Ao lado de Lula, Alcolumbre diz que preservação é decidida por ‘filhos do Amapá’
Em evento em Macapá nesta quinta-feira, Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), defenderam a exploração de petróleo na Foz do Amazonas. “Tem gente que fala que não pode pesquisar a Margem Equatorial para saber se a gente tem petróleo”, disse Lula. “A gente tem que preservar, mas eu não posso deixar uma riqueza que a gente não sabe se tem, e quanto é, a 2.000 metros de profundidade enquanto Suriname e Guiana estão ficando rico às custas do petróleo a 50 quilômetros de nós”. O petista diz que confia na Petrobras e indicou que o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, fará a negociação. Já a liberação cabe ao Ibama. “Eu não quero estragar um metro de coisas aqui, mas ninguém pode proibir a gente de pesquisar para saber o tamanho da riqueza que tem. Ninguém pode.” Já Alcolumbre não citou o caso nominalmente, mas foi direto. “Não venha o mundo cantar de galo em relação à nossa capacidade de preservar. O mundo não pode impor ao Amapá nada na relação da preservação e da manutenção do meio ambiente”, afirmou. “Nenhum lugar do mundo tem autoridade de falar em preservação, quem tem são os filhos do Amapá.” (UOL)
Para Observatório do Clima (OC), que reúne entidades ambientalistas, a “ofensiva” do governo federal contra o Ibama cresceu após a eleição de Alcolumbre (União) para a presidência do Senado no início deste mês. “A pressão política extrema pela licença de perfuração do bloco 59 deve ser entendida como uma porteira para liberar exploração intensa na bacia da Foz do Amazonas e em toda a Margem Equatorial. A decisão sobre a licença do bloco 59 cabe somente ao Ibama, mas o país deveria estar debatendo a proposta do governo de grande expansão da exploração de petróleo no país em plena crise climática”, avalia a coordenadora de Políticas Públicas do OC, Suely Araújo. (Globo)