Exército espera novas ações da PF contra generais após prisão de Braga Netto
A prisão do general Walter Braga Netto não surpreendeu oficiais do Exército. Já era algo esperado e isso foi dito em conversas reservadas. Braga Netto foi preso preventivamente por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sob acusação de tentativa de interferir em investigações. O envolvimento do general na tentativa de golpe e as iniciativas apontadas pela Polícia Federal para conhecer o conteúdo da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, são consideradas graves. Após a prisão do general Mário Fernandes, que foi secretário executivo do então ministro da secretaria geral do Governo, Luiz Eduardo Ramos, a avaliação dos militares é de que as ações da PF vão prosseguir ainda por um bom tempo. Existe, agora, a crença de que, com a queda de Braga Netto, os próximos generais da lista serão o ex-ministro chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno e o próprio Luiz Eduardo Ramos. Cogita-se até mesmo a possibilidade de os depoimentos de Braga Netto, que devem ser prestados nos próximos dias à Polícia Federal (PF), trazerem novas informações sobre o envolvimento dos generais na tentativa de golpe. (Estadão)