Dívida bruta fica em 76,1% do PIB em 2024; número pode ir a 80% em 2025
A dívida bruta do governo geral encerrou 2024 em 76,1% do Produto Interno Bruto (PIB), registrando um aumento de 2,2 pontos percentuais ao longo do ano, segundo dados do Banco Central divulgados nesta sexta-feira. O resultado foi impactado principalmente pelas operações cambiais de dezembro. A dívida bruta inclui pagamentos financeiros, o que não acontece na dívida líquida. Apesar da alta no acumulado do ano, o indicador apresentou um recuo de 1,6 ponto percentual apenas em dezembro, impulsionado por resgates líquidos de dívida e pelo crescimento do PIB nominal. O resultado ficou abaixo das projeções anteriores do Instituto Fiscal Independente (IFI), que previa um patamar de 77% para o fim do ano. No entanto, analistas alertam para a tendência de deterioração fiscal nos próximos meses, puxada pelo crescimento acelerado das despesas primárias e pelo pagamento de juros elevados. Segundo relatório da Genial Investimentos, o risco fiscal continuará sendo um fator determinante para as principais variáveis macroeconômicas e precificação dos ativos do país. A consultoria projeta que o déficit primário do governo consolidado será de 0,6% do PIB em 2025, enquanto a relação dívida/PIB deve subir para 81% até o fim do ano. O Bradesco, por sua vez, estima que a dívida bruta ultrapassará 80% do PIB até dezembro, mas com um déficit primário mais próximo de zero. (Globo)