Prezadas leitoras, caros leitores —
Esta é uma edição extra da newsletter diária do Meio, que estava suspensa devido ao feriado. Mas nosso compromisso com a notícia e de oferecer sempre a melhor curadoria aos nossos leitores é inabalável. E diante da morte de Francisco, o papa das Américas e da simplicidade, cá estamos.
Você, que valoriza nosso trabalho e nosso jornalismo, considere ser um assinante premium do Meio. É sua contribuição que permite que a gente traga conteúdos relevantes e originais em todos os cantos da sua vida digital.
Os editores.
Edição extra: Morre Francisco, o papa das Américas

O mundo — em particular os cerca de 1,4 bilhão de católicos — amanheceu consternado nesta segunda-feira com a notícia de que o papa Francisco, primeiro sumo pontífice da Igreja Católica nascido na América Latina, morreu às 7h35 (horário de Roma), aos 88 anos. A nota oficial, lida pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo do Vaticano, não traz a causa da morte, informando apenas que “o bispo de Roma, Francisco, retornou para a casa do Pai” e lembrando que o falecido papa ensinou os fiéis a viverem “os valores do Evangelho com fé, coragem e amor universal, especialmente pelos mais pobres e marginalizados”. Caberá a Farrell organizar o conclave que escolherá o novo líder da maior denominação cristã do planeta. (AP)
A morte de Francisco não apenas deixa vago o Trono de São Pedro, mas coloca a Igreja Católica em uma encruzilhada. Após os pontificados dos conservadores João Paulo II e Bento XVI, o papa argentino reaproximou o discurso católico do combate à pobreza e provocou a ira de setores tradicionalistas ao pregar o acolhimento de fiéis divorciados e da comunidade LGBTQIA+, embora não incentivasse esses comportamentos e mantivesse uma postura ortodoxa em relação a temas como celibato, ordenação de mulheres e aborto. Também teve uma atuação firme no trato das denúncias de abuso sexual e corrupção dentro do clero. (CNN)
Embora o Vaticano não tenha até o momento divulgado a causa da morte de Francisco, a imprensa italiana especula que ele sofreu um derrame, já estando debilitado pela pneumonia dupla que o fez ser internado em fevereiro. O fato é que o papa sempre teve uma saúde frágil. Ainda jovem, teve de extrair parte de um dos pulmões, o que lhe provocou problemas respiratórios crônicos. Em 2021 e 2023, foi submetido a cirurgias no intestino, e nos últimos anos aparecia em público usando uma cadeira de rodas. (Politico)
Um pioneiro. Essa definição se aplica bem à figura do falecido pontífice. Nascido Jorge Mario Bergoglio em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, capital da Argentina, foi o primeiro papa vindo das Américas, o primeiro em quase seis séculos a assumir após a renúncia do antecessor, o primeiro jesuíta a chegar ao comando do catolicismo e o primeiro a incorporar, ainda que parcialmente, temas de costumes que iam contra a doutrina da Igreja. Filho de imigrantes italianos profundamente religiosos, Jorge Mario se formou técnico em química antes de seguir a carreira religiosa, tornando-se noviço jesuíta em 1958 e sendo ordenado padre 11 anos depois. Com uma carreira notável, foi nomeado arcebispo de Buenos Aires em 1997 e cardeal primaz da Argentina em 2001. A vocação não o fez, porém, abandonar duas paixões: o tango e o time de futebol San Lorenzo. (g1)
Bergoglio chegou a ser cogitado para o papado em 2005, após a morte de João Paulo II, mas pediu que não votassem nele por não se considerar digno do cargo. O escolhido foi o alemão Joseph Ratzinger, braço direito do falecido papa, que adotou o nome de Bento XVI e surpreendeu o mundo em fevereiro de 2013 ao renunciar ao cargo, algo que não acontecia desde Gregório XII, em 1415. No conclave que se seguiu, mesmo contra a vontade, o religioso argentino foi escolhido. Como ele próprio lembrou, foi abraçado pelo amigo brasileiro Cláudio Hummes, então arcebispo emérito de São Paulo. “Ele me abraçou, me beijou e disse: ‘Não se esqueça dos pobres’. Aquilo entrou na minha cabeça. Imediatamente lembrei de São Francisco de Assis”, disse o papa, explicando a escolha do nome. (CNN Brasil e g1)
Desde sua entronização, Francisco não fugiu de polêmicas políticas. Em entrevista a uma emissora argentina em 2023, o papa afirmou que o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia sido condenado sem provas e que a ex-presidente Dilma Rousseff, que sofrera um impeachment, tinha “as mãos limpas”. Em 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro, com quem jamais se encontrou, Francisco pediu publicamente a Nossa Senhora Aparecida que “libertasse o povo brasileiro da onda de ódio e rancor que que se alastrou no país”. Nas eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2024, disse que os eleitores teriam de escolher “o menor do males”, criticando tanto a postura da democrata Kamala Harris a favor do aborto quanto a retórica violenta de Donald Trump contra imigrantes. Após o pleito, tornou-se um crítico ferrenho das políticas de Washington. Na véspera de morrer, porém, concedeu audiência ao vice de Trump, J.D. Vance. Mas um de seus antagonistas mais ferrenhos foi o compatriota Javier Milei. Em 2020 o hoje presidente argentino chegou a dizer que o papa era “o representante do Maligno na Terra” e o acusou de “promover o comunismo”. Em 2023, já candidato, afirmou que Francisco “jogava politicamente” e que era “condescendente com criminosos da esquerda”. Mesmo com Milei atenuando o discurso após ser eleito, chegando a visitar o papa no Vaticano, os dois jamais se aproximaram. (CNN Brasil)
Para entender o pensamento político de Francisco, a jornalista Sylvia Colombo entrevistou para o Meio Político, exclusivo para assinantes premium, o historiador italiano Loris Zanatta, autor de Bergoglio — Una Biografia Política. Em virtude da morte do papa, estamos abrindo a entrevista para todos os leitores do Meio.
Relembre a vida e o pontificado de Francisco em imagens. (New York Times)
“Na Páscoa do Senhor, a morte e a vida enfrentaram-se num admirável combate, mas agora o Senhor vive para sempre e infunde em cada um de nós a certeza de que somos igualmente chamados a participar na vida que não tem fim, na qual já não se ouvirá o fragor das armas nem os ecos da morte”. Com essa reflexão, o papa Francisco encerrou sua mensagem de Páscoa, lida por um assessor durante a bênção Urbi et Orbi neste domingo. O texto marca, também, sua última aparição pública, que ocorreu pouco depois da missa pascoal celebrada pelo cardeal Angelo Comastri. De cadeira de rodas, acenou à multidão na Praça de São Pedro e desejou uma “Feliz Páscoa” aos milhares de fiéis presentes. Além de manifestar-se sobre a vida e a morte, o pontífice denunciou a “situação humanitária dramática e ignóbil” em Gaza, pediu um cessar-fogo imediato e alertou para o crescente clima de antissemitismo. “Não é possível haver paz onde não há liberdade religiosa ou liberdade de pensamento”, destacou. O papa fez ainda um apelo a líderes globais para que utilizem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados e promover a paz. Após sua bênção, Francisco surpreendeu a todos ao percorrer a Praça de São Pedro no papamóvel, abençoando bebês e saudando a multidão. Mais cedo, ele havia recebido o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, para um encontro privado. (Estadão)
E.J. Dionne Jr.: “Francisco evitou as armadilhas da realeza, incluindo os apartamentos papais. Seus hábitos favoreciam a simplicidade. Ele era conhecido por tratar os funcionários do Vaticano mais como colegas de trabalho do que como funcionários. O seu objetivo, disse ele, era ‘uma igreja pobre para os pobres’ — uma que esteja ‘machucada, magoada e suja porque esteve nas ruas’. ‘Se você entender que pregar um Deus de misericórdia é fundamental para o seu ministério’, disse o escritor católico Michael Sean Winters, ‘todo o resto se encaixa’”. (Washington Post)
Catherine Pepinster: “Francisco era um papa que não queria nada da pompa de um papado. Mas também havia substância subjacente a isto. A sua preocupação pelos mais afetados pelas dificuldades econômicas, pela guerra e pela política, e pela onda de refugiados que varre a Europa e a América, foi acompanhada pela sua empatia pelos que foram desenraizados pela crise climática. A sua preocupação com o planeta — o que ele chamou de “nossa casa comum” — estava enraizada na reverência pela criação de Deus. A sua encíclica ou documento de ensino mais radical, o Laudato si’, foi publicada em 2015, apresentando razões científicas e teológicas para proteger o planeta do colapso climático. Ele costumava dar uma cópia aos visitantes — incluindo Trump, em 2017”. (Guardian)
John J. Miller: “Quando Francisco morreu, o mundo perdeu a sua voz mais poderosa em favor dos nascituros. O lado que normalmente apoia o direito ao aborto irá ignorar ou minimizar a firme oposição do papa a eles. O lado que geralmente se opõe ao aborto não lhe dará crédito suficiente pela sua posição intransigente. Isso porque as opiniões de Francisco perturbaram as narrativas fáceis de cada lado, quer fosse Francisco, o reformador liberal, quer fosse Francisco, a ameaça à ortodoxia. No entanto, ele falou abertamente e muitas vezes com ousadia sobre o aborto. ‘Um aborto é um homicídio... Mata um ser humano’, disse ele no ano passado, falando a jornalistas num voo da Bélgica para Roma. Depois recorreu a uma metáfora sombria que já tinha usado antes: ‘Os médicos que fazem isso são assassinos de aluguel’. Finalmente, para garantir, ele acrescentou: ‘Sobre isso não há debate’”. (Boston Globe)
Francisco Borba Ribeiro Neto: “O fato é que a renovação iniciada por Francisco permanece uma grande tarefa incompleta. Algo natural numa instituição milenar. Será ainda necessário muito tempo para que o caminho trilhado por Francisco se consolide. Tal consolidação será a principal tarefa de seu sucessor. Mas em que ela implica? Ouvindo as demandas ditas progressistas, tornar a Igreja cada vez mais acolhedora, que proclame o perdão e defenda os mais frágeis. Por outro lado, o crescimento no mundo todo de movimentos conservadores, sejam político-culturais ou religiosos, mostra que também se deve atender a um anseio por ortodoxia doutrinal e fortalecimento da espiritualidade tradicional”. (Estadão)
“Fechado à chave” — é o que significa conclave, do latim cum clavis. E não por acaso: trata-se do ritual mais reservado da Igreja Católica, em que cardeais do mundo todo se reúnem, isolados na Capela Sistina, para eleger o novo papa. Com a morte de Francisco, esse processo milenar será iniciado. Atualmente, o Colégio Cardinalício tem 252 membros, dos quais 136 têm direito a voto por terem menos de 80 anos, e são necessários dois terços dos votos para que o novo pontífice seja eleito. Desde 1996, o conclave segue regras estabelecidas por João Paulo II, incluindo a limitação da idade dos eleitores, o voto secreto e a excomunhão de quem vazar informações. Antes da votação, os cardeais realizam reuniões preparatórias para discutir prazos, logísticas e prioridades. Após o funeral papal e um intervalo de até 20 dias, eles são hospedados na Casa de Santa Marta e mantidos em total isolamento — sem celular, internet ou contato externo. A única comunicação com o mundo é pela fumaça que sai da chaminé da capela: preta, se não há consenso; branca, quando o novo papa é escolhido. A fumaça, adotada em 1939, é gerada a partir da queima dos votos, com compostos químicos que garantem a cor. (g1)
Francisco morreu, mas terá um peso grande na escolha de seus sucessor. Dos 136 cardeais votantes, 108 foram nomeados por ele. Bento XVI escolheu 23, e apenas cinco são remanescentes do pontificado de João Paulo II. (Estadão)
Para ler com calma. Entre os favoritos estão os italianos Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e figura central da diplomacia da Santa Sé; Matteo Zuppi, arcebispo de Bolonha e nome próximo de Francisco; e Pierbattista Pizzaballa, patriarca latino de Jerusalém, elogiado por sua atuação inter-religiosa. Também ganham força Jean-Marc Aveline, da França, engajado com temas migratórios; Péter Erdo, da Hungria, voz conservadora da nova evangelização; e o português José Tolentino de Mendonça, teólogo e expoente progressista. Nos bastidores, circulam os nomes de Mario Grech (Malta) e Luis Antonio Tagle (Filipinas), já cotado em conclaves anteriores. Dos EUA, destacam-se Robert Prevost, responsável por nomeações episcopais; Wilton Gregory, primeiro cardeal negro do país; e Blase Cupich, com visão pastoral inclusiva. A África é representada por Fridolin Ambongo, da República Democrática do Congo. Já o Brasil tem dois nomes em evidência: Leonardo Steiner, ligado à pauta ambiental, e Sérgio da Rocha, membro do Conselho de Cardeais. (Globo)
O presidente Lula decretou luto oficial de sete dias no Brasil pela morte do papa Francisco. “A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo. O Papa Francisco viveu e propagou em seu dia a dia o amor, a tolerância e a solidariedade que são a base dos ensinamentos cristãos. Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o argentino Jorge Bergoglio buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados. Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas. Criticou vigorosamente os modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças. Mostrou que esse mesmo modelo é que gera desigualdade entre países e pessoas. E sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito”, escreveu Lula em nota oficial. (g1)
Entre os presidentes do Legislativo, o senador Davi Alcolumbre declarou: “Como presidente do Senado e do Congresso Nacional e, como judeu, expresso a minha mais profunda admiração e respeito pela vida e obra do Papa. Em 2019 tive a honra de assistir a uma missa celebrada pelo Papa Francisco, e essa experiência me deixou uma marca profunda”. Já Hugo Motta, presidente da Câmara, ressaltou as transformações promovidas por Francisco durante o papado. “Francisco foi o símbolo do diálogo, do acolhimento, da compreensão e, principalmente, da inclusão.” Ministros do governo também prestaram homenagens. Fernando Haddad, da Fazenda, destacou que Francisco “apontou um caminho para uma sociedade mais tolerante, justa, fraterna e solidária”. Simone Tebet, do Planejamento, desejou “que os senhores da guerra se sensibilizem ante o aceno pacificador do Papa Francisco”. Já Alexandre Padilha, da Saúde, lembrou o compromisso do papa com a defesa da vacinação durante a pandemia. “O Papa Francisco foi um grande defensor do acesso gratuito à saúde, durante toda a pandemia ergueu sua voz em favor da vacina contra o negacionismo, orou pelos doentes, pelos médicos e por todos os profissionais da saúde.” O ex-presidente Jair Bolsonaro também se manifestou. “Para o Brasil e o mundo, a figura do Papa sempre foi sinal de unidade, esperança e orientação moral. Sua partida nos convida à reflexão e à renovação da fé, lembrando-nos da força da espiritualidade como guia para tempos de incerteza”, escreveu. (g1 e X)
Pelo mundo, as principais autoridades mundiais se manifestaram e homenagearam o papa. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou uma breve nota em rede social. “Descanse em paz, Papa Francisco! Que Deus o abençoe e a todos que o amavam”. O vice-presidente JD Vance foi uma das últimas pessoas a encontrá-lo, no domingo de Páscoa. “Fiquei feliz em vê-lo ontem, embora ele estivesse obviamente muito doente”, escreveu. Conterrâneo de Francisco, o presidente argentino Javier Milei, que chegou a criticar Francisco no passado, adotou tom comovido. “Apesar das diferenças que hoje parecem pequenas, ter podido conhecê-lo em sua bondade e sabedoria foi uma verdadeira honra para mim.” Na Europa, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que o papa “quis que a Igreja levasse alegria e esperança, especialmente aos mais pobres”. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, anunciou que as luzes da Torre Eiffel seriam apagadas em homenagem ao pontífice e que pretende nomear um espaço da cidade com seu nome. O chanceler designado da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou que Francisco foi guiado “pela humildade e pela fé na misericórdia de Deus”. Na Itália, Giorgia Meloni afirmou que o país está “profundamente triste” com a perda de “um grande homem e um grande pastor”. O rei Charles III, do Reino Unido, também expressou pesar: “Minha esposa e eu ficamos profundamente entristecidos ao saber da morte do Papa Francisco”. (NYT, BBC, g1 e AFP)
Na Rússia, Vladimir Putin destacou o papel de Francisco no diálogo com a Igreja Ortodoxa e o chamou de “servo fiel dos ensinamentos cristãos”. A relação do papa com Moscou gerou controvérsia durante a guerra na Ucrânia, principalmente por seu apelo para que Kiev “tivesse coragem de negociar a paz”. Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, por sua vez, lembrou que o pontífice “Rezou pela paz na Ucrânia e pelos ucranianos”. (Reuters e NYT)
Muitos filmes falam sobre papas e seus papados. O mais recente é Conclave (2024), com Ralph Fiennes, que transforma o processo de eleição do Santo Padre em um thriller de conspiração e segredos. É o filme mais visto no Brasil no Amazon Prime Video, onde estreou na semana passada. Em Dois Papas (2019), sucesso da Netflix inspirado em fatos, Bento XVI (Anthony Hopkins) estabelece uma amizade surpreendente com o futuro papa Francisco (Jonathan Pryce). Em As Sandálias do Pescador (1968), épico baseado no bestseller de Morris L. West, Anthony Quinn interpreta um prisioneiro político russo que se torna Papa e tenta impedir uma guerra atômica. Agonia e Êxtase (1965), com Charlton Heston e Rex Harrison, conta a história da pintura da Capela Sistina e os problemas que Michelangelo teve com o papa Júlio II ao criar a obra de arte mais importante da Igreja Católica. (Meio)