STF pede mensagens de hackers e pode afastar Deltan
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, requisitou à Polícia Federal o conjunto do material apreendido com os hackers de Araraquara na Operação Spoofing. O inquérito continua sendo conduzido pela PF sob orientação do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do DF. As mensagens, porém, serão analisadas pelos ministros do STF no inquérito aberto em março pelo próprio STF para apurar a distribuição de fake news. (G1)
Então... O presidente do Supremo, Dias Toffoli, assim como Gilmar Mendes, têm alvo. É o procurador Deltan Dallagnol, que buscou incentivar investigações sobre eles e suas mulheres, como contado por Intercept e Folha na quarta. O objetivo, conta Tales Faria, é que seja punido exemplarmente. (UOL)
Ao envolver ministros do Supremo, o último capítulo da Vaza Jato começa a corroer o apoio à Força-Tarefa de Curitiba até na Procuradoria Geral da República. Mas a PGR não quer se indispor com o Ministério Público Federal. Deve ser o próprio Supremo que, de posse das conversas, pode afastar Deltan da força-tarefa. (Folha)
Aliás... O secretário-geral de Receita Federal, Marcos Cintra, está sob enorme pressão, informa o Painel. É para que entregue a lista de auditores que investigaram agentes públicos e a base legal sobre a qual operaram. O STF e outros tribunais é que apertam. (Folha)
O Briefing da edição que saiu ontem no Reino Unido da revista The Economist é inteiramente dedicado à Amazônia. Não são todas as edições da revista que têm um Briefing, mas esta é uma de suas marcas editoriais mais conhecidas: quase uma revista dentro da revista, longa reportagem carregada de dados. Desde os anos 1970, uma Turquia foi desmatada na região, e a temperatura média local aumentou 0,6°C. O ritmo da perda de área verde, porém, esteve em queda entre 2004 e 2012. O ritmo tornou a crescer desde o governo Dilma — um pouco por conta de novas regras, mas também porque a recessão forçou que se diminuíssem as verbas do Ministério do Meio Ambiente. Este ano, porém, já acelerou mais. Desde janeiro, 4.300 km2 já foram desmatados e, possivelmente, um recorde será batido em 2019. O maior risco é na reciclagem de água. É a manta verde que joga para os céus uma quantidade imensa de vapor que alimenta as chuvas de boa parte do centro-oeste brasileiro, mas também em quase toda a Bolívia, o Peru, além de partes de Equador, Colômbia e Venezuela. O desmatamento funciona como se o Brasil represasse um rio que alimenta estes vizinhos. Mesmo uma diminuição pequena do número de árvores pode provocar períodos longos de seca inclusive na região do agribusiness brasileiro. E há o risco real de colapso da floresta, caso a perda de árvores chegue ao ponto de não conseguir manter mais a irrigação da própria mata. Segundo especialistas da revista, o risco está mais próximo do que muitos imaginam. (Economist)
Pois é... Em seu principal editorial, a Economist pede boicote a produtos brasileiros produzidos na região desmatada. E convoca União Europeia e China a contingenciar acordos comerciais ao cuidado com a floresta. Em um editorial publicado no último domingo, o Guardian seguiu o mesmo caminho. Afirma por um lado que o mundo deveria doar mais dinheiro para preservação da Amazônia ao mesmo tempo em que pede, à União Europeia, também maior pressão comercial sobre o Brasil. O tom é o mesmo de outra longa reportagem, também deste domingo, esta do New York Times. Seus repórteres descobriram que o governo Bolsonaro já reduziu em 20% a verba para combate ao desmatamento.
Por unanimidade, o STF decidiu manter suspensa a transferência da função de demarcar terras indígenas para o ministério da Agricultura, como pretendia o governo. Continua nas mãos da Funai. (Poder 360)
Foi anulado o acordo entre Brasil e Paraguai que fazia o país vizinho, no final, pagar mais caro pela energia produzida por Itaipu. O termo, assinado pelos dois países em maio, havia se tornado uma séria crise política e ameaçava com processo de impeachment o presidente paraguaio Mario Abdo Benitez. Com o cancelamento, que Brasília aceitou sem questionar, a crise arrefeceu. (G1)
O mercado financeiro acordou, hoje, agitado e em baixa após o anúncio, pelo presidente americano Donald Trump, que pretende aumentar as tarifas de US$ 300 bilhões em produtos importados da China. Os avanços que pareciam ter ocorrido no encontro do G-20 retrocederam. (CNN)
Na edição deste sábado: Pode parecer, e às vezes parece mesmo, que nem um presidente divisivo é capaz de fazer toda oposição brasileira se sentar à mesa para restaurar o diálogo. Mas encontros assim são possíveis — e, entre 1966 e 68, um deles aconteceu. Seria difícil imaginar, no cenário político, homens de tanta estatura, e tanta rivalidade estabelecida, quanto Juscelino Kubitscheck, Carlos Lacerda e João Goulart. Pois eles se sentaram juntos, conversaram e, a grande custo pessoal para os três, se uniram para tentar terminar a ditadura militar. A história de como se deu este acordo estará na edição que os assinantes premium recebem amanhã. Para pensar os dias de hoje. Qualquer um pode assinar. Afinal, não custa quase nada. Assine também.
Cultura
Em São Paulo, Maria Bethânia leva seu novo show, Claros Breus, ao Credicard Hall hoje e amanhã. Letieres Leite assina a direção musical e Bia Lessa, a cênica. Depois de um período de residência em Angola, No Martins exibe a individual Campo Minado, com curadoria de Hélio Menezes, na Baró Galeria. No Sesc Pinheiros, Luedji Luna lança hoje o vinil de Um Corpo no Mundo. Amanhã, Karina Buhr lança o disco Desmanche com a participação de Max B.O. De hoje a domingo, Mateus Aleluia convida Thalma de Freitas para o show Ajeum Ajeumbó no Sesc Ipiranga. O quarteto de flautas Quinta Essentia se apresenta hoje no Sesc Avenida Paulista. No domingo, Antonio Meneses dá um recital na Sala São Paulo com suítes de Bach e Clóvis Pereira, entre outros. A festa de dancehall Fresh! convida Black Alien à Fabrique Club neste sábado.
No Rio de janeiro, a atriz e diretora Inez Viana estreia como dramaturga em A Última Peça, em cartaz no Sesc Copabacana sob a direção de Danilo Grangheia. Obras de Villa-Lobos, Rachmaninoff e Marisa Rezende estão no programa do concerto que a Petrobras Sinfônica faz hoje no Municipal. No domingo, a Companhia de Ballet da Cidade de Niterói comemora 25 anos com a estreia de O Instante do Aquilo, do coreógrafo espanhol Chevi Muraday. O grupo do choro Água de Moringa celebra 30 anos neste sábado na Sala Cecília Meireles. O guitarrista de blues Robert Cray se apresenta com sua banda hoje no Vivo Rio. No sábado é a vez de Paulinho da Viola subir no mesmo palco.
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Nos cinemas, estreia Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw (trailer). Segundo a crítica, o filme com Dwayne Johnson e Jason Statham, derivado da franquia de carros e ação, é cafona, clichê, absurdo e muito divertido. Agora, a dupla precisa unir forças para enfrentar Brixton (Idris Elba), um homem alterado geneticamente que deseja executar um plano que mataria milhões de pessoas. E No Coração do Mundo (trailer) ganha as telas do cinema nacional. Dentro da comunidade local, Marcos (Leo Pyrata) se vira diariamente com os pequenos crimes que comete. Quando reencontra Selma (Grace Passô), uma antiga amiga, ele se convence da possibilidade de executar um assalto bem-sucedido. Este é o primeiro longa de ficção produzido pelos diretores mineiros Gabriel Martins e Maurílio Martins. Não por acaso, os dois são de Contagem, que serve de cenário. Outro filme nacional que estreia essa semana é Abaixo a Gravidade (trailer), de Edgard Navarro. É a história de um homem que vive há anos isolado em uma comunidade rural, no interior da Bahia, de volta para a cidade grande e todo o seu caos em busca de um tratamento médico. Confira outros filmes em cartaz.
E o trailer da terceira temporada de 13 Reasons Why está entre os vídeos em alta no Youtube. A série retorna no dia 23 de agosto na Netflix e foi renovada para um quarto ano, que será o último.
Viver
Uma nova espécie de sagui acabou de ser descrita no Brasil: é o sagui-dos-Munduruku. O animal pertencente ao gênero Mico foi descoberto pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e Universidade Federal do Amazonas, Rodrigo Araújo, durante expedições de campo ao sudoeste do Pará, um dos pontos mais desmatados da região. O nome sagui-dos-Munduruku é uma homenagem aos indígenas Munduruku e faz referência à distribuição geográfica da espécie. “A descoberta é um fato incrível por si só, mas mostra o pouco que a gente conhece da biodiversidade. Por se tratar de um primata é algo inovador e mais inesperado ainda. A gente pode usar a descrição de novas espécies para melhorar o delineamento de proteção de áreas dentro da própria Amazônia”, comentou Rodrigo. (G1)
Um canal de YouTube para lá de simpático — ao menos, para quem é de cozinha. A Cozinha da Bruxa. O primeiro episódio é sobre alecrim.
Cotidiano Digital
Para muitos, o negócio é como a transferência do grande craque de um clube para outro. Mas boa parte das pessoas jamais ouviu falar de Tyler ‘Ninja’ Blevins, o campeão do game Fortnite que anunciou ontem o encerramento de uma grande negociação. Ele, que transmitia suas partidas ao vivo pela popular plataforma Twitch, está se transferindo para a Mixer — uma outra plataforma de vídeos para gamers, bem menor, que pertence à Microsoft. Não está claro quanto a empresa de Bill Gates pagou pela exclusividade das transmissões de Ninja, mas a expectativa é de que carregue com ele para a nova casa pelo menos parte de seus quase 15 milhões de seguidores. O passe certamente foi alto. Ele recebia das assinaturas de sua conta na plataforma anterior algo por volta de US$ 500 mil por mês. Ninja tem 26 anos.
O Facebook publicou no GitHub, um repositório de softwares de código aberto para desenvolvimento em colaboração, dois de seus algoritmos. Chamam-se PDQ e TMK+PDQF. Os dois programas são um repositório com os identificadores de imagens conhecidas de exploração sexual infantil, propaganda terrorista e violência forte. De posse destes dados, o software monitora constantemente a rede social para, em encontrando uma republicação, deletá-la imediatamente e, quando é o caso, alertar autoridades. As expectativas da empresa são duas. Tornando-se um esforço colaborativo, outros podem usar os algoritmos em suas plataformas e, ao mesmo tempo, aumentar a biblioteca de identificadores — melhorando o resultado final para todos.
A reportagem belga com vazamentos das conversas de belgas e holandeses com o equipamento Google Home, a caixa de som munida da assistente da empresa, começa a ter consequências. O Google suspendeu o processo de revisão destas conversas em todo o continente europeu. Os reguladores da União Europeia estão preocupados com as garantias de privacidade dos usuários. Afinal, conversas particulares registradas não só vazaram como foi possível, aos jornalistas, identificar algumas das pessoas. Aproximadamente 0,2% dos áudios de nossas conversas com assistentes são ouvidos por pessoas. Ocorre quando o software não é capaz de compreender o que foi dito — este processo, humano, é o que permite ao sistema interagir com sotaques e dialetos diferentes, pois guia seu aprendizado.