedes, levou neste-domingo o tetra campeonato da F-1 com duas corridas de antecipação. Com o título conquistado no Grande Prêmio do México, ele se igualou ao alemão Sebastian Vettel, vencedor de 2010 a 2013, e ao ex-piloto francês Alain Prost, que levou o troféu em 1985, 1986, 1989 e 1993.

Cultura

O brasileiro Julián Fuks venceu o Prêmio Literário José Saramago deste ano por seu romance A Resistência, que também levou o Jabuti, no ano passado. Instituído pela fundação lisboeta Círculo de Leitores, o José Saramago é atribuído anualmente ao melhor romance em língua portuguesa escrito por autor jovem. Nascido de pais argentinos exilados, em 1981, Fuks escreve sobre os dramas de uma família que foge do Golpe de 1976 no país de sua família.

O ator Kevin Spacey, ganhador de dois Oscars e estrela da série House of Cards, da Netflix, foi acusado de assédio sexual pelo ator Anthony Rapp, que atualmente participa da série Star Trek: Discover. Em entrevista ao BuzzFeed, Rapp contou que o episódio ocorreu em uma festa na casa de Spacey em 1986, quando ele tinha apenas 14 anos. Em seu Twitter, Spacey disse não se lembrar do ocorrido, mas pediu desculpas. E se declarou gay.

Os integrantes da banda Linkin Park se reuniram pela primeira vez desde a morte do vocalista Chester Bennington em julho. Foi em um concerto no Hollywood Bowl, em Los Angeles. A banda cantou os clássicos que marcaram os 20 anos de trajetória do grupo e também uma canção inédita, Looking For An Answer, escrita oito dias depois da morte de Bennington. O músico Mike Shinoda também respondeu uma das principais dúvidas dos fãs: o futuro do Linkin Park. Ele disse que nem eles sabem. "Eu não sei o que vai acontecer com essa música, mas, se a banda continuar, quero trabalhar mais nela".

E o vídeo de um dos momentos mais emocionantes do show, quando o público assumiu os vocais da música Numb.

No Spotify brasileiro tem jabá digital. Donos de playlists com muitos assinantes cobram para incluir músicas de artistas novos. A prática é proibida pelo serviço de streaming, não que adiante. A inclusão de uma faixa, por duas semanas, numa lista com 1.500 assinantes sai por R$ 15 no mercado cinza.

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.