Estrela cascateira vive diva da ópera nas telas
Na guerra, no amor e na busca por um grande papel, vale tudo. Pelo menos este foi o mote de Angelina Jolie para viver o papel título de Maria Callas, principal estreia desta quinta-feira nos cinemas. O longa de Pablo Larraín retrata o período em que a cantora lírica greco-americana, uma das maiores sopranos de todos os tempos, se refugiou em Paris, e a proposta é que as cenas de canto combinassem as vozes de Callas e da atriz que a interpretasse. Angelina admite que mentiu descaradamente, dizendo ter experiência com canto. Conseguiu o papel, que lhe valeu uma indicação ao Globo de Ouro, mas teve de fazer aulas-relâmpago de canto para estar à altura da tarefa.
Os atores Tom Hanks e Robin Wright e o diretor Robert Zemeckis, que nos deram o clássico Forrest Gump, estão reunidos novamente em Aqui, um “filme experimento” passado em um a sala de estar de uma típica casa de subúrbio americana. Não é apenas um único cômodo, mas um único ângulo enquadrando as vidas de uma família ao longo de décadas. Ferramentas de inteligência artificial foram usadas para rejuvenescer o casal de protagonistas em suas fases adolescentes e jovens adultos, resolvendo o único senão de Forrest Gump, o fato de os personagens não envelhecerem ao longo de décadas.
Abuso, pertencimento e radicalismo e combinam para dar forma ao drama Família, do italiano Francesco Costabile. Luigi, o protagonista, se envolve com um grupo fascista para superar os traumas deixados pelo pai abusivo e violento, que abandonou a família uma década atrás. Até que o pai volta e tenta restabelecer a estrutura doméstica que o tinha como déspota incontestável. Mas o cenário agora é outro…
Hoje nós vivemos uma era de radicalismo, mas depois dela – espera-se – vem a reconciliação. Esse é o tema do drama espanhol Redenção, de Icíar Bollaín, focado no dilema de Maixabel Lasa (Blanca Portillo), cujo marido foi assassinado 11 anos antes pelo grupo separatista basco ETA. Ela deve aceitar ou não o pedido de perdão de um dos terroristas? Histórias como a dela refletem situações que aconteceram em toda a Europa após a época do terrorismo de esquerda que se estendeu dos anos 1960 a 1990.
Para deixar mais leve o ambiente, vale conferir o documentário Luiz Melodia – No Coração do Brasil, que conta a história de um dos mais importantes cantores e compositores da MPB e da música negra brasileira. Filho do grande sambista Oswaldo Melodia, Luiz nasceu em 1951 e cresceu no Morro de São Carlos, no Estácio, e estreou em disco aos 22 anos com o obrigatório Pérola Negra. Narrado em primeira pessoa, o longa de Alessandra Dorgan detalha a carreira singular de Luiz até sua morte prematura em 2017, por conta de um tipo raro de câncer.
Indicado ao Festival de Cannes do ano passado, Misericórdia, escrito e dirigido por Alain Guiraudie, acompanha um homem que volta a sua cidade natal e se vê envolvido em um desaparecimento e uma série de acontecimentos misteriosos. Apesar desse argumento, trata-se de uma comédia onde o protagonista acaba tendo de desvendar os segredos de toda uma comunidade.
Também exibido em Cannes, o japonês Sol de Inverno aborda a relação entre dois adolescentes sobre o gelo. Takuya, que joga hockey na escola sem muito entusiasmo, se encanta com Sakura, uma patinadora artística em ascensão. O técnico dela vê potencial na dupla e decide treiná-los.
Depois do discurso de Demi Moore no Globo de Ouro, ficou politicamente incorreto falar em “filmes-pipoca”, mas eles continuam presentes. A começar por Lobisomem, onde uma família é atacada “por alguma coisa” em uma floresta e se refugia numa casa isolada (é sempre numa casa isolada…). Ferido, o pai começa a sentir que está se tornando algo selvagem e precisa proteger a mulher e a filha dele mesmo e da fera que ainda está à espreita.
Lembram de quando Matt Damon foi esquecido em Marte? Então… Os coreanos são mais modestos e largaram seu astronauta na Lua em The Moon: Sobrevivente. Na história, que se passa em 2030, um acidente mata todo o resto da tripulação de uma missão sul-coreana, deixando um último explorador lutando para sobreviver em um dos ambientes mais inóspitos imagináveis, enquanto a equipe na Terra contra o relógio para resgatá-lo.
E como há gosto para tudo, MMA – Meu Melhor Amigo traz Marcos Mion como um lutador contundido de vale-tudo que se descobre pai de um menino autista. Ele terá dois desafios, entender o (e conquistar o amor do) filho e se preparar para o que pode ser sua luta de retorno ao estrelato.
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