Endividamento recua em janeiro, mas comprometimento da renda ainda preocupa
Os brasileiros iniciaram 2025 com endividamento e inadimplência menores, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em janeiro, 76,1% das famílias relataram ter contas a vencer, abaixo dos 76,7% registrados em dezembro e dos 78,1% de janeiro de 2024. Já a parcela de consumidores inadimplentes caiu de 29,3% em dezembro para 29,1% no início do ano. Apesar da melhora nos indicadores, a percepção de endividamento aumentou. Em janeiro, 15,9% das famílias consideraram-se “muito endividadas”, contra 15,4% no mês anterior. Além disso, 20,8% dos consumidores comprometeram mais da metade da renda com dívidas, o maior percentual desde maio de 2024. “O comprometimento crescente da renda acende um sinal de alerta para a economia em 2025”, afirmou José Roberto Tadros, presidente da CNC. Os juros altos e a restrição ao crédito impactam principalmente as famílias de menor renda. No grupo que ganha até três salários mínimos, a taxa de endividamento caiu de 80,5% em dezembro para 79,5% em janeiro, mas a inadimplência se manteve alta, atingindo 37,8%. Apesar da queda mensal, a CNC projeta um novo aumento do endividamento ao longo do ano, com índices voltando a crescer a partir de março e encerrando 2025 com 77,5% das famílias endividadas e 29,8% inadimplentes. “A necessidade de recorrer ao crédito para consumo, somada à manutenção de juros elevados, deve tornar a gestão financeira um desafio ainda maior para os consumidores brasileiros”, concluiu o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares. (InfoMoney)