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Após um “longo e altamente produtivo” telefonema com o presidente russo, Vladimir Putin, Donald Trump anunciou que as negociações para encerrar a guerra na Ucrânia começarão “imediatamente”. A ligação foi a primeira conversa conhecida entre os dois desde que o republicano voltou ao poder, no mês passado. Também encerrou um longo período de silêncio entre a Casa Branca e o Kremlin. “Discutimos a Ucrânia, o Oriente Médio, energia, inteligência artificial, o poder do dólar e vários outros assuntos”, postou Trump em sua rede social, a Truth Social. “Concordamos em trabalhar juntos, em estreita colaboração, inclusive visitando o país um do outro. Também concordamos que as nossas respectivas equipes iniciem negociações imediatamente e começaremos por telefonar ao presidente Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, para o informar da conversa, algo que farei agora mesmo”, escreveu Trump, que ligou para o ucraniano em seguida. (CNN)

O secretário americano de Defesa, Pete Hegseth, deixou claro que um regresso às fronteiras da Ucrânia anteriores a 2014 é “um objetivo irrealista” e “ilusório” para um acordo de paz. Em uma reunião na sede da Otan, em Bruxelas, Hegseth disse que Trump “pretende acabar com esta guerra através da diplomacia e sentando Rússia e Ucrânia à mesa”. “Só acabaremos com esta guerra devastadora e estabeleceremos uma paz duradoura combinando a força aliada com uma avaliação realista do campo de batalha”, afirmou horas antes da divulgação da conversa entre Trump e Putin. Ele também disse que os EUA esperam que a Europa assuma mais responsabilidade financeira e militar pela defesa da Ucrânia. E deixou claro que não enviará tropas americanas ao país. Também deu a entender que dificilmente o desejo ucraniano de integrar a Otan será realizado. O americano deve participar de uma reunião de ministros da Defesa da Otan nesta quinta-feira. (New York Times)

Frank Gardner: “As coisas estão avançando muito rapidamente no que diz respeito aos esforços para acabar com a guerra na Ucrânia. Infelizmente para Kiev, que não está no comando. A notícia de que os líderes das duas nações nucleares mais fortemente armadas tiveram uma conversa telefônica aparentemente construtiva e cordial de 90 minutos é, à primeira vista, um passo bem-vindo em direção a um mundo mais pacífico. Trump e Putin têm claramente uma boa relação de trabalho, em marcante contraste com o anterior ocupante da Casa Branca, Joe Biden. Por enquanto, a temperatura baixou, mas esse movimento positivo pode muito bem ocorrer às custas da Ucrânia. É mais do que possível que um acordo possa eventualmente ser alcançado envolvendo milhares de tropas de manutenção da paz europeias e não europeias, ou algum tipo de acordo de ajuda por minerais com Washington que dê aos EUA acesso aos depósitos substanciais de minerais de terras raras da Ucrânia, como o lítio”. (BBC)

Enquanto isso… uma petição online está chamando a atenção de californianos e dinamarqueses. Até terça-feira, a petição “Denmarkification”, que apela à Dinamarca para comprar o estado da Califórnia, recolheu mais de 200 mil assinaturas. A iniciativa satírica surgiu em resposta ao interesse de Trump em comprar a Groenlândia, um território dinamarquês. Utilizando uma linguagem irônica, a petição argumenta que o republicano pode estar aberto a vender o estado americano cujos líderes políticos muitas vezes discordaram de sua administração. (CBS News)