Impactos da tragédia no RS sobre economia gaúcha ainda são incógnita
A destruição em larga escala provocada pelas enchentes no Rio Grande do Sul impôs ao estado o desafio de se reconstruir. O governo federal já reservou quase R$ 47 bilhões em despesas com obras, transferências de renda e garantias a novos empréstimos. Já o estadual injetou outros R$ 4,1 bilhões e deve direcionar mais R$ 11 bilhões. A disponibilidade imediata de recursos, porém, não é suficiente para ditar o ritmo da reconstrução. Faltam máquinas para executar as obras; algumas licitações para construção de casas nem sequer receberam propostas; empresas demoraram a conseguir acesso às linhas de crédito. Pesquisadores avaliam que era possível ter dado uma resposta mais rápida. E a retomada não é homogênea. Em setembro, o comércio varejista gaúcho operava 4,9% acima do nível de abril de 2024 (antes da enchente). A indústria ainda estava 0,3% abaixo do nível de abril, e os serviços, com perda de 9,6% na mesma comparação, segundo o IBGE. Economistas afirmam que a recuperação da atividade econômica não é suficiente para concluir que o desafio foi superado. A grande incógnita é como o PIB do estado vai se comportar quando esses estímulos acabarem. (Folha)