Terapia online cresce, mas chega mais em população de maior renda
O número de americanos recebendo psicoterapia cresceu 30% durante a pandemia, com a teleterapia substituindo consultas presenciais, mas novas pesquisas indicam que a tecnologia não conseguiu democratizar o acesso aos cuidados de saúde mental. Dados mostram que o aumento beneficiou principalmente pessoas de maior renda, com ensino superior e residentes em áreas urbanas, enquanto crianças e adolescentes negros, famílias de baixa renda e pessoas com sofrimento psicológico grave ficaram para trás. O estudo, publicado no American Journal of Psychiatry, detalha que o uso de psicoterapia entre adultos aumentou de 6,5% em 2018 para 8,5% em 2021. No entanto, crianças de famílias com seguro privado foram muito mais propensas a acessar telessaúde do que aquelas de famílias com seguro público. Além disso, o uso de serviços de saúde mental por crianças negras caiu de 9,2% em 2019 para 4% em 2021, enquanto o acesso entre crianças brancas subiu de 15,1% para 18,4% no mesmo período. Especialistas apontam que barreiras como a falta de acesso à internet de qualidade, custos elevados e políticas de reembolso inadequadas das seguradoras limitaram o alcance da teleterapia. Plataformas de telessaúde, apesar de ampliar o acesso em áreas urbanas, frequentemente priorizam pacientes com menor complexidade e maior capacidade de pagamento, agravando disparidades. Entre 2020 e 2022, os gastos com saúde mental nos EUA aumentaram 54%, impulsionados por um salto de dez vezes no uso de teleterapia. (New York Times)