Braço direito de Braga Netto fazia ponte entre investigados e articulava defesa
Alvo da Polícia Federal no último sábado, o coronel da reserva Flávio Botelho Peregrino, de 56 anos, ganhou o apelido de “Cid de Braga Netto” pela proximidade dele com o general preso. Peregrino não é citado como um dos investigados oficialmente, mas a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra ele no mesmo dia em que prendeu o ex-ministro de Jair Bolsonaro. Peregrino acompanhou Braga Netto por todas as funções que o general assumiu nos últimos quatro anos. Foi assessor de imprensa na Casa Civil, no Ministério da Defesa e foi para a sede do PL, em Brasília, quando o general passou a comandar as relações institucionais do partido, em 2023. Nos últimos meses, o militar atuou como assessor do deputado distrital Thiago Manzoni (PL), mas ainda auxiliava Braga Netto em sua defesa no inquérito sobre a trama golpista. Ele diz a interlocutores que a ajuda se dava por lealdade e que não recebia nada em troca. Sem ser formalmente investigado pela PF, Peregrino conversava com investigados pela trama golpista e articulava estratégias de defesa do general e aliados indiciados, apurou a Folha. Ele atuava nos bastidores em conversas com militares próximos de Braga Netto, como os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha. (Folha)