Oito curiosidade sobre ‘Ainda Estou Aqui’
Ainda Estou Aqui fez história no Festival de Veneza, no Globo de Ouro e agora aguarda a lista final do Oscar, no dia 23 de janeiro. Segundo a revista americana Variety, que acertou ao prever o Golden Globe para Fernanda, o filme de Walter Salles tem chances na maior premiação do cinema em quatro categorias: melhor filme, melhor filme estrangeiro, melhor atriz, melhor roteiro adaptado. A Variety descreveu a obra como um “retrato profundamente comovente de uma família — e uma nação — rompida”. Enquanto não sai a lista, veja algumas curiosidades sobre Ainda Estou Aqui pouco conhecidas.
Selton e Rubens
Segundo Walter Salles, a semelhança física entre personagens e elenco não era um desejo nem um desafio para a produção. “Selton Mello, que interpreta brilhantemente Rubens, não se parecia com ele à primeira vista. Mas ele ganhou 20 quilos para se aproximar do Rubens que conheci”, contou o cineasta. Ele disse que a intenção sempre foi capturar o espírito da família Paiva, e foi esse objetivo que orientou a seleção. “Não é coincidência que os jovens atores do filme gostem de leitura, música, e não sejam viciados em redes sociais”.
Casa da família Paiva
A casa em que a família Paiva morava nos anos 70 ficava no Leblon, mas, para as filmagens, a produção do filme escolheu uma residência no bairro da Urca, também no Rio de Janeiro, e trabalhou em uma reconstituição da moradia original. Para isso, houve um processo de construção coletiva que até mesmo as filhas de Eunice e Rubens Paiva contribuíram. Segundo Marcelo Rubens Paiva, suas irmãs enviaram croquis, explicaram qual era a cor das paredes e demais detalhes da casa. Além disso, foram utilizados também móveis e quadros originais preservados pela família. O trabalho foi coordenado por Carlos Conti, Diretor de Arte, que foi indispensável para recriar de forma tão fiel a casa e o clima da época.
Panfletagem no Leblon
Além da popular casa da família Paiva, a Rua Almirante Pereira Guimarães também foi recriada para o filme. O trabalho de pesquisa incluiu uma ação de panfletagem no Leblon. A ideia era que moradores que residiram no bairro carioca entre 1969 e 1971 compartilhassem fotos do local para ajudar na reconstituição de fachadas das casas e dos prédios.
Escalação de Guilherme como Marcelo na infância
Guilherme Silveira, que faz Marcelo Rubens Paiva na infância no filme, estava na praia, com o braço quebrado, quando foi abordado para o papel. Depois de muito tempo desse primeiro encontro, sua mãe recebeu uma mensagem para que ele fizesse o teste para o filme, contando alguma história em vídeo. A história escolhida foi a do próprio braço quebrado.
Inspiração em Vilhelm Hammershoi
Enquanto na primeira parte do filme, a casa dos Paiva é tomada por música, vozes e sons, há um silêncio e uma ausência que pulsam a partir do momento em que militares batem à porta e levam Rubens para sempre. Para retratar essa mudança de clima, Walter Salles explica que se inspirou nas pinturas do artista dinamarquês Vilhelm Hammershoi. “Sua matéria é a ausência, os espaços que foram habitados, mas que agora guardam apenas os vestígios de uma presença,” contou o cineasta.
Carros em cena
A produção do filme optou por dispensar a computação gráfica para retratar os carros que rodavam pelas ruas do Rio de Janeiro nos anos 70: todos os automóveis que aparecem em cenas são reais. O modelo mais utilizado nas filmagens foi o Fusca, mas BMW, Bugre, Jaguar, Opel Kadett, Opala, Kombi e Karmann-Ghia são alguns dos automóveis que também aparecem em cena. No total, foram 399 diárias de veículos para as filmagens.
Cid Moreira
A voz de Cid Moreira também está em Ainda Estou Aqui. É uma pequena participação do jornalista: ele gravou áudios exclusivamente para as matérias de TV que aparecem no longa-metragem.etragem.
Cena no mar foi desafio
Selton Mello sentiu temor em uma cena e o caso virou tema de uma sessão de terapia. Segundo o ator, a cena no mar com a família foi especialmente difícil porque ele não sabe nadar. As gravações com ele foram tiveram que ser apenas no raso.