Meio

A França alertou Donald Trump contra ameaças às “fronteiras soberanas” da União Europeia depois que o presidente eleito dos Estados Unidos se recusou a descartar uma ação militar para assumir o controle da Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, membro da UE. O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, disse à rádio France Inter não haver dúvida de que a UE não deixará “outras nações do mundo, sejam elas quem forem, atacarem suas fronteiras soberanas”. Ele acrescentou que, embora não acreditasse que os norte-americanos “iriam invadir” a Groenlândia , “entramos numa era na qual vemos a volta da lei do mais forte”. Em entrevista coletiva na terça-feira, Trump se recusou a descartar o uso de força militar para tomar o Canal do Panamá e a Groenlândia e sugeriu que pretendia usar “força econômica” para tornar o Canadá parte do seu país – segundo o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, as chances de isso acontecer são nulas como as de uma “bola de neve no inferno”. No mês passado, Trump disse que o controle da Groenlândia era uma “necessidade absoluta” para a “segurança econômica” dos Estados Unidos. (Guardian)

Autoridades locais informaram a Trump que a Groenlândia não está à venda. Mette Frederiksen, primeira-ministra dinamarquesa, e Múte Egede, primeira-ministra groenlandesa, refutaram o interesse do presidente eleito. Mas por que esse território autônomo do reino da Dinamarca, que recebeu autonomia apenas em 1979, despertou o interesse de Trump? Remota, gelada e praticamente intocada, a Groenlândia, como escreve Seth Borenstein na AP, é onde as mudanças climáticas, os recursos escassos, uma geopolítica tensa e novos padrões comerciais se encontram. (AP)