Inflação encerra 2024 com alta de 4,83%, acima do teto da meta
A inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou dezembro de 2024 com alta de 0,52%, encerrando o ano com inflação acumulada de 4,83%, acima dos 4,62% registrados em 2023, mas abaixo do consenso de mercado, que previa 4,9% no acumulado do ano. Com isso, o Banco Central terá de escrever uma carta ao Ministério da Fazenda, justificando as razões pelas quais a inflação ficou acima do teto da meta de 4,5%. O grupo Alimentação e bebidas liderou os aumentos, com alta anual de 7,69%, influenciado principalmente pela disparada no preço das carnes (20,84%) e do café moído (39,60%). No mês de dezembro, o grupo apresentou variação de 1,18%, impactado por aumentos nos preços de itens como costela (6,15%), alcatra (5,74%), além de óleo de soja (5,12%) e café moído (4,99%). Já Transportes registrou alta de 0,67%, impulsionada por aumentos no transporte por aplicativo (20,70%) e passagens aéreas (4,54%). Em contrapartida, o grupo Habitação recuou 0,56%, devido à redução de 3,19% na energia elétrica residencial, reflexo do retorno da bandeira tarifária verde em dezembro. No acumulado do ano, além de Alimentação e bebidas, Saúde e cuidados pessoais (6,09%) e Transportes (3,30%) foram os grupos que mais impactaram a inflação, respondendo por 65% da variação total, sobretudo por reajuste dos planos de saúde, a alta da gasolina e o gás de botijão. Em contrapartida, a energia elétrica residencial acumulou queda de 0,37% no ano. Na comparação entre capitais, São Luís registrou a maior inflação em 2024, com alta de 6,51% e Porto Alegre teve a menor variação, de 3,57%. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias de menor renda, fechou o ano com alta acumulada de 4,77%, também puxado pelos preços de alimentos. (Meio)