‘O Último Azul’ conquista o Urso de Prata, segundo maior prêmio do Festival de Berlim
Em um Brasil distópico que tenta se reerguer economicamente, mas para isso decide isolar compulsoriamente seus idosos em colônias, O Último Azul conta a história de Tereza, uma mulher de 77 anos que vive em uma cidade industrializada da Amazônia. Ao receber a convocação do governo, ela decide adiar sua partida para realizar seu último sonho: um passeio de avião. Em meio a rios e barcos, essa viagem clandestina conquistou o grande júri e rendeu ao filme o segundo maior prêmio do Festival de Berlim, o Urso de Prata, no último sábado, 22. Dirigido por Gabriel Mascaro, o longa aborda a importância de sonhar e a ideia de que nunca é tarde para encontrar um novo propósito na vida, como explicou o diretor ao receber o prêmio.
Além do Urso de Prata, a produção ainda levou dois prêmios dos júris independentes do festival: o troféu de Melhor Filme da competição, concedido pelo júri ecumênico, e o prêmio dos leitores do jornal Berliner Morgenpost. A coprodução entre Brasil, México, Chile e Holanda tem como protagonista Denise Weinberg, e Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás, Adanilo, Rosa Malagueta, Clarissa Pinheiro e Dimas Mendonça completam o elenco. O filme deve estrear nas salas nacionais ainda em 2025, mas não há data definida.
Não foi apenas O Último Azul que colocou o Brasil em destaque no Festival de Berlim. O documentário A Hora do Recreio, dirigido por Lúcia Murat, também foi premiado na sexta-feira, 21, recebendo a Menção Especial do Júri Jovem na Mostra Generation, voltada para filmes dirigidos ao público infantojuvenil. O documentário, que aborda a educação através da perspectiva de adolescentes de comunidades periféricas, chamou atenção por sua abordagem sensível e crítica.